Para disfarçar abandono dos metalúrgicos, praticado pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região – filiado à CSP-Conlutas, ligado ao PSTU – na última quarta (6), por mera formalidade a direção fez um ato em duas empresas.
De acordo com o sindicato, houve um ato de protesto na Status e na Latecoere, ambas fornecedoras da Embraer, contra as demissões que ocorreram em abril.
A Status Usinagem encerrou suas atividades em São José dos Campos, no dia 13 abril, e demitiu todos os trabalhadores no mesmo período, segundo o sindicato não houve nenhuma negociação entre a empresa e os trabalhadores.
Na outra indústria metalúrgica, a Latecoere, dos cerca de 360 trabalhadores 108 já foram demitidos.
Outras empresas também estão fazendo a mesma coisa, ou seja, passando o facão sem dó nos trabalhadores. Isto devido a uma das principais clientes, que é a Embraer, ter suspendido os contratos de trabalho pelo período de dois meses, que poderão ser prorrogados, bem como permitir o rebaixamento dos salários e, dependendo da situação, após esse período, a demissão. Uma imposição aceita com adendo da própria direção do SindimetalSJC que, depois de referendado o acordo, fez consulta “remota” através do Fecebook e Youtube.
O Sindicato do PSTU, em todo esse tempo, desde o início da crise, em março, não realizou uma assembleia sequer. Os trabalhadores ficaram largados à própria sorte, houve o período de férias coletivas e os dirigentes preferiram ficar em casa de quarentena, a exemplo dos patrões.
Depois do fato consumado, continuaram não querendo falar com os trabalhadores, tanto com os que ainda estão na ativa, bem como os demitidos. A não ser em um ato com, basicamente, os dirigentes do sindicato, preferiram agir liminarmente. A própria direção do SindimetalSJC, depois de mais uma capitulação vergonhosa disse: as demissões na Status foram canceladas pela Justiça, em ação movida pelo Sindicato, mas a empresa continua insensível à situação dos trabalhadores e insiste com seu plano de demissão em massa.
Depois de assistir ao rebaixamento dos salários de milhares de trabalhadores de várias indústrias de sua base, com a famigerada media provisória 936/2020. Sem sequer chamar uma única assembleia presencial, onde os operários pudessem questionar o rebaixamento salarial. Ou seja, concordando literalmente com os termos da MP e defendendo, sem pestanejar, exatamente a mesma política do fascista Bolsonaro. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos disse: “Essa política desastrosa do governo Bolsonaro, que permite redução de salários e beneficia exclusivamente os patrões, está trazendo graves consequências para o país. Bolsonaro será responsável pela criação de uma legião de desempregados e trabalhadores precarizados”.
É preciso organizar os trabalhadores para a realização de greves e ocupar todas as instalações das fábricas, porque, do contrário, um exército enorme de trabalhadores morrerão pela fome e pelo contágio do coronavírus.
É necessário, ainda, a constituição de conselhos populares, onde, tanto os trabalhadores, como seus familiares, possam debater sobre a situação em que se encontra o país e tirar medidas concretas para os problemas a serem enfrentados.