O twitter anunciou através do seu microblog que vai passar a proibir qualquer tipo de propaganda política em todo mundo. A decisão foi anunciada por um tweet do diretor Jack Dorsey, que afirmou que a medida passa a valer a partir de 22 de Novembro. Algumas exceções serão aceitas, como no caso do apoio ao recenseamento eleitoral.
O twitter justificou tal medida de censura alegando que as propagandas políticas pagas são utilizadas frequentemente para difundir notícias falsas, as chamadas fake news, que são utilizadas para campanhas de difamação, com equívocos ou informações falsas.
Tal medida representa uma censura nessa plataforma social, que é utilizada por centenas de milhões de pessoas em todo mundo. Sob a alegação moral do combate à mentira, se retira um direito essencial que é a liberdade de expressão.
O ataque à liberdade de expressão, mesmo sob justificativas morais, serve apenas pra manter o monopólio da informação da imprensa capitalista, que essa sim, é a maior fonte de notícias falsas da história da humanidade.
Dentro do capitalismo e mesmo dos chamados regimes democráticos burgueses (que possuem cada vez menos um verniz democrático) a ideia do controle da qualidade da informação, de conteúdos considerados imorais ou falsos, servem apenas para fornecer instrumentos de censura para aqueles que procuram controlar os trabalhadores a “ferro e a fogo” para manter a sociedade à serviço de um punhado de parasitas.
O Facebook, apesar de não ter proibido as propagandas políticas, estabeleceu um sistema de censura que tem sido frequentemente utilizado como uma censura a conteúdos políticos considerados radicais, agressivos etc.
Por mais razoável que pareça a ideia de controlar notícias falsas, é preciso levar em conta que o arbítrio dessa decisão ficará a cargo da justiça burguesa (venal e persecutória contra a esquerda) ou a cargo de grandes empresários inimigos dos interesses da classe trabalhadora. Diante de qualquer tentativa de censura, sob qualquer argumento moral possível, é necessário defender a liberdade de expressão como um direito essencial para os trabalhadores terem acesso à todo e qualquer tipo de informação e aí sim, formar a sua própria posição.