Bem antes do primeiro ato efetivo do golpe, a deposição da presidenta Dilma por meio do impeachment, já dava para perceber que estava em movimento as engrenagens com o objetivo de levar a cabo pelo imperialismo e a grande burguesia nacional um “grande segredo” feito escancaradamente à luz do diz.
As revelações do The Intercept dando conta das maquinações entre o Ministério Público e o “quartel da Lava-Jato em Curitiba” somente comprovam de maneira mais evidente que tudo foi uma grande armação, desde o mensalão e do impeachment, para afastar a esquerda do poder e entregar o País ao imperialismo.
um setor minoritário da esquerda, para não dizer só o PCO, apontou pelo menos desde 2013, que a evolução da situação política no Brasil não deixava margens de dúvidas de que a direita trabalhava a pleno vapor para derrubar o governo do PT.
As evidências começaram fora do próprio país e apontava uma mudança do imperialismo, principalmente do norte-americano, no sentido de varrer com os governos de tipo nacionalista, que chegaram ao governo em praticamente toda a América Latina como produto da profunda crise resultado da “onda neoliberal” no final do século passado início deste.
Já em 2009 o imperialismo havia imposto a derrubada do governo de Manuel Zelaya, em Honduras, com características semelhantes à operação brasileira e em 2012, também foi derrubado por um impeachment o presidente Fernando Lugo, no Paraguai.
No caso brasileiro, a expectativa do golpe era a sacramentação da vitória eleitoral de Aécio Neves, uma operação do tipo argentina. Diante do fracasso, com a vitória de Dilma Roussef, as forças golpistas intensificaram o boicote a presidenta Dilma, tanto do ponto de vista econômico como de inviabilizar politicamente o governo petista.
Foi durante esse período que ganhou cada vez maior destaque a operação Lava-Jato, arquitetada nos Estados Unidos, como uma operação jurídico-policial para perseguir os principais dirigentes petistas, a começar pelo próprio Lula.
Desde o processo de impeachment de Dilma Roussef, o que se assistiu no país foi a unificação do toda a burguesia e as instituições do País para liquidar com a esquerda.
O objetivo dos golpistas era claro: promover o golpe de Estado por meio de uma fraude gigantesca e oficializar o golpe com as eleições de 2018, elegendo um presidente do golpe e abrindo caminho para estabelecer um novo regime político saído do golpe.
Para a consumação de sua política, era absolutamente necessário tirar da cena política o ex-presidente Lula. Mesmo com toda a campanha conduzida contra Lula pelos meios de comunicação da burguesia e do imperialismo, o ex-presidente cada vez mais se colocava para a população como a materialização do repúdio popular ao golpe.
Com isso, os golpistas não tiveram pejo em dar um novo golpe dentro do golpe, com a participação ativa dos militares para impedir a sua candidatura.
As informações trazidas à tona pelo The Intercept caíram como uma bomba no meio de uma situação política que se encontra à beira da explosão e mostram justamente os bastidores da podridão da operação Lava-Jato como um instrumento central do golpe de Estado no Brasil.