Neste domingo (07), o prefeito da cidade de Itaituba (PA), Valmir Clímaco de Aguiar (MDB), foi preso, em sua fazenda, com 583 kg de cocaína, 200 gramas de skank, dois fuzis AR 15 calibre 556, uma pistola calibre 9 mm, carregadores e munições, mira holográfica e luneta de precisão para uso em fuzil, rádios de comunicação e um telefone.
Valmir é um latifundiário bolsonarista que disse, há alguns meses, que “se os funcionários da FUNAI chegassem à sua fazenda para cadastramento e notificação dos moradores da área, seriam recebidos ‘à bala'”. Vale ressaltar que as terras do prefeito foram recentemente reivindicadas pelos indígenas da etnia munducuru.
Os latifundiários bolsonaristas estão ligados a todos os tipos de crimes, inclusive o tráfico de drogas. Eles lutam de maneira encarniçada contra a demarcação das terras indígenas e quilombolas em todo o país, com especial atuação no Mato Grosso do Sul, Estado onde há maior número de povos indígenas. Em sua maioria, as terras dos latifundiários são produtos da grilagem, procedimento de fraude documental que serve para comprovar a posse da terra.
A prisão de Valmir Clímaco é um ponto fora da curva. De forma geral, os latifundiários têm estreitas ligações com o Poder Judiciário, a Polícia Federal e com o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), que protegem seus interesses e reprimem os povos indígenas. É bastante comum o suborno de juízes, políticos, policiais federais e outras autoridades para defender os interesses dos latifundiários.