O general bolsonarista Franklimberg de Freitas, primeiro militar a sair do governo Bolsonaro, afirmou em entrevista à agência Amazônia Real que sua exoneração da presidência da FUNAI se deu por pressão da bancada ruralista, que exigia 58 cargos na FUNAI e que, de acordo com o general, lhes foram negados. Com a suposta negativa, os ruralistas agiram por meio do secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, e pressionaram Bolsonaro a exonerá-lo. Vale destacar que Nabhan Garcia é presidente licenciado da União Democrática Ruralista (UDR), organização armada de caráter fascista, conhecida pela perseguição e assassinado de líderes indígenas, quilombolas e do movimento dos sem-terra.
A crise no interior da FUNAI expressa o conflito entre dois setores da burguesia, a saber: as empresas mineradoras, a qual o general Franklimberg é ligado, e a ala dos ruralistas de Nabhan Garcia. Ambos os setores disputam o controle sobre o aparelho de Estado e os recursos públicos.
Os dois setores em conflito têm os mesmos objetivos, que são acabar com a FUNAI, destruir o movimento indigenista e não permitir qualquer avanço nas demarcações de terras indígenas e quilombolas. O general bolsonarista e Nabhan Garcia são as duas faces da mesma moeda.