A derrubada da presidenta Dilma Rousseff não foi um simples golpe parlamentar, mas sim um golpe orquestrado pelo imperialismo e executado sob a tutela das Forças Armadas. Nenhum golpe de Estado acontece sem a participação das Forças Armadas – se são contra o golpe, se manifestam em defesa do governo ameaçado; se são a favor, participam ativamente ou, simplesmente, permitem que o golpe aconteça sem uma reação armada.
Dilma Rousseff foi afastada da presidência da República após uma votação no Congresso – não houve tanques nas ruas. No entanto, na medida em que o golpe foi se aprofundando e os ataques contra a população se tornando mais agudos, as Forças Armadas passaram a ter, cada vez mais, protagonismo na situação política.
O governo Temer abriu as portas para que os militares tomassem conta do Estado. Foi recriado o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), um órgão dedicado à espionagem dos próprios brasileiros e à repressão do movimento popular. O ministro responsável pelo GSI era um militar cujos pai e avô participaram de golpes no passado.
Em 2017, ainda no governo Temer, a repressão à luta dos trabalhadores e da esquerda foi elevada a outro patamar. Durante um ato em Brasília no primeiro semestre, o Exército, fortemente equipado, não hesitou em disparar contra a população.
No início de 2018, o segundo estado mais importante do país, o Rio de Janeiro, foi posto em intervenção militar. Pouco tempo depois, a crise gerada em meio à greve dos caminhoneiros levou o Exército a cogitar tomar o poder para tentar impedir uma possível dissolução do regime político.
O maior líder popular do país, Luiz Inácio Lula da Silva foi preso e se mantém nessa condição, em grande medida, graças às Forças Armadas. Mais de una vez, geberais ameaçaram dar um golpe militar no caso de Lula não ser punido conforme as exigências da extrema-direita.
A extrema-direita fascista, organizada sobretudo pela cúpula das Forças Armadas, é uma ameaça constante à população. Toda vez que a burguesia avaliar que o regime político pode estar sob risco de uma intervenção popular, os militares são convocados para aterrorizar os trabalhadores e manter a situação sob controle da direita.