Valéria Guerra

Jornalista (UMESP), historiadora, atriz com DRT-RJ, escritora, colunista do 247, PCO, e do meu site (https://guerraluz.prosaeverso.net/); mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação; professora do Estado do RJ na cadeira de biologia, poetisa e ativista contra a desigualdade no Brasil e no mundo.

Coluna

O elixir da ‘santa retórica’ e o sofrido povo brasileiro

O que nós, o povo brasileiro, possuímos é a fé na retórica camuflada, aquela retórica que enfeitiça e engana

“Rumo à uma ditadura sobre os pobres? A penalidade neoliberal apresenta o seguinte paradoxo: pretende remediar com um “mais Estado” policial e penitenciário o “menos Estado” econômico e social que é a própria causa da escalada generalizada da insegurança objetiva e subjetiva em todos os países, tanto do Primeiro como do Segundo Mundo. Ela reafirma a onipotência do Leviatã no domínio restrito da manutenção da ordem pública- simbolizada pela luta contra a delinquência de rua.

Quando este se afirma e verifica-se incapaz de conter a decomposição do trabalho assalariado e de refrear a hipermobilidade do capital, as quais, capturando-a como tenazes, desestabilizam a sociedade inteira. E isso não é uma simples coincidência: é justamente porque as elites do Estado, tendo se convertido à ideologia do mercado total vinda dos Estados Unidos, diminuem suas prerrogativas na frente econômica e social que é preciso aumentar e reforçar suas missões em matéria de “segurança”, subitamente relegada à mera dimensão criminal. No entanto, e, sobretudo, a penalidade neoliberal ainda é mais sedutora e mais funesta quando aplicada em países ao mesmo tempo atingidos por fortes desigualdades de condições e de oportunidades de vida e desprovidos de tradição democrática e de instituições capazes de amortecer os choques causados pela mutação do trabalho e do indivíduo no limiar do novo século”

Tais afirmações de cunho sociológico advém das reflexões de filósofos e sociólogos, como Loïc Wacquant. E nós, seguimos assim; analisando as sociologias, e juntando nossa bagagem, nossa prontidão intelectual “no compilar” das subjetividades às quais nos norteiam as opiniões.

A metafísica, nascida do berço aristotélico nos ajuda muito nestas questões, vejamos: “O que pode completar e dar plenitude a um ser carente? O que é em si mesmo completo e pleno, isto é, o que é perfeito. O amor é desejo de perfeição. O que é a perfeição? A harmonia, a proporção, a integridade ou inteireza da forma. Desejamos as formas perfeitas. O que é uma forma perfeita? A forma perfeita é a forma acabada, plena, inteiramente realizada, sem falhas, sem faltas, sem defeitos, sem necessidade de transformar-se, isto é, sem necessidade de mudar de forma. A forma perfeita é o que chamamos de beleza. O amor é desejo de beleza.

Sim, aquela beleza, que é o espelho da bondade, não aquela materialidade sensual das formas corruptíveis da volúpia.

E o que nós, o povo brasileiro possui? Possui a fé na retórica camuflada, aquela retórica que enfeitiça e engana. Há pipoqueiros, donas-de-casa, faxineiras, professores mal remunerados, pedreiros, entregadores, ambulantes aos milhares em nosso imenso país continental…e para não perdermos o foco, deixo aqui duas tristes notícias, que nos prova que enquanto houver o elixir da santa retórica haverá um povo sofrido.

“O policial militar Fernando Ribeiro Baraúna, de 39 anos, foi preso em flagrante na manhã deste domingo (6) suspeito de matar o feirante Pedro Henrique Morato Dantas, de 20, na Praça Panamericana, na Penha, Zona Norte do Rio. Ele vai responder por homicídio qualificado.

De acordo com a Polícia Militar, o militar estava de folga e confessou atirar contra o feirante. Pedro Henrique e colegas montavam barracas de uma feira livre na praça no momento do crime.

Segundo as primeiras informações de testemunhas que estavam na praça, Fernando, sargento lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), tinha saído de uma casa noturna. Ele teria atirado contra o feirante depois que sua mulher o reconheceu como envolvido em um desentendimento com o casal na boate.

No sábado, 5, o transbordamento do Rio Quitandinha alagou o Centro Histórico de Petrópolis. Ruas e avenidas da cidade, como a Avenida Barão do Rio Branco, registraram pontos de alagamentos, o que obrigou a necessidade de remanejamento de mais de 100 linhas de ônibus.

A Defesa Civil de Petrópolis chegou a acionar o segundo toque do sistema de sirenes nas regiões do Alto da Serra, Vila Felipe, São Sebastião e Alto Independência na manhã de sábado ao atingir os protocolos de risco de deslizamento.

Ainda no sábado, os bombeiros resgataram uma cabra que estava presa no porta-malas de um carro em Petrópolis.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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