O Partido da Causa Operária (PCO) realizará no próximo sábado (8) um ato nacional em São Paulo pelo Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, independente das manifestações identitárias, devido ao antagonismo insuperável entre a política operária e o identitarismo pequeno-burguês. O evento, chamado pelo Coletivo Rosa Luxemburgo, terá caravanas e delegações confirmadas de Rio de Janeiro, Curitiba, Sorocaba, Brasília, estados do Norte e Nordeste, Volta Redonda e outras cidades do interior, marcando uma ruptura com o sequestro do movimento das mulheres trabalhadoras nas últimas décadas.
A decisão reflete a rejeição do PCO ao identitarismo, que transformou o 8 de Março em um palco burguês sem reivindicações concretas. O ato incluirá uma encenação da peça “A Casa de Bonecas”, clássico do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Militante do interi0r de Sâo Paulo, Lisia Sakai explica:
“Vai ser uma manifestação muito importante em defesa realmente da classe trabalhadora, das mulheres trabalhadoras, porque nas últimas décadas o movimento foi sequestrado pelo identitarismo. Nós vamos ter caravanas do Rio de Janeiro, de Curitiba, de Sorocaba. Essa de Sorocaba vai levar um ônibus junto à FNL. A companheira Mayara, liderança militante do partido em Sorocaba, está organizando uma caravana com mais de 40 pessoas.
Em Curitiba, uma caravana junto ao Movimento pela Moradia está sendo organizada pelos militantes do PCO.
Coordenadora nacional do Coletivo Rosa Luxemburgo, Izadora Dias detalha a mobilização:
“Nós estamos realizando para o nosso 8 de Março um ato independente, chamado pelo Coletivo Rosa Luxemburgo, que é o coletivo de mulheres do PCO, e para o dia de atividades, porque, além do ato, nós também vamos apresentar uma peça teatral, A Casa de Bonecas. Nós estamos trazendo companheiras de vários locais, das cidades mais distantes, dos estados mais distantes. Nós estamos trazendo delegações que representam alguns estados do Norte e Nordeste, uma delegação vindo de Brasília, do Rio de Janeiro vem um ônibus, e de Curitiba vem um ônibus também do Movimento Popular por Moradia, o MPM. Várias companheiras do movimento estão confirmadas e também teremos um ônibus da FNL, também de companheiras da luta por terra, e de outras cidades do interior também estão vindo caravanas.”
No Rio de Janeiro, Luan Monteiro reforça a necessidade do ato:
“Aqui no Rio, nós estamos organizando para poder levar pelo menos um ônibus para o ato nacional das mulheres. É importante reforçar que essa iniciativa é importante por ser um ato verdadeiramente em defesa dos interesses das mulheres, não vai ser só um showmício, uma coisa com fala de deputadas, aquelas coisas que pessoas que não estão de fato comprometidas com a luta das mulheres trabalhadoras fazem, sem nenhuma reivindicação concreta. É um grande showzinho onde, inclusive, tem muita censura, não deixa as mulheres, o pessoal, falar. Agora, esse nosso ato é um ato com objetivo de ser um ato real, com outras atividades culturais. E, no nosso caso aqui do Rio, a gente tem um fator a mais de peso para poder fortalecer esse ato nacional: é que no Rio praticamente não vai ter manifestação das mulheres. O pessoal abandonou o 8 de Março e vai fazer o ato no dia 10 de março, alegando motivos carnavalescos, que é uma bobagem. A gente sabe que tem que fazer manifestação, faz independente da data. É uma data histórica, não é uma data que foi tirada agora, já existe há séculos e é uma data importante para fazer um ato de verdade. Então, como não há esse interesse de fazer um ato sério, eles fazem o que querem com a data, e isso vem acontecendo nos últimos anos aqui no Rio. Então, a gente convoca todas as mulheres do Rio de Janeiro e quem mais quiser participar – não é um ato restrito para mulheres, não somos identitários. Então, quem quiser participar, venha com a gente, vem com a nossa caravana. Essa caravana vai passar também em Volta Redonda para pegar as companheiras de lá. Então, qualquer lugar do Rio, entre em contato com a gente para a gente poder se encaixar e levar todo mundo para o ato de verdade em São Paulo.”
O PCO critica o identitarismo por servir à burguesia e excluir os trabalhadores, enquanto o ato classista busca resgatar a luta das mulheres exploradas. Em um momento de repressão crescente, o Partido convoca todos os leitores a se juntarem ao ato na Praça do Patriarca, em São Paulo, para fortalecer a mobilização operária por uma revolução socialista que liberte as trabalhadoras.
