Palestina

Sionistas admitem derrota histórica em Gaza

Celebrações, fogos de artificios, deslizes da imprensa sionista e renuncia do Comandante das Forças Armadas de 'Israel' deixam claro a vitória do Hamas

Apesar de toda a cobertura dos órgãos de comunicação ligados ao imperialismo e ao sionismo para tentar ocultar a vitória histórica da Resistência Islâmica Palestina (Hamas) na Faixa de Gaza, há artigos e análises dos próprios sionistas que expõem o contrário.

Um artigo publicado pelo jornal israelense Haaretz revela que, neste momento, já se admite a clara derrota sofrida por Netaniahu e seus soldados frente aos palestinos em Gaza. O título do texto é bastante significativo: “Fogos de artifício, flores e Sinwar: Hamas conquista grande vitória na Cisjordânia com a liberação de prisioneiros palestinos”.

O conteúdo da publicação aponta que nem a Autoridade Palestina – cúmplice do governo sionista – nem o exército do fictício Estado de “Israel” conseguiram conter as celebrações e manifestações de alegria do povo palestino ao receber a primeira troca de reféns acordada durante o cessar-fogo.

“O exército israelense tentou impedir grandes celebrações, e a segurança da Autoridade Palestina estava presente em peso. Mas as massas que acolheram os prisioneiros liberados como parte do acordo de cessar-fogo mostraram que o Hamas poderia reivindicar uma grande conquista”, destaca o Haaretz.

As festividades começaram logo após o anúncio de que “Israel” cessaria os bombardeios e retiraria suas tropas de pontos estratégicos em Gaza, na quarta-feira (15). O jornal israelense informa que, no domingo (19), a ansiedade e as comemorações pela libertação dos palestinos ainda eram enormes. As manifestações continuaram até segunda-feira (20).

“No domingo, milhares de pessoas lotaram as ruas de Ramallah, muitas delas aguardando do lado de fora desde o início da tarde. Alguns acenderam fogueiras perto da passagem de Beitunia; outros subiram a colina próxima à Prisão de Ofer, agitando bandeiras palestinas”, relatou o jornal.

O texto também evidencia que os palestinos consideram a derrota sionista resultado direto da luta e da resistência liderada pelo Hamas. As palavras de ordem e os gritos populares exaltavam os mártires das Brigadas Al-Qassam – o braço armado da resistência em Gaza –, no momento em que os prisioneiros eram entregues aos braços do povo.

“Mas, quando o momento chegou, houve fogos de artifício e gritos de ‘O povo quer as Brigadas Al-Qassam’ (o braço militar do Hamas), entre outros clamores de ‘espada contra espada’, proclamando: ‘Nós somos o povo de Mohammed Deif.’ Vários cartazes com o rosto de Yahya Sinwar também podiam ser vistos”, afirmou o Haaretz.

Um perfil na rede X, intitulado Suppressed News, destacou uma declaração de Ron Ben-Yishai, analista militar do jornal hebraico Yedioth Ahronoth, reconhecendo a vitória do Hamas na luta contra o sionismo: “O Hamas é Gaza, e Gaza é o Hamas.”

“É preciso reconhecer que o Hamas não é um movimento religioso extremista imposto externamente ao povo de Gaza. O Hamas é uma expressão organizacional autêntica, enraizada na cultura, nas aspirações e na ideologia da maioria dos mais de dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza. O Hamas é Gaza, e Gaza é o Hamas. Termos como ‘derrubar o Hamas’ e ‘vitória completa’ são expressões retiradas da literatura e da poesia, não metas realistas que possam ser impostas por um governo responsável a um ‘inimigo ideológico severo’ como o Hamas”, afirmou Ben-Yishai.

A vitória do Hamas foi tão marcante que o governo israelense enfrenta agora uma crise sem precedentes. Nesta terça-feira (21), o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de “Israel” anunciou sua renúncia. O tenente-general Herzi Halevi, que comandou o exército de ocupação durante a maior derrota da história de “Israel” em Gaza, publicou uma carta aberta sobre sua saída. O governo de Netaniahu também corre o risco de cair antes mesmo do fim do cessar-fogo.

Em sua carta de renúncia, Halevi cita o Hamas e reconhece que a resistência não foi derrotada, assumindo a falha de seu comando. “Os objetivos da guerra ainda não foram totalmente alcançados. As Forças de Defesa de Israel continuarão a lutar para desmantelar a governança e as capacidades militares do Hamas.”

“O Estado de Israel pagou um preço pesado e doloroso. Os atos corajosos de muitos — membros das forças de segurança, soldados e comandantes das FDI, além de civis — não foram suficientes para evitar essa grande tragédia. Minha responsabilidade por esse fracasso terrível me acompanhará todos os dias, todas as horas, e permanecerá comigo pelo resto da minha vida”, concluiu Halevi.

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