São Paulo

Assassinato de militantes do MST mostra avanço da direita

Abandono das áreas de assentamentos já regularizados é o problema no Assentamento Olga Benário

No dia dez de janeiro, cerca de dez pistoleiros invadiram o Assentamento Olga Benário, no município de Tremembé, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo e assassinaram dois trabalhadores sem-terra e deixaram outros seis feridos, sendo dois em estado grave, que se encontram internados e em coma.

Covardia e brutalidade

Os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Valdir do Nascimento (Valdirzão), importante liderança do MST em São Paulo, e o jovem Gleison Barbosa de Carvalho foram brutalmente assassinados. Denis Carvalho, de 29 anos, foi levado para o hospital com um tiro na cabeça, colocado em coma induzido. As demais vítimas foram levadas para o Hospital Regional de Taubaté e passaram por cirurgias.

Cerca de 40 homens em cinco carros e motos invadiram o assentamento Olga Benário. Portando armas pesadas, atacaram famílias do assentamento que estavam reunidas num dos lotes para impedir que o mesmo fosse grilado por especuladores imobiliários e para garantir que fosse entregue a uma família de trabalhadores.

Essa situação, num assentamento já estabelecido e sem problemas fundiários, revela o abandono total das políticas públicas nas áreas de assentamentos rurais da reforma agrária. A situação piorou muito desde o golpe de 2016 e se agravou nos governos Temer e Bolsonaro.

E o governo Lula não conseguiu restabelecer políticas de apoio aos assentados e dar condições para que melhorem de vida. Os acordos com a direita e os latifundiários impedem a aplicação de políticas públicas adequadas.

Os assentamentos da reforma agrária estão abandonados e as famílias têm que se virar para sobreviver e lidar com os problemas como a venda de lotes e invasão de suas áreas pela especulação.

Romper a paralisia

As políticas de apoio anunciadas pelo governo, apesar de razoáveis, não chegam às famílias devido às burocracias e à falta de estrutura governamental, resultado da política de concessão aos bancos e latifundiários.

É preciso organizar a luta pela pelas reivindicações dos trabalhadores nas ruas e não em gabinetes e de maneira burocrática. Organizar os comitês de autodefesa para enfrentar essa situação de violência e ataques da direita e dos latifundiários.

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