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Editorial

Qual deve ser a política do Brasil em relação à crise

Ao contrário do que procura mostrar, posição do governo não é de neutralidade

A cada dia que se passa, amontoam-se os indícios de que o mundo está à beira de uma grande guerra.

Os sinais estão em todos os continentes. No Oriente Próximo, crescem as provocações contra o Irã, arrastando países da península arábica e do norte da África para um grande conflito. No Sudeste Asiático, crescem as provocações contra a China, envolvendo desde a península coreana à Austrália. Na América Latina, a Venezuela segue sob a mira da Casa Branca.

Diante desse enfrentamento entre o imperialismo e os países oprimidos, de que lado está o Brasil? Está ao lado de China, Rússia, Irã, Venezuela, Nicarágua, Cuba e Coreia do Norte? Ou está ao lado dos Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão, Canadá e “Israel”?

A própria pergunta já contém a resposta de que lado o País deveria estar. De um lado, estão os países responsáveis pelo assassinato de crianças na Palestina, pela destruição de países inteiros, por golpes de Estado e pela fome em todo o mundo. De outro, os países que lutam contra essa ditadura. Apesar da pergunta ser óbvia, o governo brasileiro vem procurando apresentar uma posição supostamente “neutra” em relação aos blocos em conflito.

O problema é que, diante da polarização em que o mundo se encontra, já não há mais espaço para a dita “neutralidade”. Ou o Brasil se alinha ao movimento de contestação da ordem mundial, ou acabará servindo de correia de transmissão da política das potências imperialistas.

O caso da Venezuela deixou isso em evidência. Um país dezenas de vezes mais pobre que o Brasil está sob ataque da economia mais poderosa do mundo. Monopólios como a ExxonMobil querem derrubar o governo para tomar conta de seu petróleo e, assim, condenar sua população à mais absoluta miséria. Qualquer país minimamente soberano deveria se colocar contra a política dos grandes monopólios, ainda mais um país do porte do Brasil. O esperado seria que o País saísse em defesa de seu “irmão menor”, que condenasse veementemente qualquer tipo de ingerência estrangeira sobre o seu regime.

Não é isso o que o governo brasileiro tem feito. O governo Lula adotou a posição vergonhosa de exigir que o governo venezuelano apresentasse as atas das eleições, coisa que não lhe cabe. O governo brasileiro nunca pediu as atas das eleições norte-americanas ou das eleições francesas, pois isso não é assunto do Brasil. Assim como a política brasileira não deveria ser assunto dos norte-americanos, que, de maneira criminosa, intervieram nas eleições de 2018, impedindo que Lula fosse candidato naquele ano.

A mesma posição vem sendo tomada no Oriente Médio. Em meio a um dos piores genocídios já vistos na história da humanidade, o Ministério das Relações Exteriores teve a capacidade de emitir uma nota condenando o direito legítimo dos palestinos à resistência contra os invasores sionistas. Não se trata de uma posição de “neutralidade”, trata-se de uma defesa do sionismo. Ao condenar a resistência palestina, o governo brasileiro dá razão ao fundamento da ação criminosa de “Israel” – isto é, de que a entidade sionista estaria “se defendendo”.

A posição do governo brasileiro é, portanto, de capitulação diante de seus inimigos. O governo Lula não é, obviamente, um governo como o de Javier Milei, que nada mais é que uma prostituta do imperialismo, uma figura que se rasteja diante dos genocidas e que, alegremente, é capaz de matar a própria população de fome. Mas é um governo que, diante da pressão que está sofrendo, está se eximindo do papel que deveria cumprir na defesa dos oprimidos – do mundo e do Brasil.

Capitular diante do imperialismo é o mesmo que capitular diante de seus inimigos internos. Na medida em que o governo se mostra fraco e não se dispõe a defender os seus aliados naturais, ele se mostra fraco diante da imprensa, diante do Judiciário, diante da Polícia Federal e diante do Congresso. O governo tende, portanto, a cair.

O Brasil, como um dos países mais importantes entre o conjunto dos países atrasados, deveria ter uma política oposta. Ao invés de permitir que o imperialismo ataque seus irmãos, como Cuba, Venezuela e Nicarágua, o Brasil deveria liderar a aliança desses países com o bloco de nações que estão lutando para se libertar do jugo imperialista.

Em vez de criticar as eleições venezuelanas, o governo brasileiro deveria estar empenhado em consolidar os BRICS, que oferecem uma alternativa à predação neoliberal vampiresca. Em vez de criticar o Hamas, o governo brasileiro deveria travar uma luta contra os sionistas que lhe sabotam abertamente, como é o caso do ministro da Defesa, José Múcio. Em vez de se calar diante do pedido do palhaço Vladimir Zelenski para que Vladimir Putin seja preso no Brasil, o governo brasileiro deveria apoiar-se em potências como a Rússia para se livrar de toda a quinquilharia militar norte-americana.

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