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Intervenção da CIA

Rede de espionagem imperialista no Iêmen é descoberta

Jornal estrangeiro revela que CIA e MOSSAD promovem políticas identitárias e trabalham para fraccionar a resistência ao imperialismo no Iêmen

Uma nova investigação revelou uma das maiores operações de espionagem no Iêmen, conduzida por agentes da CIA e do Mossad (respectivamente os serviços secretos dos EUA e de “Israel”) com objetivos que vão além da coleta de inteligência militar. Segundo a apuração do sítio norte-americano MintPress News, a rede secreta imperialista infiltrou-se profundamente na sociedade iemenita, manipulando divisões religiosas e promovendo políticas de aproximação com a ditadura sionista e apoio a causas LGBT.

A investigação se concentra na desarticulação de uma célula de espionagem chamada Força 400, liderada por agentes norte-americanos e israelenses, exposta pelas autoridades de segurança do governo do partido revolucionário Ansaralá, na capital Saná. O governo dos EUA nega as acusações, alegando que os detidos são funcionários de ONGs, agências da ONU e entidades diplomáticas, presos injustamente pelos revolucionários iemenitas, os mesmos que derrotam o imperialismo nos mares próximos ao Oriente Médio.

Apesar da negativa oficial, entrevistas exclusivas com os detidos e documentos confidenciais obtidos pela MintPress revelam o envolvimento desses agentes em operações clandestinas desde 2010. Essas ações incluíram coleta de informações estratégicas para ataques aéreos sauditas e a promoção de campanhas de normalização com “Israel” sob disfarces humanitários e culturais.

Entre os principais agentes da rede, destaca-se Abdul Mohsen Hussein Ali Azzan, que trabalhou simultaneamente para a CIA e o Mossad durante 15 anos. Azzan revelou à MintPress que sua relação com os norte-americanos começou após sua conversão ao cristianismo nos Estados Unidos, onde trabalhou para uma empresa que promovia evangelização sob o pretexto de vender suprimentos de escritório. Ele passou a fornecer dados valiosos sobre defesas aéreas e atividades militares do Ansaralá para os serviços secretos dos EUA.

A investigação também mostrou que a CIA utilizou ONGs como o Instituto Nacional Democrático (NDI, na sigla em inglês) para recrutar agentes locais. O uso dessas organizações permitiu que os espiões se infiltrassem em diversas camadas da sociedade iemenita, identificando influentes líderes locais e operando disfarçados em missões de “promoção de democracia” e “direitos humanos.”

Os documentos analisados mostram que a rede de espionagem recorria a métodos de manipulação psicológica, chantagem sexual e tortura para garantir a cooperação dos colaboradores. Entre as operações identificadas, uma das mais sofisticadas foi o uso de bolsas de estudo e intercâmbios culturais, como o programa Fulbright, para avaliar e recrutar potenciais espiões.

Azzan também relatou seu envolvimento com a empresa SCL Group, ligada à Cambridge Analytica, que coordenava campanhas de manipulação da opinião pública e coleta de dados sensíveis. A empresa operava no Iêmen com a intenção de criar uma propaganda favorável à normalização das relações do país com “Israel” e à aceitação das políticas sociais impostas pelo imperialismo.

Outro nome relevante na investigação é Shaif Hafazallah Al-Hamdani, que atuou como consultor da USAID e espião da CIA por 27 anos. Sua função incluía a coordenação de projetos de “desenvolvimento” que, na prática, serviam para mapear alvos militares e identificar pontos estratégicos para ataques liderados pela coalizão saudita. Ele também participou da transferência de códigos bancários do Banco Central do Iêmen.

A investigação da MintPress mostrou como a USAID e outras organizações internacionais foram usadas como fachada para operações de inteligência. A coleta de informações incluía localização de bases de lançamento de mísseis e monitoramento de estoques de combustível e alimentos, com o objetivo de enfraquecer militar e economicamente as áreas sob controle de Ansaralá.

Azzan revelou que, além das operações militares, a rede de espionagem promovia a normalização das relações com “Israel”. Campanhas de imprensa, realizadas em parceria com ONGs e empresas de consultoria, tinham como objetivo influenciar líderes religiosos e jovens a aceitar a coexistência com o enclave imperialista de “Israel”.

Em paralelo, os agentes fomentavam divisões sectárias dentro do Iêmen, exacerbando conflitos locais que dificultavam uma resistência unificada contra a intervenção estrangeira. Durante seu trabalho com o Mossad, Azzan forneceu informações críticas sobre aeroportos e movimentações de tropas no Iêmen.

Ele revelou encontros com oficiais israelenses na Jordânia, onde trocava dados estratégicos sobre atividades do Ansaralá e localização de armamentos destruídos. A cooperação também envolvia a manipulação de lideranças locais através de incentivos financeiros e religiosos.

Os desdobramentos da operação expõem uma guerra secreta travada no Iêmen, onde a espionagem, a manipulação e a coerção se tornaram armas estratégicas. A descoberta da rede não apenas revela a extensão das operações americanas e israelenses no país, mas também evidencia o uso do identitarismo como ferramenta da intromissão imperialista nos países-alvos da ditadura mundial.

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