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'Israel'

Assassinatos são prova de derrota, e não de vitória do sionismo

Analista norte-americano impressionado pelos assassinatos cometidos por 'Israel" acredita que sionistas estão "indiscutivelmente vencendo a última guerra com o Líbano"

O analista político norte-americano radicado em Moscou Andrew Korybko publicou um artigo intitulado Everyone Was Wrong About The Latest Israeli-Lebanese War, defendendo a tese de que “Israel” está “indiscutivelmente vencendo a última guerra com o Líbano” e quem não estiver enxergando a verdade difundida por ele e o sionismo apenas, “está delirando ou é um propagandista”. A razão para essa “indiscutível” vitória da ditadura sionista, seria, segundo o norte-americano, o fato destacado nos parágrafos a seguir:

“Seu audacioso ataque com pager interrompeu a cadeia de comando e as operações do Hesbolá, que Israel explorou para atingir seus estoques de mísseis enquanto o grupo se recuperava do golpe. Seu chefe, Sayyed Hassan Nasrallah, que as IDF afirmam ter matado na sexta-feira, embora o Hesbolá ainda não tenha confirmado isso até o momento em que este artigo foi escrito, ou ainda evitava a escalada devido à sua crença racional na MAD (sigla em inglês para “Destruição Mútua Assegurada”) ou era literalmente incapaz de fazê-lo depois do que aconteceu.

De qualquer forma, o Irã poderia ter aumentado a escalada, mas se recusou. É hora de refletir sobre o que todos entenderam errado. Para começar, ninguém tinha ideia de quão profundamente a inteligência israelense se infiltrou no Hesbolá. Eles conheciam a localização da maioria dos estoques de mísseis, o paradeiro das principais figuras do grupo e conseguiram até mesmo plantar literalmente bombas disfarçadas em muitos deles. Isso não poderia ter sido feito apenas por meios técnicos. Portanto, a inteligência humana de alto nível é obviamente responsável.”

Korybko se empenha em pintar um quadro exagerado da situação, no qual “Israel” teria garantido a vitória devido a operações de espionagem e à ausência de retaliação “suficiente” por parte do Eixo da Resistência. A análise começa a se desmontar justamente quando se observa que o autor, apesar de glorificar a inteligência israelense, não oferece qualquer explicação consistente do que ele considera como resposta “adequada” por parte do Hesbolá ou do Irã.

Esse tipo de afirmação ignora que a retaliação demonstrada foi precisamente calculada para testar e superar a tão alardeada defesa antiaérea israelense, reduzindo o famoso “Domo de Ferro” reduzido a “Domo de Sucata” pela Resistência. Se fosse verdade a alegação de que a infiltração sionista no Hesbolá seria tão profunda a ponto de comprometer toda a infraestrutura do grupo, como Korybko sugere, então como explicar a capacidade intacta do Hesbolá de lançar mísseis de longo alcance que ameaçam diretamente Telavive? Nenhum lugar do território ocupado está realmente seguro, e o próprio governo israelense sabe disso.

O norte-americano também se equivoca ao interpretar o assassinato de Ismail Hanié como um golpe devastador, sem atentar que o assassinato não resolveu nenhum dos problemas enfrentados pelo Estado sionista, tanto no campo militar quanto no político. Enquanto “Israel” se vê forçado a recorrer ao uso de força aérea e bombardeios de posições civis em Gaza – sem conseguir pôr os pés no território – o controle da Cisjordânia começa a escapar de suas mãos.

Forças de resistência locais começam a expulsar as tropas israelenses, um prenúncio do que poderá ocorrer em um novo cenário de guerra no Líbano. A escolha do Eixo da Resistência em responder no momento oportuno não é reflexo de incapacidade, mas de uma estratégia deliberada.

Korybko, na ânsia de engrandecer a ação de espionagem do Mossad, parece desconsiderar que tal “sucesso” custou a segurança de sua própria população: mais de 2 milhões de israelenses já abandonaram o território do Estado sionista. A prolongada escalada tem devastado a economia de “Israel” e contribuído para uma profunda crise social.

O conflito interno entre setores como a extrema-direita sionista e os ortodoxos ameaça dividir o país, enquanto, na região norte, colonos pressionam o governo por uma resposta à sua situação após serem forçados a fugir para o sul, com medo do avanço do Hesbolá. Então, onde está a “indiscutível” vitória que Korybko alardeia?

Se “Israel” estivesse mesmo no controle da situação, não estaria enfrentando a crescente pressão para resolver a questão da insegurança de sua população, nem lidando com o desgaste político interno e a falência de sua própria estrutura de defesa. Na realidade, a vitória do Eixo da Resistência é medida pelo impacto econômico, social e militar infligido ao regime sionista, que, apesar de todos os atentados e operações de espionagem, continua incapaz de impedir a resistência de retaliar e de garantir a proteção de seu território.

No afã de apresentar o suposto sucesso de “Israel” como uma verdade incontestável, Korybko termina por transformar sua desorientada análise em propaganda para o Mossad, o criminoso serviço secreto sionista. Quer tenha consciência disso ou não, seu esforço para engrandecer as operações israelenses se baseia em uma interpretação fantasiosa, desprovida de qualquer ancoragem na realidade dos fatos. É essa falta de fundamento e o uso de premissas que ignoram as complexidades do conflito que fazem seu texto soar mais como uma peça de marketing político do hasbará (a máquina de propaganda israelense) do que uma análise séria dos acontecimentos recentes.

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