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Kamala Harris e a esquerda

Governo Obama: guerra do início ao fim do mandato

Ex-presidente democrata não passou um único dia na Casa Branca sem que estivesse bombardeando um país

No nono artigo da série Kamala Harris e a esquerda, trazemos uma pequena biografia do ex-presidente norte-americano Barack Obama. Eleito pela primeira vez em 2008, Obama foi apoiado com entusiasmo por um setor da esquerda que celebrava a vitória do “primeiro presidente negro da história”. Como ficaria claro, a cor da pele somente serviu de fachada para que o Partido Democrata voltasse ao poder e comandasse a máquina de guerra imperialista em uma nova etapa de crise.

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Apesar de muita demagogia feita em torno da questão do negro, fato é que Obama sequer apresentou, durante o processo eleitoral, alguma proposta efetiva para essa população. Nada de concreto que pudesse melhorar as suas condições de vida, nada de concreto no que diz respeito à repressão. Uma vez eleito, Obama se revelou apenas uma face mais demagoga da política genocida de seu antecessor, George Bush.

Barack Obama era tão paparicado pelo imperialismo que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 2009. No entanto, curiosamente, ele se tornou o único presidente da história dos Estados Unidos a permanecer em guerra durante cada dia de seus dois mandatos.

As duas maiores guerras nas quais Obama esteve envolvido não foram de fato iniciadas por ele, a do Afeganistão e a do Iraque. No entanto, merece destaque o fato de que ele, que esteve no poder por tanto tempo quanto Bush, não foi capaz de colocar fim a nenhum dos conflitos. Assim, colaborou de maneira decisiva para dois dos piores genocídios da história recente.

No Afeganistão, as estimativas mais conservadoras afirmam que um total de 243 mil pessoas foram mortas na zona de guerra – isto é, foram mortas diretamente pelos bombardeios norte-americanos. Pelo menos 26 mil crianças perderam a vida.

Além da guerra em si, a ocupação norte-americana deixou 92% da população passando fome, sendo que três milhões de crianças estavam em risco de desnutrição aguda. Ao fim do conflito, pelo menos metade da população vivia com menos de 1,90 dólar por dia (menos de R$200 por mês).

No Iraque, pelo menos 187 mil iraquianos morreram diretamente por ocasião dos bombardeios e um total de 280 mil morreram em consequência direta da violência da guerra. Muitas mortes foram registradas devido ao colapso dos serviços de distribuição de alimentos, de assistência médica e de água potável limpa, causando a disseminação de doenças infecciosas e a desnutrição em larga escala.

Que Obama continuaria as guerras, no final de contas, também não era grande surpresa. Em seu cínico discurso em 2009, Obama afirmou que “não trago comigo hoje a solução definitiva para o problema da guerra”. Isto é, que os seus patrões não lhe autorizaram a acabar com as guerras. Demonstrando ser um títere da indústria armamentista, ainda declarou que “há de se aceitar a dura realidade. Não encerraremos nunca o conflito violento em nossas vidas”.

Continuar as guerras de Bush estava longe de ser o último compromisso de Obama com os conflitos armados.

Em 2011, Obama anunciou aquele que, possivelmente, foi o pior de seus crime: o bombardeio da Líbia. Agindo como se fosse o dono do mundo, Obama declarou que “é claro que não há dúvida de que a Líbia – e o mundo – estará melhor com Khadafi fora do poder”. O resultado? O assassinato de uma das maiores lideranças africanas das últimas décadas, Muamar al-Gadafi.

Em meio à chamada Primavera Árabe, que derrubou a ditadura egípcia, o imperialismo norte-americano decidiu intensificar ainda mais as suas ações militares. O assassinato de Gadafi ocorreu durante uma criminosa intervenção militar, liderada pelos EUA, mas que também contou com o apoio de outros países. É ponto pacífico que, além de ter assassinado uma liderança nacionalista da região, humilhando os povos do norte da África e da península arábica, Obama também acabou sendo responsável por desestabilizar por completo a Líbia, que ficou entregue ao caos.

Em 2014, Obama iniciaria uma guerra que até hoje não foi completamente superada, a guerra da Síria. O presidente tentava fazer o mesmo que fez na Líbia: derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad. A guerra criminosa, que contou tanto com a ação de “rebeldes” financiados pela CIA, quanto com bombardeios feitos diretamente pelos norte-americanos, usou de pretexto a guerra contra o Estado Islâmico para atacar toda uma população.

Com a mesma desculpa de combater o “terrorismo”, Obama também autorizou incursões na Somália e no Iêmen.

Os países que ele não bombardeou diretamente também foram atingidos duramente pela ingerência de Barack Obama. Entre 2009 e 2016, o Partido Democrata organizou, apenas na América do Sul, golpes contra o governo dos seguintes países: Brasil, Peru, Paraguai, Equador, Argentina e Honduras.

Se Obama foi um vilão para os povos oprimidos do mundo, foi também para os próprios norte-americanos. Obama manteve na cadeia Mumia Abu-Jamal, ex-Pantera Negra acusado (sem provas) de matar um policial branco, e que está preso até os dias de hoje, já com 70 anos de idade, destes, 43 vividos dentro da cadeia. Ao mesmo tempo, nos tempos de Obama, a taxa de desemprego persistiu em dois dígitos (15,9%) para os negros, contra 7,6% dos brancos. Enquanto 27,6% dos negros em geral e 38,2% de suas crianças vivem abaixo da linha da pobreza, esta é a condição de menos de 10% dos brancos. Questionado sobre esses problemas, em entrevista na época, Obama, com mais uma declaração cínica, afirmou que “eu não sou o presidente da América Negra. Eu sou o presidente dos Estados Unidos da América”.

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