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Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática. Fundador do PCO, integra a sua Executiva Nacional. Atuou na fundação do Coletivo de Negros João Cândido. Liderou a criação e coordenação dos Comitês de Luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. Secretário Sindical Nacional do PCO, coordena a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, da CUT.

Coluna

Taxar o pobre e aliviar para os ricos… E ainda culpar Lula

Os planos macabros da direita golpista diante do agravamento da crise capitalista

Na semana que passou, o Senado Federal aprovou, com 67 votos favoráveis, o Projeto de Lei do Programa de Mobilidade Verde e Inovação.

No mesmo PL que, supostamente, tinha como objetivo incentivar a indústria automobilística, foi incluído e votado em separado um dispositivo matreiro (“jabuti”) que põe fim à isenção dos impostos federais sobre compras estrangeiras de até 50 dólares, fixando uma taxa de 20% a ser cobrada de compras que se tornaram populares em plataformas como Shein, AliExpress, Alibaba etc.

A taxa havia sido retirada do PL, mas voltou por meio de um destaque apresentado pela liderança do governo e pelas bancadas de PT, PSD e MDB, como parte de um acordo comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Foi aprovado em votação simbólica, para ocultar que se posicionou a favor do mesmo. “A votação não foi nominal porque nenhum senador queria colocar a ‘digital’ em um tema impopular em ano de eleição municipal” (UOL, 5/6/2024). Mas 13 senadores bolsonaristas se manifestaram contra.

A maioria da direita fez ruidosa campanha em favor da sua aprovação, destacando-se, além de Lira, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), a FIESP e demais entidades patronais golpistas, bem como o empresário Luciano Hang, proprietário das lojas Havan e apoiador de Bolsonaro.

Fernando Haddad (PT), Ministro da Fazenda, também defendeu a medida, mesmo após o presidente ter cogitado vetar o projeto, que – segundo ele – taxaria as “bugigangas” compradas pela população.

Sob pressão, Lula recuou e, após a sanção da Lei, as compras até US$50 além de tarifadas em 20% da alíquota aprovada pelo Congresso, pagarão os 17% do Imposto sobre ICMS, de responsabilidade estadual, cobrado “por fora e por dentro”, levando a tributação efetiva para cerca de 44,5% dos produtos.

A medida pressiona no sentido de reduzir ainda mais o já precário consumo da população pobre. A “justiça tarifária” da direita é fazer com que um assalariado que ganha, por exemplo, R$2 mil reais, pague – supostamente – no consumo o mesmo imposto que um rico que ganha R$2 milhões. 

Penalizando a população trabalhadora, os impostos sobre o consumo, no geral sobre bens e serviços, representaram 40,2% (R$1,3 trilhão) da receita tributária geral do país em 2022.

Da mesma forma, a população trabalhadora é penalizada com o desconto na fonte do Imposto de Renda, apesar dos salários não serem renda, como é o caso dos gigantescos lucros dos conglomerados financeiros, dividendos recebidos pelos tubarões capitalistas etc.

O Brasil é um dos poucos países no mundo em que não existe um imposto sobre lucros e dividendos, além de determinar o pagamento de imposto de renda somente para quem recebe acima de míseros R$2.824,00.

A direita impõe sua política, a esquerda não chama a lutar contra ela, mas – com certeza – diante da impopularidade da medida, a campanha virá para responsabilizar o acuado governo Lula pela sua aprovação.

Os banqueiros estão rindo à toa!

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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