Nesta segunda-feira, 13 de maio de 2024, ao discursar no oitavo aniversário do martírio do comandante Mustafá Badreddine, o secretário-geral do Hesbolá, Saiied Hassan Nasseralá, explicou para sua audiência e para o planeta, qual é a situação geral do conflito entre a resistência palestina e o Estado de “Israel”. Mandou um recado claro e duro aos colonos israelenses: “Se vocês pretendem retornar aos seus assentamentos no norte da Palestina, parem já a guerra genocida contra a população de Gaza”.
Conforme reportagem da emissora libanesa Al Mayadeen Nasseralá afirmou que o apoio do Hesbolá à causa palestina é “assunto resolvido e não está mais aberto a discussão.” Continuando, disse que as diversas operações de apoio à resistência palestina na Faixa de Gaza continuarão de diversas maneiras, sempre se mantendo firmes em seu modo próprio de atuação no conflito.
Ainda, segundo o líder do Hesbolá, foi por esta razão que o porta-voz do imperialismo norte-americano comunicou ao primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, que não há solução para o norte de “Israel” sem que haja um cessar-fogo em Gaza. Afirmou que o mundo já compreendeu e aceitou esse fato e chamou os colonos israelenses do norte da Palestina ocupada a pressionarem seu governo a parar com a agressão à Faixa de Gaza.
A causa palestina, que esteve adormecida por algum tempo, conforme Nasseralá, voltou ao centro das atenções em todo o mundo e na Organização da Nações Unidas, após a heroica Operação Dilúvio de al-Aqsa, em outubro de 2023. Meses antes da Operação de Al-Aqsa, alguns governantes de países árabes estavam próximos de normalizar as relações diplomáticas com o Estado de apartheid de “Israel’ na Palestina, o que seria como assinar o atestado de óbito da causa palestina.
Ao avaliar o andamento atual da guerra, Nasseralá afirmou que, apesar de toda propaganda israelense e de seus patrocinadores imperialistas, EUA e União Europeia, o fracasso de “Israel” já é consenso; o sionismo está perdendo a guerra no terreno, em seus aspectos bélico, econômico, político e ideológico / moral, e a crise no país é imensa. Nem mesmo os aliados de Netanyahu acreditam nele e zombam do primeiro-ministro quando ele diz que “Israel” está“ a um passo da vitória”. Segundo recente pesquisa mencionada pelo líder da Resistência, os colonos israelenses perderam a confiança na capacidade do exército e do Estado de “Israel”, e pelo menos 30% deles acreditam que “Israel” é inabitável. Até mesmo generais israelenses acham que Netanyahu está levando o país para o abismo, com sua insistência na guerra e no massacre de civis palestinos.
Nasseralá mencionou também em seu discurso a incapacidade de “Israel” de recuperar os prisioneiros que estão em poder do Hamas e sua impotência diante do bloqueio do Iêmen, que controla a passagem do Mar Vermelho e confisca ou bombardeia os navios israelenses, ou aliados dos israelenses, inclusive a grandes distâncias. O líder do Hesbolá lembrou também que após o bombardeio do Irã contra as bases militares de “Israel” a fama de ser inexpugnável de “Israel” esfarelou-se.
Analisou que a teimosia de Netaniahu em caminhar para o desastre e continuar o ataque a Rafá se deve à necessidade de apresentar algum tipo de vitória para encobrir seu fracasso. A proposta de cessar-fogo apresentada pelos mediadores do conflito, Egito e Catar, surpreendeu Netaniahu porque cumpria as exigências do Hamas, e, afinal, significaria a derrota de “Israel”.
Quanto aos EUA, patrocinador de “Israel”, Nasseralá explica que não se deve deixar levar pelas manobras teatrais do governo Biden, que não muda de posição em seu apoio inabalável ao sionismo. A posição dos EUA na ONU e no Tribunal Penal Internacional mostram com clareza esse fato. A recente suspensão de envio de mais armas para “Israel” é apenas uma disputa tática com Netaniahu. O líder do Hesbolá mencionou também as manifestações pela Palestina no mundo todo, pelos estudantes dos EUA, em toda a Europa e no mundo árabe, como um fruto direto da Operação Dilúvio de al-Aqsa, em outubro de 2023.
Falando sobre a questão dos refugiados sírios, Saiied Hassan Nasseralá disse que os EUA e a União Europeia estão procurando impedir seu retorno à Síria, apesar do apoio do presidente sírio, Bashar al-Assad, e do consenso já existente no Líbano sobre a questão. Apesar de toda a pressão do imperialismo sobre a Síria, o país sempre se manteve ao lado da resistência palestina.
Por fim, Nasseralá ressaltou as qualidades de combatente do mártir Saiid Mustafá Badreddine, e explicou que a resistência de hoje é o fruto cumulativo de todas as lutas passadas.





