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OTAN

Georgia: imperialismo tenta criar nova Ucrânia no sul da Rússia

Geórgia sofre pressão do imperialismo através de mobilizações organizadas pelo governo Biden em defesa de ONGs para desestabilizar o país

Um Projeto de Lei apresentado pelo Partido Sonho Georgiano, com maioria no Parlamento, tem causado manifestações e protestos na capital Tibilisi. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia em frente ao Parlamento e tentaram invadi-lo na noite de quarta-feira (1), enquanto prosseguem os tumultos contra o Projeto de Lei sobre “agentes estrangeiros”. 

Na quarta-feira (1), o Parlamento aprovou a segunda leitura do projeto de lei de “influência estrangeira”, com os legisladores votando 83 a 23 para adotar a medida. A aprovação obrigaria as organizações que recebem mais de 20% do seu financiamento do estrangeiro a registarem-se como “agentes estrangeiros”. 

A oposição classificou como “uma lei russa”, fazendo uma comparação com a legislação que foi aprovada na Rússia em 2012 e que desde então foi ampliada. Os opositores insistem em afirmar que o governo utilizará a legislação para reprimir a dissidência e os meios de comunicação independentes. O PSG argumenta que o projeto de lei está mais próximo da Lei de Registro de Agentes Estrangeiros dos EUA de 1938 e está em conformidade com os padrões da UE.

Segundo a RT, o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze defendeu o projeto de lei no dia da votação, alegando que as ONGs e os meios de comunicação social estão explorando a sua falta de transparência para “se envolverem em atividades que vão completamente contra os interesses do Estado e da sociedade georgianos”, incluindo “a propaganda de drogas e LGBT”.

A tentativa de sucumbir à medida é uma estratégia clara do imperialismo, visto que a região é do Cáucaso, é de importância para a Rússia e a Geórgia é um dos países em que a intervenção do imperialismo é mais antiga.

A tese de que seria “uma lei russa” vem sendo divulgada por praticamente todos os meios de comunicação ligados ao imperialismo. Para se saber como é uma questão extremamente delicada para os EUA, o Departamento de Estado Norte-americano chegou a soltar uma nota condenando o PL aprovado pelo parlamento georgiano, inclusive ameaçando que o PL é incompatível com a adesão do governo georgiano à EU e a OTAN.

Segue trecho da nota – “Os Estados Unidos condenam a legislação de ‘influência estrangeira’ inspirada no Kremlin, apresentada hoje cedo no parlamento da Geórgia e a falsa narrativa que os funcionários do governo adotaram para defendê-la. Os membros do partido no poder deixaram claro que a intenção da lei é silenciar as vozes críticas e destruir a vibrante sociedade civil da Geórgia, que serve como um controle crítico do governo em qualquer nação democrática.”

O PL que pode colocar um freio nas ONGs que servem aos interesses do imperialismo está desencadeando essas ondas de manifestações, claro, todas elas organizadas diretamente pelo governo dos EUA contra a Geórgia. Certo trecho da nota mostra a contradição dos EUA em relação aos protestos dos quais eles apoiam e os quais eles não apoiam ou não querem, como os que acontecem nesse momento em prol da Palestina nas universidades e o banimento do TikTok em todo país.

“Apoiamos o povo georgiano e o seu direito a que a sua voz seja ouvida. Condenamos o uso da violência contra protestos pacíficos, inclusive contra jornalistas que cobrem as manifestações. O uso da força para suprimir a reunião pacífica e a liberdade de expressão é inaceitável, e instamos as autoridades a permitir que os manifestantes não violentos continuem a exercer o seu direito à liberdade de expressão.”

O analista e ex-oficial de Inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, Scott Ritter, publicou um artigo com o título: “Sonhe, Geórgia… sonhe” onde ele relembra quando começaram os protesto no país: “jovens georgianos furiosos, muitos dos quais carregavam a bandeira azul e dourada da União Europeia ao lado da bandeira vermelha e branca da República da Geórgia”. Ou seja, desde o princípio era uma manifestação de tipo golpsita, da mesma forma que aconteceu em 2014 na Ucrânia. Ele defende o PL para que não aconteça com a Geórgia o que aconteceu com a Ucrânia.

“As linhas de batalha foram traçadas. O futuro da nação georgiana está em jogo. Neste momento, o governo georgiano parece estar empenhado em transformar esta legislação de registro estrangeiro em lei. Tudo o que é necessário agora é que um número suficiente de políticos georgianos se mantenham firmes nos seus princípios, que argumentam contra a Geórgia seguir o caminho sombrio em direção à “ucranização”. Os georgianos precisam de evitar o pesadelo da guerra e, em vez disso, sonhar com a paz.” Scott Ritter.

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