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Luan Monteiro

Membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária e da Aliança da Juventude Revolucionária.

Coluna

Histeria da Segurança Pública no Rio é para botar preto na cadeia

Aumento de roubo e arrastões são fachada para aumentar arbitrariedade policial nos bairros cariocas

Com a chegada do verão, a zona sul carioca é tomada por uma massa de populares buscando seu lugar ao sol – literalmente. Notícias sobre praias lotadas e sensações térmicas altíssimas são comuns neste período. Este ano, no entanto, outro fator está tomando conta dos noticiários: o suposto aumento da violência e dos arrastões.

Um caso em particular chamou a atenção da imprensa: um empresário foi agredido e roubado por uma meia dúzia de moleques. Para quem está acostumado com o Rio de Janeiro, as imagens não são tão surpreendentes como faz crer a imprensa histérica da Rede Globo.

Além disso, veiculam por aí alguns índices de aumento de roubos, furtos etc., com destaque para o bairro de Copacabana, que foi palco do caso do empresário agredido.

Junto à histeria, como era de se esperar, deu-se início às arbitrariedades da Polícia Militar, já conhecida pela sua truculência cotidiana. Por conta disso, uma disputa foi travada na Justiça, quando a juíza da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca da Capital, Lysia Maria da Rocha Mesquita, proibiu a apreensão de adolescentes sem flagrante durante a “Operação Verão”.

A liminar da juíza, no entanto, foi por água abaixo cerca de uma semana depois. O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Ricardo Rodrigues, revogou a liminar, alegando que a juíza teria tomado a decisão sem consultar o Estado e o Município, responsáveis pela “Operação Verão”. Além disso, o desembargador acrescentou que isso não infringe o direito de ir e vir.

Para os golpistas do jornal O Globo a decisão foi acertada: “Se a polícia só puder agir em casos de flagrante, estará impedida de atuar na prevenção de crimes”, declarou o jornal golpista em editorial publicado na quinta-feira passada, dia 21.

E continua:

“Claro que policiais precisam ter critério, não podem sair por aí detendo adolescentes negros e pobres só para justificar seu trabalho […] O trabalho da polícia, porém, não pode ser cerceado. Isso só beneficiaria os infratores, que se sentiriam livres para delinquir.”

As declarações do jornal dão um tom esclarecedor para o problema. Não dá para sair prendendo os pretos e pobres todos, precisa arrumar uma justificativa.

Que a Segurança Pública é um problema – não só no Rio, mas em qualquer lugar do País –, não é novidade para ninguém. Mas o que ocorre aqui é uma verdadeira campanha de terrorismo para deixar a população totalmente amedrontada. Não é a primeira vez que acontece e, certamente, não será a última.

Às vésperas do golpe, entre 2014 e 2016, a mesma campanha policialesca tomava conta da imprensa carioca. Aumento de roubos, justiceiros buscando vingança com as próprias mãos, Marcelo Freixo propondo iluminação nos postes para conter a violência, enfim, a típica loucura que atormenta a classe média, sempre preocupados com suas propriedades. À época, chegaram a cogitar acabar com uma linha de ônibus, o famoso 474 (Jacarezinho x Copacabana), para resolver o problema dos supostos assaltos constantes.

Reforço: não passa de uma campanha de terror. Se levássemos a sério o que a Globo noticia todo santo dia, ninguém mais sairia de casa para ir trabalhar tamanha a violência no Rio de Janeiro.

A campanha tem o mesmo objetivo de sempre: colocar preto e pobre na cadeia, a troco de nada.

Como se as celas já não estivessem cheias o suficiente, é preciso colocar mais gente lá. Mesmo que a pessoa tenha roubado uma carteira ou celular, devemos condená-la a um dos maiores infernos na terra, que são os presídios brasileiros. Ou melhor ainda, prender e apreender qualquer um, mesmo sem flagrante!

É a terra da arbitrariedade, onde o pobre tem mais é que se lascar. E ai de você se reclamar, pois estará defendendo bandido!

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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