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África vs imperialismo

A África e o fim do novo “Sonho Imperialista”

A necessidade de um debate na esquerda sobre a crise imperialista e a luta pela independência dos países africanos

A situação econômica, a Guerra Fria e a promoção do conflito do Vietnã, foram o pesado golpes político no imperialismo reverberando a esquerda pelas décadas seguintes. A falência do “Sonho Americano”, foi um marco, com os EUA sendo a última potência imperialista capaz de levar o regime mundial após a Segunda Guerra Mundial.

Entretanto, nem mesmo EUA tiveram a força necessária para subjugar o restante do mundo, a derrota no Vietnã, entre outras resistências populares, expôs essa fraqueza e abriu uma fase de oposição aberta ao imperialismo. Um bom exemplo foi o que aconteceu no Continente Africano, onde a mobilização da classe trabalhadora levou determinado relaxamento na forma dos regimes.

O golpe no Gabão foi comemorado nas ruas 30/08/2023

O fim das colonias formais

Como citado anteriormente, durante a década de 60 houve uma verdeira onde de independências. A tal ponto que as metrópoles, impotentes diante da independência certa das suas colonias, direcionava para o cenário mais benéfico possível.

Assim houve uma evolução onde regiões como Guiné, que estava sob domínio desde 1898, tiveram a sua independência nas décadas de 50 e 60. A frança foi um dos países imperialista perde esses a sofre esses processo. Entretanto, embora se houve a independência formal, não havia independência econômica de fato.

“Tivemos de desestabilizar Sekou Touré, torná-lo vulnerável, impopular e facilitar a tomada de controlo pela oposição. Uma operação desta envergadura envolve várias fases: a recolha e análise de informação, a elaboração de um plano de ação baseado nesta informação, o estudo e implementação de meios logísticos e a adoção de medidas de execução do plano. Com a ajuda dos refugiados guineenses exilados no Senegal, organizamos também maquis da oposição em Fouta-Djalon. A supervisão foi assegurada por peritos franceses em operações clandestinas. Armamos e treinamos estes opositores guineenses para desenvolver um clima de insegurança na Guiné e, se possível, para derrubar Sékou Touré. Entre essas ações desestabilizadoras, posso citar a operação ‘Persil’, por exemplo, que consistiu em introduzir no país uma grande quantidade de notas falsificadas guineenses para desequilibrar a economia.”

Exponha Maurice Robert, chefe do sector africano do Serviço de Documentação Externa e Contra-Inteligência (SDECE) de 1958 a 1968.

O Niger, é um ótimo exemplo, até este ano toda sua produção de urânio era vendida intermediada pela França com reembolso de apenas 2% do valor de mercado. Então, até há pouco a realidade do Níger era existir para abastecer com energia barata e prove lucros a França e seus monopólios.

A derrota no Afeganistão e o fim do novo Sonho Americano

O evento marcante neste século foi a derrota norte-americana no Afeganistão. A realidade é objetiva, não como impor uma política de rapina tão intensa sem ter o respaldo militar para tal. E a derrota no Afeganistão, com 40 milhões de habitantes, com 43,2% das exportações correspondendo a ouro e o restante a produtos agricolar, expôs a impotência do imperialismo.

Foi um golpe pesado na principal força imperialista, que não passou despercebido por todos os que estão em suas mãos de ferro. Grupos que a pouco serviam o EUA por questão de sobrevivência, hoje externam sua buscar por independência.

Guerra da Ucrânia

Se a Guerra do Afeganistão apontou uma fase de declino no imperialismo, a Guerra da Ucrânia, está se aproxima de uma “pá de cal”. Novamente, a incapacidade do imperialismo de vence até suas guerras por procuração colocar em questionamento sua supremacia militar sobre o restante do planeta.

Havendo inclusive divergência de sócios imperialistas menores, que estão pagando um alto preço em razão da guerra. Os custos econômicos e políticos, são demasiados altos para o imperialismo, em geral, e acabam por fortalecem as tendências a independência.

Nova onda

Se podemos chama de onda, o movimento histórico que houve nas décadas de 50, 60 e 70, que forçou uma mudança de política do imperialismo em relação as suas colonias, podemos dizer que estamos presenciando o início de uma nova onda.

Em 18 de agosto de 2020, ocorre um Golpe de Estado no Mali, com tendências nacionalistas. Em setembro de 2021, o presidente Alpha Condé foi derrubado, na Guiné, por militares com tendências nacionalistas.

Em setembro de 2022, Burquina Fasso, sofria um Golpe de Estado com tendências nacionalistas. Em 26 de julho de 2023, o presidente Mohamed Bazoum, foi deposto e o comandante da guarda presidencial, general Abdourahamane Tchiani, assumiu o poder.

Existem nesse momento mais 1500 soldados franceses mobilizados para intervir nestes países, mais Chade e Mauritânia, grupo conhecido como “G5 do Sahel”. Neste dia 30 de agosto foi a vez do Gabão, onde os militares depuseram Ali Bongo, e a situação segue indefinida.

Qual a novidade?

Nas últimas cinco décadas houve diversos golpes de estado em cada uma dessas nações. Entretanto, diferente da maioria dos anteriores, os golpes atuais tem um caráter nacionalistas e se oponha a política de rapina do imperialismo.

Esses golpes exponham uma tendência política contraria ao imperialismo. Ainda temos que considera que esses golpes são a manifestação mais extrema dessa tendencia política, expressa claramente na economia.

Expansão do Brics

A enorme quantidade de aplicação a participantes do Brics, bem como a expansão em si deste, demonstra a tendência dos países não desenvolvidos a buscar um alento perante o parasita imperialista.

O Brics, embora limitado na sua capacidade, expressa a fraqueza do imperialismo e, ao mesmo tempo, a luta dos seus hospedeiros pela liberdade. Da sua formação inicial, a atual expansão demonstrar essa tendencia política.

Debate “A Luta anti-Imperialista na África”

Manifestantes pró-junta diante de embaixada francesa no Níger30/7/2023 REUTERS/Souleymane Ag Anara

O cenário no continente africano é histórico. Há uma luta do povo mais explorado por uma real independência, mas pouco se debate na esquerda. A imprensa capitalista e da esquerda pequeno-burguesa no geral esconde ou até condena a luta desses povos.

É irônico os identitários que tanto falam na questão do negro, ignorarem a situação na áfrica ou na expansão dos Brics. Essa situação colocar na ordem do dia um debate real sobre essas políticas, e quais as orientações que contribuir com a luta real desses povos.

Por isso, o Partido da Causa Operária, o Centro Cultural Benjamin Péret, está promovendo debates abertos pelo país com o “A Luta anti-Imperialista na África”.

Debates na Paraíba

No estado da Paraíba, ainda esses mês, temos os seguintes debates com parceiros de esquerda:

Cabedelo-PB, 23/09/2023 às 14h, Rádio Web Cultural DDD83

Conde-PB, 30/09/2023 às 15h, Cifa & Alê Hospedaria

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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