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Banqueiros parasitas

Eles quebram o País, mas batem recordes de lucros

O parasitismo dos bancos em relação ao conjunto da sociedade, em particular sobre o povo trabalhador, é um dos maiores fatores de crise e evidencia o nível de degradação do capital

Graças ao endividamento de quase 80% das famílias brasileiras e da manutenção das taxas de juros do País no mais alto patamar do Mundo, em termos de juros reais (acima da inflação) os três principais bancos privados do Brasil obtiveram, juntos, no primeiro semestre deste ano, um lucro líquido recorrente de R$ 30,449 bilhões. 

O lucro líquido é calculado desconsiderando eventos extraordinários, tais como resultado com alienações de ativos, provisão para risco de crédito e receitas com dividendos e Juros Sobre Capital Próprio (JCP).

No “pódio” desta disputa ficou o grupo Itaú Unibanco, com lucros de R$ 17,2 bilhões, uma expressiva alta de 14,2% em relação ao mesmo período de 2022. Em seguida vêm o Bradesco que alcançou lucros de R$ 8,8 bilhões. Em terceiro lugar ficou Santander que lucrou R$ 4,45 bilhões.

Além do gigantesco roubo contra toda a população, como a expropriação de quase 50% do orçamento público federal (cerca de R$2,5 trilhões previstos para estes anos), da extorsão das famílias e do estrangulamento da economia nacional, os bancos conseguiram esses resultados por meio do contínuo aumento da exploração dos trabalhadores do setor. O Itaú-Unibanco, por exemplo, que já teve mais de 150 mil trabalhadores, no final do último semestre contava com 88.078 empregados, depois de ter demitido cerca de 1.500 trabalhadores neste ano. A mesma política, de fechamento de agências e demissão de bancários, vem sendo seguida por todos os bancos.

No quesito demissões, o Bradesco não fica atrás de ninguém e encerrou o primeiro semestre com quase 3 mil demissões em 12 meses, 928 no trimestre.

O nível de lucratividade que os bancos alcançam no Brasil não tem paralelo, o espanhol Santander. O balanço desse banco tornou evidente que as unidades brasileiras (que representam uma pequena porção do Banco em todo o Mundo) são responsáveis por 15,7% do lucro global do Santander, que foi de € 5,241 bilhões – alta de 7,1% em doze meses. O Santander, como os demais bancos privados e também os estatais, há anos lançam mão de grandes levas de trabalhadores terceirizados, com o que busca aumentar seus lucros e reduzir o gasto com salários.

Quando fechávamos essa edição, também foi divulgado que o Banco do Brasil apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 8,7855 bilhões no segundo trimestre de 2023, um crescimento de 11,7% na comparação com o mesmo período de 2022. Na comparação trimestral, o indicador subiu 2,8% em relação aos três primeiros meses do ano. Boa parte dos anos do BB e demais bancos estatais são transferidos para os especuladores privados que detém parte de suas ações e para os grandes capitalistas do campo e da cidade que recebem vantagens do Banco por diversas formas.

O parasitismo dos bancos em relação ao conjunto da sociedade, em particular sobre o povo trabalhador, é um dos maiores fatores de crise e evidencia o nível de degradação do capitalismo em sua etapa atual, imperialista. PAra garantir os ganhos bilionários dos bancos e um reduzido grupo de monopólios, dezenas de milhões são condenados à fome no País e se impõe um regime de terror, repressão e cassação dos direitos democráticos da maioria do povo. É a ditadura dos bancos.

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