Está em curso uma das piores chacinas já vistas em São Paulo, protagonizada pelas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA). Segundo os números oficiais, 14 pessoas já foram mortas. Segundo os moradores da Vila Bahiana, no município do Guarujá, esse número seria muito maior. Além disso, há inúmeros relatos e provas documentais de que houve tortura.
Ao que tudo indica, o massacre ainda irá durar. O governador de São Paulo, Tarcisio Freitas (Republicanos), já declarou que a operação irá durar 30 dias e deverá ser estendida a outras cidades.
O assassinato bárbaro de dezenas de pessoas teve, naturalmente, uma grande repercussão. De um lado, a extrema-direita saiu na defesa aberta da operação – afinal, para ela, “bandido bom é bandido morto”> A direita “tradicional”, hoje em dia chamada hipocritamente de “civilizada”, dividiu-se, por um lado, em falar que talvez tenha havido “excessos” e, por outro, colaborar com as versões da polícia sobre os acontecimentos. A imprensa golpista, por exemplo, afirmou que os mortos seriam “criminosos”, “líderes do tráfico” e “suspeitos” de assassinar um policial. Nenhum órgão da grande imprensa, contudo, deu voz aos moradores.
Como parte da campanha cínica para esconder o caráter criminoso da operação, a direita, cooptando para si setores da esquerda nacional, passou a dizer que a barbaridade da ação policial teria sido obra do “bolsonarismo”. Isto é, como se fosse algo novo, baseado no fato de que pela primeira vez em décadas o estado de São Paulo não estaria nas mãos da direita “civilizada”.
Não poderia ser mais ridículo. O massacre mais criminoso da história do País aconteceu sob o comando de um representante da direita “civilizada”: a chacina do Carandiru, quando o governador era Fleury Filho, do MDB. E foi também na presidência de Fernando Henrique Cardoso em que ocorreram outros massacres importantes, como o de Eldorado dos Carajás.
Tarcisio é um político direitista, repressivo e truculento. Mas em nada, nem mesmo nesse aspecto, se diferencia do que foram os governadores do PSDB.