O imperialismo a cada dia que passa caminha em direção a uma guerra contra os países que desafiam a sua autoridade. Rússia, China e Irã se colocaram no caminho do imperialismo em questões-chave da política global e desafiaram sua autoridade como polícia política do mundo.
A Rússia com sua invasão da Ucrânia, um dos bastiões da extrema-direita mundial e da política belicosa do imperialismo, desmantelou anos de ações do imperialismo na região e está mostrando ao mundo a inépcia dos governos imperialistas, resistindo às sanções e avançando cada dia mais sobre o território ucraniano, forrado de milícias nazistas e armado até os dentes com bilhões e bilhões de dólares em equipamentos militares de última geração.
A China desafia a supremacia do imperialismo na região e ameaça um ponto estratégico da economia mundial que é a produção de chips semicondutores em Taiwan, algo que poderia quebrar as pernas da economia mundial, caso houvesse uma invasão militar chinesa em Taiwan que repatriasse a ilha e tomasse conta dessa indústria de ponta, que hoje é quase uma exclusividade daquelas fábricas no mundo inteiro.
Por fim, o Irã, que hoje mostra ao mundo suas glórias militares, por ter derrotado o Estado Islâmico na região, um braço do imperialismo no Oriente Médio, e hoje coloca de joelhos a aberração nazista que é o estado de “Israel”. Esses países, em especial a Rússia, que está pelos bastidores em todas as incursões anti-imperialistas que vemos hoje, estão colocando em cheque a posição do imperialismo e as suas ações.
Claro que muito mais acontece pelo mundo, e isso é apenas mais um sinal da decadência do domínio imperialista global. Vimos a África se sublevar e agora vemos a Palestina se levantar em uma revolução armada contra o Estado de “Israel”, que levantou o mundo inteiro contra o imperialismo, dos muçulmanos aos estudantes norte-americanos.
O baque provocado por todas essas insurreições mundo afora é evidente, com a política interna norte-americana ficando cada vez mais indefinida e a crise nos países europeus se aprofundando cada vez mais. Toda essa bagunça deu lugar ao crescimento da extrema-direita no mundo inteiro, que é mais um sinal da crise da política imperialista. No Brasil, isso se expressa através do namoro da direita tradicional, representante do imperialismo, com a extrema-direita bolsonarista.
A América Latina, quintal do imperialismo norte-americano, é palco do início de uma contraofensiva do imperialismo diante das insurreições dos países atrasados. Já vimos o golpe na Argentina, que colocou no poder um maníaco ultraneoliberal, e iniciou um processo de choque econômico contra a classe operária, e vemos a movimentação do imperialismo em outros países, como fica evidente na Venezuela, com as manobras políticas eleitorais da direita venezuelana e no Equador, onde a situação saiu completamente de controle.
Nada indica que o Brasil terá um destino diferente desses países, até porque, para pôr ordem na casa, o imperialismo precisa que não haja governos que possam vir a contrariar o seu programa de choque contra os explorados. Por mais moderado que seja, o PT não é capaz de satisfazer os desejos do imperialismo, e vai acabar sendo vítima da campanha de reestruturação política do imperialismo no Brasil. A possibilidade de uma guerra em escala mundial coloca em perspectiva o lançamento de uma nova ofensiva golpista no Brasil, como a que vimos em 2016, para colocar novamente a extrema-direita no poder.