Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo na edição do dia 20 de maio, o “governador” do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, abriu o jogo. Ao ser perguntado sobre o fato de ter cortado de maneira brutal os investimentos nas áreas sociais, atendendo, assim, aos seus patrões, os banqueiros, Leite respondeu que:
“A agenda que se impunha ao estado era aquela especialmente aquela vinculada ao restabelecimento da capacidade fiscal do estado para poder trabalhar nas pautas básicas de prestação de serviços à sociedade gaúcha.”
Isto é, mesmo depois de ter visto mais de meio milhão de pessoas ficarem sem teto, mesmo depois de inundar mais de 400 municípios, Eduardo Leite teve a cara de pau de defender justamente a política que causou tudo isso. Isto é, a política de que a “capacidade fiscal do estado” seria a coisa mais importante do mundo.
O que o “governador” diz, no final das contas, é que não tem a menor importância se um órgão técnico do Estado fale que cidades inteiras podem ser destruídas, que centenas de pessoas podem morrer pela falência da infraestrutura do Rio Grande do Sul. A única coisa que tem importância, segundo ele, seria o “equilíbrio das contas públicas”. Em outras palavras, seria o pagamento das “dívidas” que o Estado contraiu, forçosamente, com os bancos. Dívidas essas que já foram pagas há muito tempo, por sinal.
A declaração de Eduardo Leite acaba por ser uma admissão do quanto a política da direita é criminosa e genocida. Em absolutamente nada a política de Eduardo Leite de salvar os bancos, antes de se preocupar com a população, tem de diferente da política do Estado de “Israel” de bloquear o acesso a comida, água e remédios para a população da Faixa de Gaza. Os bancos e especuladores, que financiam neoliberais como Eduardo Leite, não conhecem limites para a sua política.
Ao olhar para o passado com orgulho, Leite já indica o que fará no futuro. Na mesma entrevista, ele, o homem que inundou o Rio Grande do Sul, desdenhou da ajuda provida pelo governo federal, prometendo salvar o povo gaúcho. O problema é que, mantendo a “capacidade fiscal”, os únicos a serem salvos serão uma minoria de famílias ricas que nem moram no Brasil.
Leite deu o seu recado. Todo o dinheiro que cair em suas mãos, será repassado para os bancos. A população que se vire.