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Flávio Dino

Censura a Roger Waters é uma política nazista

Pedido do lobby judeu para impedir show de lenda do rock é uma medida repressiva e antidemocrática

Neste sábado (10), o jornal o Globo informou que o Ministro da Justiça, Flávio Dino, em conversa com Luiz Fux, teria ameaçado de prisão Roger Waters, fundador da banda Pink Floyd. O músico, que possui seis shows marcados no Brasil para os meses de outubro e novembro, está sendo alvo de cancelamento e perseguição política por suposta apologia ao nazismo.

A suposta ameaça de Dino teria se dado por ocasião de representantes da comunidade judaica brasileira terem supostamente formalizado pedidos perante o Estado brasileiro, requerendo que Waters seja impedido de realizar seus shows no Brasil.

O ministro informa que não recebeu nenhuma petição sobre apologia a nazismo que aconteceria em show. Contudo, não negou explicitamente a dita conversa com Fux. Ademais disto, transcreveu em seu perfil do Twitter dispositivo da Lei nº 7.776/1989, dizendo que essa norma vale para todos, inclusive estrangeiros que venham ao país, e que analisaria eventual denúncia que lhe fosse feita.

No Brasil, é crime, sujeito inclusive à prisão em flagrante: fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo […] Essas normas valem para TODOS que aqui residam ou para cá venham. Friso o que está na norma penal: “para fins de divulgação do nazismo”, o que OBVIAMENTE exige análise caso a caso”.

É sabido que as apresentações de Waters possuem uma grande teatralidade, baseada nos diversos álbuns conceituais que criou durante a carreira. Em um dos atos, como forma de sátira e crítica. Waters se utiliza de um figurino simulando o uniforme de um oficial fascista. Em face disto, Flávio Dino, ex-juiz, mostrando que ele deixou o aparato de repressão, mas o aparato de repressão não o deixou, disse que “se Roger Waters vestir uniforme nazista em show no Brasil, será preso

Desde que Roger Waters passou a denunciar o Fascismo Sionista do Estado de Israel, e a política nazista diária que é desatada contra os palestinos, tornando a Palestina em uma gigantesca Auschwitz no Oriente Médio, o ex-líder da banda Pink Floyd vem sendo perseguido de forma rotineira pelo imperialismo e por todos os seus lacaios.

A perseguição do imperialismo se aprofundou quando Waters assumiu uma posição antiimperialista a respeito da Guerra na Ucrânia. Waters prima pela paz, postura que vai de encontro aos interesses do imperialismo, que é o de continuar a guerra a fim de desestabilizar o regime de Putin, possibilitando uma eventual derrubada, para que ele seja substituído por algum lacaio dos EUA e da Europa Ocidente.

Apesar de afirmar que a Rússia não deveria ter desatado a Operação Militar Especial, penetrando no território da Ucrânia, Waters se destaca por denunciar Zelensky como um fantoche dos EUA e da OTAN, e por apontar o imperialismo como os principais responsáveis pelo conflito.

No contexto dessa perseguição, há algumas semanas o governo da Alemanha tentou de inúmeras formas impedir Waters de realizar um show de sua turnê “This is not a Drill”. Marcado para o dia 17 de maio, na capital Berlim, o show e Waters foram alvos de investigação pela polícia alemã, por suposta apologia ao nazismo.

Segundo o Estado Imperialista, Waters estaria fazendo apologia ao fascismo alemão ao utilizar um figurino que simula as vestimentas típicas de oficiais fascistas. O figurino faz parte das apresentações do músico desde 1980, quando da turnê do Pink Floyd, promovendo o álbum “The Wall”, sendo utilizado nas músicas “In the Flesh?” e “Run Like Hell”. O album, sendo uma Rock Ópera, acompanha o personagem principal Pink, uma estrela de rock propensa a explosões de violência, atormentada pelo vício em drogas, que possui relações pessoais marcadas pela infidelidade. Quando seu casamento desmorona, ele se reclui em sua mente, construindo um mundo imaginário, sendo um simbolismo de seu completo isolamento de qualquer contato humano.

Escondido atrás do muro, seus problemas mentais se intensificam, tornando-o em um ditador fascista dentro de sua própria mente.

É nesse contexto em figurino típico de um oficial nazista é utilizado. É um crítica ao próprio fascismo e ao nazismo, crítica esta que já é historicamente conhecida por quaisquer críticos musicais, sendo o álbum “The Wall” considerado uma obra prima da musica mundial, em grande parte por causa de seu conceito.

Vê-se, portanto, que a acusação feita contra Waters, de que ele estaria fazendo apologia ao nazismo, é uma farsa. E essa farsa é potencializada pelas falsas acusações de antissemitismo feita contra Waters, por sua posição política em prol dos palestinos.

Não há nenhuma apologia ao nazismo por parte de Waters. Pelo contrário, o que há é uma forte crítica, tanto ao nazismo como a quaisquer vertentes do fascismo.

Por trás das acusações feita contra ele, de que estaria fazendo apologia ao nazismo, está o interesse do imperialismo em perseguí-los por suas posições antiimperialistas em relação à Guerra na Ucrânia e ao Estado de Israel.

Assim, caso Flávio Dino, em conversa com Fux, tenha realmente ameaçado de prender Waters, estaria agindo de forma idêntica ao que o imperialismo alemão há algumas semanas.  E não seria a primeira vez que o Ministro da Justiça agiria em consonância com os interesses do imperialismo.

Desde o começo do governo Lula, Dino vem tomando medidas profundamente antidemocráticas. A pretexto de combater as “Fake News” e os episódios de violência nas escolas, o ministro desatou ofensivas contra o direito à liberdade de expressão em várias ocasiões. Dentre elas, busca instituir um regime de censura e vigilância nas rede sociais, inclusive obrigando-as a fornecer dados privados de seus usuários.

A cruzada de Dino pela censura, contra o direito democrático à liberdade de expressão, segue a exata cartilha do imperialismo.

Não se sabe ainda se suposta ameaça de fato ocorreu, afinal, não se pode confiar na imprensa burguesa. Contudo, não houve negativa explícita por parte do ministro. Dino não negou explicitamente que houve tal ameaça, em ocasião de conversa com Luiz Fux. Apenas disse, em seu twitter, que não recebeu nenhum pedido referente a uma suposta apologia ao nazismo por parte de Waters.

Contudo, ao negar, disse que tomaria as providências devidas, analisando o caso concreto. E o fez isto citando dispositivo legal que criminaliza a divulgação de símbolos nazistas.

Dessa forma, ao não negar expressamente a suposta ameaça e, ao mesmo tempo, citar dispositivo legal que tipifica como crime a divulgação de símbolos nazistas, ele alimenta a polêmica.

Sua postura, como Ministro da Justiça de um governo de esquerda deveria ser a de não intervenção em manifestações artísticas, sejam do próprio artista, seja do público. Deveria se colocar expressamente contra qualquer tipo de censura. Ademais disto, para uma pessoa que diz combater as “fake news”, sua postura contribui para propagar uma gritante mentira propagada pelo imperialismo contra Roger Waters.

Cumpre frisar que não seria surpresa se Dino tiver de fato defendido uma possível repressão contra Waters. Isto seria condizente com sua política de censura, vigilância, repressão em geral. Afinal Dino já foi do PSDB, principal partido representante dos interesses do imperialismo no Brasil. Apoiou Aécio Neve nas eleições de 2014. Hoje, é membro do PSB, uma legenda de aluguel do PSDB. E, como cereja do bolo, foi juiz federal de 1994 e 2006. Juízes, como todos sabem, são figuras centrais no aparato de repressão, sendo responsáveis por esmagar a população pobre, encarcerando milhares de trabalhadores nas sucursais do inferno que são as prisões brasileiras.

Assim, é necessário se opor a qualquer tentativa de censura, em especial aquela realizada contra a arte. Mesmo que Waters não venha a ser preso por ocasião de sua passagem pelo Brasil, é ainda possível que ele sofra o mesmo tipo de censura que sofreu na Alemanha, em que foi proibido de usar seu figurino, prejudicando o aspecto teatral de sua apresentação.

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