A vida do povo brasileiro fica cada vez mais dura. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelam que, pela segunda vez, desde o golpe de 2016, o recorde de desempregados há mais de dois anos foi superado. Segundo os dados oficiais obtidos nos primeiros três meses de 2021, são 3,487 milhões de brasileiros nessa situação chamada de desemprego de longa duração. De fato, muitos destes estão até há mais tempo nessa situação.
Esse tipo de informação constitui importante alerta sobre as condições de vida dos trabalhadores, mas é importante esclarecer que o problema é bem maior. Ainda olhando para os dados oficiais, temos cerca de 14 milhões de desempregados e quando incluímos aqueles que desistiram de procurar emprego, os que trabalham na informalidade ou fazendo bicos e outros, chegamos a uma enorme massa de cerca de 90 milhões de pessoas. Um contingente impressionante, que revela o tamanho da crise econômica e social na qual nos encontramos.
Esse quadro de terror é responsabilidade direta de Bolsonaro e de todos os golpistas, que operaram uma verdadeira operação de guerra contra a indústria nacional desde o golpe que tirou o PT do governo federal em 2016. Para favorecer as aves de rapina do capital internacional, golpearam duramente o processo de industrialização nacional, com enormes consequências para nossa economia.
Bolsonaro e pandemia, um aprofundamento da crise
O processo recessivo inaugurado no governo golpista de Michel Temer ganhou reforço com a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro, uma besta fera usada pela burguesia para ocupar o vazio eleitoral deixado pela decomposição das suas opções mais tradicionais para enfrentar o Partido dos Trabalhadores em 2018.
Em meio a um governo que prosseguia com os intensos ataques aos direitos trabalhistas, a pandemia do novo coronavírus caiu como uma bomba. Quem já estava desempregado viu cada vez mais distantes as oportunidades de reverter sua situação, com o progressivo fechamento de postos de trabalho e falência de empresas, especialmente as pequenas e médias. As estatísticas oficiais sobre o primeiro trimestre desse ano indicam que 6 milhões de trabalhadores desistiram de encontrar um emprego.
Cerca de 5,6 milhões de pessoas, por sua vez, foram incluídas na categoria dos subutilizados. Nada menos do que 33,2 milhões não têm emprego, trabalham abaixo das 40 horas semanais ou não preenchem requisitos exigidos para ocupar postos de trabalho disponíveis.
É preciso lutar contra o desemprego
Para diminuir a amplitude desse problema, o PCO defende a redução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, sem redução salarial. É preciso ampliar os postos de trabalho nas grandes empresas e indústrias para absorver essa massa de desempregados. Trabalhar menos para que todos trabalhem.
Os trabalhadores devem ocupar as fábricas e empresas fechadas e paralisadas para garantir o seu sustento. Elas devem ser estatizadas e mantidas sob o controle dos trabalhadores. Além disso, é fundamental uma campanha pela reestatização das empresas públicas que foram privatizadas e pela criação de um programa de obras públicas de infraestrutura para empregar um grande contingente de trabalhadores.
Além disso, não podemos abrir mão da luta por um auxílio emergencial de verdade, ou seja, de pelo menos 1 salário mínimo, por vacinação para todos e pela derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas.