Hoje, nos Correios

Greve e ocupação para derrotar a divisão, o general e a privatização

Só a mobilização combativa da categoria pode barrar as demissões, impor as reivindicações e barrar a privatização

Hoje, em praticamente todos os Estados do País, estão marcadas assembleias de mais de 30 sindicatos de trabalhadores dos Correios (Sintects), para deliberar sobre a greve geral da categoria, pelas reivindicações para o acordo coletivo 2019-2020 e contra a privatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), anunciada pelo governo ilegítimo de Jair Bolsonaro.

A cada recuo, um novo ataque do governo

A greve estava prevista para o começo do mês de agosto e os sindicalistas recuaram da mobilização, usando como pretexto uma proposta feita pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), prorrogando por mais um mês a vigência do acordo do ano passado, diante da falta de um entendimento entre a direção da ECT – que propunha rebaixar os salários e retirar vários direitos dos trabalhadores.

O governo Bolsonaro se aproveitou do recuo e anunciou a decisão de privatizar a ECT junto com outras 15 empresas estatais.

O mês passou. Não houve acordo. O TST propôs nova prorrogação do acordo desde que não houvesse greve. Os sindicalistas aceitaram, em nova capitulação.

O governo sentiu a fraqueza desses dirigentes e veio nova ofensiva. O general golpista Floriano Peixoto, atual presidente golpista da ECT protocolou documento (30/08), apresentando a recusa do governo golpista de em continuar as negociações do acordo coletivo de trabalho com os representantes dos trabalhadores dos Correios e prorrogar por mais 30 dias o acordo vigente.

O general declarou guerra conta os trabalhadores dos correios, Afirmou que o atual acordo precisa ser enxugado ao máximo, visando a privatização. Disse que irá transformar os  “carteiros motorizados” em terceirizadas, com a mentira de  que o custo desse trabalhador é de R$ 10 mil  por mês, enquanto um terceirizado custaria R$ 2.5 mil por mês. O documento também afirma que a direção da ECT tomará medidas de urgência para reduzir ainda mais os gastos com os trabalhadores que, segundo eles, chegam a 62% da receita da empresa. EM outras palavras, anunciaram que vem aí milhares de demissões nos Correios.

A revolta na categoria é geral. E não há outra arma dos trabalhadores para barrar as demissões, conquistar a reposição das perdas e outras reivindicações da campanha salarial e, principalmente, barrar a privatização, que não seja um poderosa greve da categoria.

A posição truculenta do general golpista Floriano Peixoto, braço direito do fascista Jair Bolsonaro só deixa mais mais evidente de que a posição dos sindicalistas dos Correios, ligado ao Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e direitoria do Sintect-MG – LPS) de ficarem com o “penico” na mão em frente ao TST, para conseguirem uma ajuda dos ministros biônicos do Tribunal, inimigos dos trabalhadores, é uma fantasia de criança.

O documento é uma declaração de guerra, o governo fraudulento de  Bolsonaro, através desse general golpista está dizendo claramente, não vamos manter mais a empresa ECT, como empresa pública, vamos entregá-la para os parasitas do mercado privado, e para isso, precisamos acabar com os direitos e benefícios conquistado pelos trabalhadores dessa empresa, portanto, não vamos dar nenhum centavo no acordo, e ainda queremos cortar seus benefícios, igualando-os a um trabalhador terceirizado.

Luta contra os pelegos ou unidade para recuar?

O governo deixou claro que não quer saber de conversa. Que vai prá cima dos trabalhadores dos Correios. Qualquer recuo nessas condições é pura traição aos trabalhadores e representa um apoio – de fato – ao governo golpistas e seus lacaios na direção da ECT.

A direção da traidora federação fantasma, a Findect, criada pelo PCdoB-MDB para dividir a categoria – e que comanda os sindicatos de São Paulo e do Rio de Janeiro -, como sempre fazem, propuseram adiar a greve, para dar mais tempo para o governo organizar seus ataques, para deixar os trabalhadores sem acordo coletivo e sem luta por mais alguns dias.

Há anos eles propõem a mesma política. Em vários momentos a categoria passou por cima dessa traição na maioria dos Estados, inclusive, pressionando – junto com as combativas bases de SP e RJ – pela realização da greve nesses sindicatos.

Cedendo à pressão dos pelegos da Findect, a direção da Fentect (Federação dos Trabalhadores dos Correios), formada pela Articulação/PT, PSTU/Conlutas e Intersindical) emitiu nota propondo – mais uma vez – um vergonhoso recuo, sendo apoiada – vergonhosamente pela direção do Sintect-MG (maior sindicato da Federação), que publicou nota, assinada por seu presidente, embelezando a proposta traidora da Findect afirmando que sua direção pelega “sinalizou pela realização de greve unificada com a FENTECT” (quando toda categoria sabe que eles estão dando o golpe do adiamento da greve para tentar quebrá-la) e anunciando que “a diretoria do SINTECT-MG proporá à sua assembleia, no dia 03/09, que se mantenha o estado de greve com a realização da mesma a partir das 22 horas do dia 10/09”.

 

Aprovar a greve. Passar por cima da política dos pelegos da Findect

 

O ativismo classista dos correios e sua imensa base combativa precisam se colocar contra essa operação de sabotagem da luta contra as demissões e a privatização.

Não pode haver a menor dúvida Somente a mobilização combativa, o enfrentamento da categoria com esse governo, a greve com ocupação dos prédios dos Correios pode impedir a privatização da ECT.

É preciso uma grande mobilização para as assembléias convocadas para hoje. Nessas assembléias, aprovar a greve já e exigir que os sindicatos que ainda não convocaram que o façam, imediatamente. Se as direções não convocarem as assembléias em sindicatos dominados por pelegos que tradicionalmente traem a luta da categoria e procuram semear a divisão, como as diretorias do Sintects de São Paulo e Rio de Janeiro, a oposição e a direção da Fentect devem convocar a categoria.

Não é hora de vacilar. Como a categoria dos correios ja fez inúmeras vezes, é preciso passar por cima da orientação vacilante ou traidora da luta da categoria e  parar toda a ECT e ocupar os prédios. E convocar um Encontro Nacional Extraordinário, com delegados de base, eleitos em assembleias e nos locais de trabalho para organizar a luta geral contra as privatizações.

É o momento de levantar os trabalhadores dos Correios de todo o País. A mobilização da maioria dos mais de 100 mil ecetistas, em todo o País, é uma arma poderosa para impulsionar a mobilização de outras categorias ameaçadas pelas privatizações, como petroleiros, bancários, eletricitários etc. E o conjunto dos trabalhadores contra o governo ilegítimo de Bolsonaro, que está destruindo o País e massacrando os trabalhadores, através da luta pelo “fora Bolsonaro!”.

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