Argentina

Governo Milei reprime brutalmente manifestação de aposentados

Segundo o Ministério da Segurança, sob o comando da direitista Patricia Bullrich, 124 pessoas foram presas: 94 homens e 30 mulheres. Pelo menos 15 ficaram gravemente feridas

Nessa quarta-feira (12), as forças policias do governo de Javier Milei reprimiram com gás lacrimogêneo, balas de borracha, cassetetes e empurrões manifestantes que participavam da tradicional marcha dos aposentados, que ocorre todos os anos desde o primeiro choque neoliberal na Argentina, que ocorreu durante o governo de Carlos Menem (1989-1999). Dessa vez, a manifestação se tornou mais explosiva devido à participação de membros das torcidas organizadas, que fizeram convocação para o protesto ao lado dos aposentados, e pela piora das condições de vida durante a presidência de Milei. Estudantes universitários e grupos tradicionais da esquerda argentina também participaram, entre eles o La Cámpora, grupo da ex-presidente Cristina Kirchner.

Segundo o Ministério da Segurança, sob o comando da direitista Patricia Bullrich, 124 pessoas foram presas: 94 homens e 30 mulheres. Pelo menos 15 pessoas ficaram gravemente feridas. Para reprimir a manifestação, Patricia Bullrich mobilizou cerca de mil agentes de diferentes forças federais fortemente equipados. Também foram mobilizados caminhões hidrantes e a polícia motorizada.

A concentração da manifestação estava marcada para 17h. No entanto, às 15h, a praça do Congresso já estava lotada de aposentados e torcedores de diversos clubes de todo o país, indicando que seria um protesto massivo. Segundo relatos da imprensa argentina, foi nesse momento que começaram os primeiros episódios de tensão com os policiais, que não permitiam que os manifestantes ocupassem a Avenida Entre Ríos. O principal motivo do protesto era a reivindicação por um aumento nas aposentadorias.

“Essas pessoas parecem não ter avós. Deve ser horrível o que sentem. Que pensem nos idosos que estão passando fome”, criticou um torcedor do Vélez, referindo-se ao impacto que as medidas de Milei terá para a população idosa.

Às 16h, os policiais começaram a empurrar e a jogar gás de pimenta sobre um grupo de torcedores e aposentados que tentaram bloquear a Avenida Rivadavia. Usando os mesmos métodos, agentes da Gendarmeria liberaram o trânsito na Avenida Callao.

Nesse momento, uma aposentada foi brutalmente agredida por um policial federal. A senhora estava parada junto a outros manifestantes quando um agente lhe deu um violento golpe de cassetete. Ela caiu bruscamente no chão, causando preocupação entre os presentes.

“Vejam como golpearam essa mulher. É uma imagem impressionante pela brutalidade. Infelizmente, essas coisas estão acontecendo. Além disso, o policial olha para trás para ser coberto por seus colegas e passar despercebido”, descreveu Jorge Rial, apresentador de um programa de televisão.

O médico Jorge Rachid, que atendeu a aposentada, contou que ela sofreu “um traumatismo cranioencefálico grave”, por isso foi encaminhada ao hospital.

Por volta das 17h, a situação estava totalmente fora de controle, com os caminhões hidrantes avançando e jogando água sobre as pessoas que estavam na calçada e na praça. Além disso, os policiais começaram a disparar balas de borracha.

Alguns manifestantes responderam jogando pedras e incendiando contêineres de lixo e barreiras de madeira para montar barricadas. Pessoas não identificadas incendiaram uma viatura. Também atearam fogo em uma moto da polícia de Buenos Aires.

Um governo ultraneoliberal como o de Javier Milei é, necessariamente, um governo profundamente repressivo. Não há como impor uma política de devastação econômica, que irá ser responsável pela morte de milhares – ou até milhões – de pessoas, sem o uso de métodos autoritários e violentos. Desde o início de seu mandato, Milei já sinalizava isso, tentando aprovar várias medidas para perseguir as manifestações contrárias aos seus interesses.

Chama a atenção que a repressão foi comandada por Patricia Bullrich, representante do macrismo – isto é, da corrente política que representa de maneira mais fiel os interesses do imperialismo no país. É a demonstração de que a ditadura de Milei, que adquire cada vez mais características fascistas, é apoiada integralmente pelo mesmo imperialismo que tanto faz demagogia com a questão da “democracia”.

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