Nordeste

Bahia: no governo do PT, um bolsonarista no comando da PM

Secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner declara guerra aos movimentos de luta pela terra

O secretário de Segurança Pública do estado da Bahia, Marcelo Werner, está colocando em prática, em pleno governo petista, uma política bolsonarista contra a população e os movimentos sociais.

No período recente, o secretário tomou medidas dignas do bolsonarismo mais violento. Uma das primeiras foi no caso dos índios pataxó da Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal e da Terra Indígena Comexatibá, nos municípios de Prado, Itamaraju e Porto Seguro, na região do Extremo Sul da Bahia.

Com apoio de Adolpho Loyola, secretário de Relações Institucionais (Serin), lançou a operação criminosa “Pacificar” em 19 de março. A Polícia Civil e a Polícia Militar da Bahia (Comando Regional Extremo Sul e companhias especializadas), o Departamento de Polícia Técnica e o Stelecom/Cicom Extremo Sul, com 35 equipes e 150 policiais civis e militares fortemente armados e acompanhados por helicóptero, iniciaram as ações criminosas contra os índios pataxó, invadindo as aldeias e retomadas com bombas de gás lacrimogêneo, tiros e dezenas de prisões. Uma verdadeira guerra declarada pelo governo do estado da Bahia contra os índios.

O resultado foram agressões, feridos, terror nas aldeias e 25 índios presos, sendo que 11 ainda estão nas penitenciárias com acusações arbitrárias, em que as únicas testemunhas são os próprios policiais. Policiais foram com fotos de lideranças pataxó, que provavelmente foram identificadas nas reuniões entre Adolpho Loyola e as lideranças dos índios durante a mediação de conflitos. Nenhum pistoleiro ou latifundiário foi incomodado.

Na semana passada, em 17 de maio, o secretário Marcelo Werner determinou o despejo, sem autorização judicial, com violência e brutalidade, das famílias do Acampamento Edivaldo Sena, no município de Rafael Jambeiro (BA), na Chapada Diamantina. Foram dez viaturas e cerca de 50 policiais militares fortemente armados, que atiraram bombas de gás lacrimogêneo e jogaram dezenas de famílias na rua após três anos de ocupação do latifúndio improdutivo. Segundo o MST, “a liminar concedida em março de 2025 pela Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia determinava que a desocupação deveria seguir o protocolo do STF, com aviso prévio mínimo de 45 dias, intermediação da Defensoria Pública e garantia de condições humanas de remoção das famílias”.

Mesmo com a decisão da Justiça, Marcelo Werner mandou os PMs expulsarem de qualquer maneira as famílias que trabalhavam no latifúndio ocupado. Mais um crime colocado na conta do secretário de Segurança.

Uma política de massacre do povo trabalhador

Uma das “pérolas” do secretário bolsonarista foi apresentada em suas redes sociais. Em 24 de março, Werner pediu aos deputados e senadores uma revisão no Código Penal:

“Todos sabem do nosso empenho e investimentos na Segurança Pública, mas, em paralelo, precisamos de uma revisão urgente do nosso Código Penal.”

O texto acima acompanha um vídeo com o bordão: “a polícia prende e a lei solta”.

Não é por acaso que a Bahia é o estado onde a polícia é mais letal. No ano passado, o estado registrou 1.557 mortes em ações da polícia — mais que a soma do segundo e do terceiro colocados, São Paulo (749) e Rio de Janeiro (699). A Bahia também lidera em números relativos, com 10,48 mortes a cada 100 mil habitantes. E, em 2025, esse número segue a tendência e deve ser ainda maior.

Em vez de criticar as ações criminosas da polícia, a política de Werner é de apoiar esses crimes e dar carta-branca para as forças policiais aumentarem seus ataques contra o povo.

É preciso exigir a sua demissão

A política e as ações contra a população e os movimentos sociais, além do incentivo aos crimes da polícia, revelam que Marcelo Werner é um bolsonarista infiltrado no governo do PT.

Os índios, que votaram massivamente no governador Jerônimo Rodrigues, que se apresentou como índio, ou os trabalhadores sem-terra, na esperança de ter um governo que atendesse às suas reivindicações e contivesse minimamente a violência policial, veem agora o comando da Segurança Pública do estado ser entregue a um bolsonarista, que comanda a máquina de guerra da polícia para atacar índios, trabalhadores do campo e da cidade, favorecendo latifundiários, pistoleiros e as arbitrariedades do Judiciário contra a população.

É preciso exigir a saída imediata do bolsonarista infiltrado Marcelo Werner da Secretaria de Segurança Pública e a indicação de uma pessoa ligada aos trabalhadores e aos movimentos sociais.

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