Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Ato com a direita em Brasília

Um “pacto de esquecimento” para esquecer o golpe de 2016?

Articulista do 247 pede para não esquecer os ataques da extrema direita ao País, mas ignora participação dos golpistas em celebração da "democracia"

No dia 7 de janeiro, a jurista Carol Proner publicou, no Brasil 247, um artigo intitulado 8 de janeiro: um pacto contra o esquecimento. Seria até um bom título para expressar a vergonhosa celebração que aconteceu em Brasília na última segunda-feira (8). Afinal, neste dia, a esquerda resolveu “esquecer” aqueles que participaram do golpe de 2016 e decidiu se confraternizar com todos eles em defesa de uma “democracia” que é, na verdade, uma piada.

Mas não é disso que o artigo de Carol Proner trata. Em seu texto, a jurista deixa claro concordar com a patifaria que recebeu o nome de “Democracia inabalada”:

“Ao mesmo tempo, é preciso celebrar uma das consequências inesperadas dos acontecimentos golpistas: uma surpreendente união de poderes e instituições que, com raras exceções, atuaram já nas primeiras horas da crise para conter o pior e, portanto, uniram-se para defender a democracia e, de certa forma, criar as condições de governabilidade já nos primeiros dias do novo governo eleito”.

Qual seria, então, o “pacto de esquecimento” ao qual Carol Proner se refere?

“Outras datas concorrem e precedem o 08 de janeiro para explicar os ataques ao sistema eleitoral: recordemos o violento 19 de dezembro de 2023, as depredações e incêndios por ocasião da diplomação Presidencial em Brasília; ou o dia 30 de outubro de 2023, 2º turno das eleições e a tentativa de interferência eleitoral lideradas pelo então diretor da Polícia Rodoviária Federal; a minuta do golpe e as comemorações violentas do 07 de setembro em cada ano, as ameaças nominais a Ministros do STF e suas famílias, a reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores de outros países para desacreditar as urnas eletrônicas; e como não lembrar os ataques com fogos de artifício simulando explosões à sede do STF por apoiadores acampados na explanada, proferindo advertências para que os Ministros se preparassem para o pior, isso em junho de 2020. Todos estes fatos concatenados fazem parte da investigação conduzida pelo Ministro Alexandre de Moraes no volumoso inquérito que ganha elementos sombrios, como as recém reveladas ameaças de enforcamento e o monitoramento, com ingerência externa, de aproximadamente 30 mil cidadãos brasileiros”.

Ou seja, em essência, para Carol Proner, a esquerda não deveria apenas se lembrar do “perigo” que teria sido o 8 de janeiro, mas também de uma série de outros eventos envolvendo a figura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De fato, a jurista acerta em considerar que a invasão da sede dos Três Poderes não foi a única iniciativa da direita no último período. Pelo contrário: enquanto as manifestações daquele dia não passaram de uma tentativa de desmoralizar o governo Lula, a esquerda sofreu, nos últimos anos, verdadeiros golpes de Estado. O governo de Dilma Rousseff foi derrubado em 2016, com base na atuação direta das instituições do próprio Estado e com o apoio de toda a grande imprensa, que se cartelizou para dar sustentação ao golpe. Em 2018, em um movimento semelhante, a burguesia impediu que Lula concorresse às eleições, em uma espécie de “golpe de Estado preventivo”.

O que Carol Proner tem a dizer de tudo isso? Para sermos justos, a jurista menciona alguns dos episódios relacionados aos golpes de Estado contra a esquerda. Diz ela:

“Como não lembrar do 30 de agosto de 2018, quando, por 06 votos a 01, os Ministros do TSE inabilitaram o então candidato Lula, deixando ao Partido dos Trabalhadores o prazo de 10 dias para substituir o candidato que concorreria contra Jair Bolsonaro? Como esquecer a farsa jurídica da Lava Jato? Como esquecer o papel omisso e disfuncional da Procuradoria Geral da República bloqueando denúncias e investigações que poderiam ter evitado o extremismo político no país”.

O problema de sua análise é que, se ela considera que o que aconteceu no 8 de janeiro de 2023 é uma continuidade do golpe de Estado, qual sentido faria em se confraternizar com os golpistas em 8 de janeiro de 2024?

O texto de Carol Proner é uma clara demonstração de que há uma tentativa, que vem, obviamente, da própria burguesia, em fazer com que aqueles que se envolveram na luta contra o golpe de 2016, que foram contrários ao golpe de 2016, substituam essa luta pela luta desesperada do “combate ao bolsonarismo”. Isto é, que, em vez de permanecer em combate contra o STF, a Polícia Federal, o Judiciário como um todo, a grande imprensa e todos os inimigos revelados pelo golpe de 2016, a esquerda tenha como seu único inimigo político o ex-presidente Jair Bolsonaro.

E, assim, faça do centro de sua luta não a luta contra os golpistas, mas sim o apoio político aos golpistas para que finjam que irão combater o bolsonarismo.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.