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São Paulo

Três golpistas é melhor que um?

Alex Solnik em coluna afirma que Lula deveria apoiar não apenas Boulos, mas Tábata Amaral e Ricardo Nunes para a prefeitura de São Paulo, um verdadeiro plano infalível

O portal Brasil 247, nesta quinta-feira, dia 1 de janeiro, publicou uma nova coluna de Alex Solnik, de nome: “Lula joga Nunes no colo de Bolsonaro”. Como o nome indica, o colunista acredita que Lula deveria buscar uma aliança com Ricardo Nunes, do golpista MDB, que prosseguiu a gestão tucana do município de São Paulo iniciada por Bruno Covas (PSDB), falecido durante o mandato. Para Solnik:

“É um equívoco Lula considerar que a eleição a prefeito de São Paulo será uma disputa entre ele e Bolsonaro. E, em vez de ter três candidatos, apostar apenas em um.”

Mas o que quer dizer com isso o jornalista? Se baseando no fato de que o PT não terá candidato próprio, mas apenas vice, afirma:

“Para começar, nem o partido de Lula nem o de Bolsonaro vão ter cabeça de chapa; só o vice. Seria, então, um duelo entre os vices.”

Em primeiro lugar, a colocação do duelo de vices é já uma farsa. Marta Suplicy saiu do PT durante a campanha do golpe, em 2015, apoiando a perseguição política ao justificar sua saída afirmando que não tinha como conviver com a corrupção, apontando a campanha golpista da imprensa contra o PT da seguinte forma: “os crimes que estão sendo investigados e que são diária e fartamente denunciados pela imprensa constituem não apenas motivo de indignação, mas consubstanciam um grande constrangimento”, ainda dizendo que foi “isolada e estigmatizada” pela direção do partido e que “Até onde pude, tentei reverter essa situação. Não fui ouvida”. Uma ampla participação na campanha golpista, quando era senadora pelo PT. Em outras palavras, a vice do PT não é, de fato, do PT. Prosseguindo:

“Nunes é do MDB, partido da base de Lula; Tabata é do PSB, partido da base de Lula, e Boulos é do PSOL, partido da base de Lula.

“Em vez de jogar Nunes no colo de Bolsonaro, Lula poderia entrar na disputa com três candidatos de sua base no Congresso e, dessa forma, não correr risco algum de derrota.”

Vemos aqui uma verdadeira aberração em termos de análise política. Para o jornalista, se formalmente um partido compõe a base do governo, o que já é um erro político enorme do PT, fazer alianças na forma de concessões por apoios meramente formais, isso se reverteria portanto num apoio efetivo. Nada mais longe da verdade e, para isso, basta observar o golpe de 2016.

Qual era a posição de tais figuras em 2016? Guilherme Boulos, o candidato que tem apoio do PT para a prefeitura, encabeçou a campanha do “não vai ter Copa”, campanha golpista contra Dilma Rousseff em plena marcha do golpe de Estado; Tábata Amaral assumiu como deputada na sequência, votando a favor da Reforma da Previdência, que acabou com as aposentadorias; e Ricardo Nunes é para todos os efeitos mais um tucano no MDB, partido de tucanos e partido central durante todo o processo do golpe de 2016. Ou seja, Solnik, prega que, ao invés de apoiar um golpista para a prefeitura de São Paulo, Lula e o PT deveriam apoiar três!

Solnik está certo em seu argumento, mas não da forma que coloca. Ao apoiar os três ou não, Lula realmente não tem chance alguma de derrota pois, tal como agora, ela é certa. Apenas que usando a estratégia do jornalista, Lula estaria ajudando a habilitar mais dois golpistas na política nacional. Num cálculo burocrático, afirma Solnik:

“Ao escolher apenas Boulos, Lula limita as suas possibilidades de sair vitorioso da principal disputa eleitoral do ano.”

De fato, pois que Guilherme Boulos não tem compromisso algum com o PT, como já demonstrado anteriormente. O PSOL da mesma forma apoiou a operação farsesca da Lava Jato, o que por si só é motivo para não fazer alianças com a legenda pró-imperialista.

O cenário é muito ruim, e apenas um movimento completamente inverso ao indicado por Solnik pode levar Lula à vitória no município de São Paulo: não apoiar nenhum dos três golpistas. Denunciar todos pelo que são, e lançar uma candidatura de fato do PT, uma candidatura operária, que reflita a ampla base do partido. Caso contrário, veremos uma continuidade da política do PT de cavar a própria cova, e que terá o mesmo resultado que o ex-prefeito homônimo da mesma.

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