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Coluna

Tio Paulo, professor Clayton e o aluno Carlos

"Sim, são 'caboclos querendo ser lordes ingleses' nas sombras da colonização que gerou baixa autoestima no DNA"

Tio Paulo, professor Clayton e o aluno Carlos: retratos de um Brasil sem empatia

“A Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus ao professor de educação física Clayton Ferreira Gomes dos Santos, preso na última terça-feira (16) sob acusação de sequestrar uma idosa em outubro de 2023.”

“Um estudante de 13 anos morreu na terça-feira, 16, uma semana após ser agredido por colegas no banheiro da escola estadual onde estudava, em Praia Grande, no litoral do Estado de São Paulo. A vítima era aluno do 6º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Júlio Pardo Couto. Aos pais, ele relatou que os colegas ‘pularam em cima dele’. O menino é Carlos Teixeira.”

“Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda está investigando o caso do idoso de 68 anos que foi levado morto a uma agência bancária em Bangu, na zona oeste da capital fluminense, na tarde da última terça-feira (16).”

Os recortes acima fazem parte de um momento, no mínimo estranho, em um país que vê as cores da bandeira manchada com o sangue de incautos. “Nos deram espelhos e vimos um mundo doente”, disse o cantor do grupo de rock Legião Urbana.

Sim, nos deram espelhos em troca de um servilismo indecente, em troca da mansidão imoral. E foram poucos os que escaparam da espada e da cruz. Fomos ultrajados e treinados pela corrupção estagnada do sistema pérfido.

Nossa evolução se fez às avessas; somos náufragos do excessivo apego às novelas, ao futebol, à má política e, de quebra, somos vigiados e punidos dia e noite por um Estado que veste o uniforme do carrasco, carrascos do menino Carlos, que teve a coluna destroçada; carrasco do professor Clayton, acusado injustamente de sequestro; e carrasco do tio Paulo, que não teve paz, nem depois de morto.

Casos como estes nos remetem aos homens impiedosos como Calígula, que governava Roma com a crueza da tirania: ele aumentou os impostos de maneira exagerada e ordenou a execução, por diferentes motivos, dos romanos mais ricos, com o intuito de ficar com seus bens.

Nero, que transformava cristãos em tochas humanas, e ditadores nazistas e totalitários que mataram em nome dos ideais de poder.

Nossos índios foram transformados em cabos eleitorais dos descendentes de seus algozes nesse caldeirão de efervescência desumana. Sim, são “caboclos querendo ser lordes ingleses” nas sombras da colonização que gerou baixa autoestima no DNA.

Quem viu o menino Carlos tremer de dor, ou assistiu ao vilipêndio do cadáver do tio Paulo por duas vezes – já que virou meme nas redes -, poderá perceber o nosso sofrido povo, que na base da pirâmide recebe míseros mil e quatrocentos reais de um micro salário.

“Afinal, o que há demais em prender um professor negro [Clayton Ferreira] sem prova, em um país onde a Casa Grande acorrentou, estuprou e esmagou gente como eu e vocês, por mais de 300 anos em fétidas Senzalas?”

Por isso a empatia virou artigo de luxo na casa dos brasileiros, especialmente daqueles que exploram este povo diuturnamente

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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