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Palestina

Soldado dos EUA se incendeia em protesto contra ‘Israel’

Em frente a embaixada de “Israel” nos EUA, Aaron Bushnell afirmou "não serei mais cúmplice do genocídio" e ateou fogo a seu corpo, falecendo horas depois

No domingo (25), um soldado da Força Aérea dos Estados Unidos se incendiou em frente à embaixada de “Israel” em Washington como protesto contra o genocídio na Faixa de Gaza. Ele afirmou: “não serei mais cúmplice do genocídio” e “estou prestes a me envolver em um ato extremo de protesto“. Aaron Bushnell publicou seu protesto ao vivo nas redes sociais:

Ele ainda afirmou: “em comparação com o que as pessoas têm vivenciado na Palestina nas mãos de seus colonizadores, isso não é extremo de maneira alguma. Isto é o que nossa classe dominante decidiu que será considerado normal“.

Bushnell foi levado às pressas para o hospital no domingo com “ferimentos críticos com risco de vida” e não sobreviveu. Ele é o segundo cidadão dos Estados Unidos desde dezembro a se autoimolar em frente à embaixada de “Israel”.

A sua última postagem antes de realizar seu ato nas redes sociais foi: “muitos de nós nos perguntamos ‘o que eu faria seu estivesse vivo na época da escravidão? Ou na época da segregação no Seul dos EUA? Ou durante o apartheid? O que eu faria se o meu país estivesse cometendo genocídio?’ A resposta é, você está fazendo. Neste momento“.

Sobre o caso, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO) durante sua Análise Internacional, afirmou: “foi uma medida extrema. Não acho que o correto a se fazer seja isso, mas, sem dúvida nenhuma, é um protesto de uma pessoa consciente e, eu imagino, uma pessoa que ficou muito afetada moralmente, emocionalmente pelos horrores que o país dele está promovendo. Acho que a maioria das pessoas não fará nada parecido, mas acho que a maioria das pessoas que pensam e sentem o problema, acho que é difícil de conviver no mundo com o que está acontecendo na Palestina“.

Nota do Hamas

Frente ao que ocorreu com Bushnell, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), o partido palestino mais popular do país e principal força da resistência palestina, emitiu uma nota. Confira:

“Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), expressamos as nossas mais profundas condolências e a nossa total solidariedade à família e amigos do piloto americano Aaron Bushnell, cujo nome foi imortalizado como defensor dos valores humanos e da opressão do povo palestino que está sofrendo por causa da administração norte-americana e das suas políticas injustas, bem como da ativista americana Rachel Corrie, que foi esmagada por uma escavadora sionista em Rafá em 2003, é a mesma cidade que Bushnell pagou com a vida por exercer pressão sobre o governo de seu país para evitar que o criminoso exército sionista o ataque e cometa massacres e violações.

A administração do presidente dos EUA Biden tem total responsabilidade pela morte do piloto do Exército dos EUA Aaron Bushnell devido à sua política que apoiou a entidade nazista sionista na sua guerra de extermínio contra o nosso povo palestino, pois ele deu a sua vida para lançar luz sobre o massacre sionista e limpeza étnica contra o nosso povo na Faixa de Gaza.

O heroico piloto, Aaron Bushnell, permanecerá imortal na memória do nosso povo palestino e dos povos livres do mundo, e [será] um símbolo do espírito de solidariedade humana global com o nosso povo e a sua justa causa.

O trágico acidente que custou a vida ao piloto Bushnell é uma expressão do crescente estado de raiva entre o povo norte-americano que rejeita a política do seu país que contribui para a matança e o extermínio do nosso povo, e que rejeita a violação dos valores humanos universais por parte do seu governo, fornecendo cobertura para garantir a impunidade da entidade e de seus líderes nazistas frente a punição e responsabilização.”

Nota da Frente Popular pela Libertação da Palestina

No dia seguinte ao acontecimento, uma das mais antigas organizações da luta palestina, que atua hoje na Faixa de Gaza, publicou uma nota oficial:

A Frente Popular para a Libertação da Palestina expressa total solidariedade com a família de Aaron Bushnell e todos os simpatizantes norte-americanos. A Frente considera o ato de um soldado norte-americano se sacrificando pela Palestina como o mais alto sacrifício e uma medalha de honra, além de uma mensagem comovente ao governo dos EUA para interromper seu envolvimento na agressão.

A Frente afirma que a ação do soldado norte-americano Aaron Bushnell, da Força Aérea dos EUA, ao se incendiar em frente à embaixada sionista em Washington, D.C., em protesto contra a guerra em Gaza e pela “libertação da Palestina”, confirma a indignação entre o povo norte-americano devido ao envolvimento oficial dos EUA na guerra genocida sionista na Faixa de Gaza. Isso também indica que a causa palestina, especialmente nos círculos norte-americanos, está se enraizando mais profundamente na consciência global, revelando a verdade da entidade sionista como uma ferramenta colonial nas mãos de um imperialismo selvagem.

A Frente expressa total solidariedade com a família do soldado e todos os simpatizantes americanos que adotaram uma postura honrosa e cuja luta e pressão para interromper o genocídio na Faixa de Gaza não cessaram. Isso confirma que o ato de um soldado americano sacrificando sua vida para chamar a atenção do povo norte-americano e do mundo para a situação do povo palestino, apesar de sua natureza trágica e da grande dor envolvida, é considerado o mais alto sacrifício e uma mensagem comovente crucial ao governo dos EUA, indicando seu envolvimento em crimes de guerra em Gaza e a rejeição crescente do povo norte-americano a esse envolvimento, pedindo ao governo que cesse esse apoio à entidade sionista.

A Frente enviou uma mensagem ao soldado árabe para tomar esse soldado americano, que sacrificou sua vida por uma causa nobre como a palestina, como exemplo e modelo, e deixar as trincheiras de espera e incapacidade, movendo-se para a trincheira do confronto em apoio à Palestina e seu povo que está sendo massacrado, cercado e faminto à vista e escuta do mundo, a poucos quilômetros das terras árabes e metros das fronteiras.

A Palestina será vitoriosa enquanto estiver profundamente enraizada na consciência do mundo, e a história registrará em letras douradas os nomes de todos os simpatizantes e pessoas livres do mundo que se posicionaram ao seu lado.

Frente Popular para a Libertação da Palestina

Departamento de Imprensa Central – 26/2/2024

A imprensa burguesa despreza o mártir

O portal norte-americano Time, no artigo em que divulga a morte de Bushnell, condenou seu ato como indisciplina militar:

“Porta-vozes da Força Aérea dos Estados Unidos confirmaram à CNN, ao New York Times e ao Washington Post que o homem que se incendiou, antes de sua identificação pública, era um militar em serviço ativo. A política do Departamento de Defesa estabelece que membros em serviço ativo não devem ‘se envolver em atividade política partidária’. Regulamentos militares também proíbem o uso do uniforme durante ‘discursos públicos não oficiais, entrevistas, piquetes, marchas, manifestações ou qualquer demonstração pública que possa implicar sanção ou endosso pelo Departamento de Defesa ou pelo Serviço Militar’”, diz a publicação

A manchete do New York Times também foi alvo de críticas Homem morre após se autoimolar do lado de fora da Embaixada de Israel em Washington, diz a polícia. É uma clara tentativa de diminuir o impacto da notícia que, apenas pelo vídeo, com certeza leva a grande comoção na população norte-americana.

Em oposição à imprensa imperialista, o cartunista árabe Mohamed Sabané publicou uma homenagem ao soldado:

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