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EUA

‘Sionismo criou um pseudo-judaísmo”, dizem judeus da Torah Jews

Criada em 2002, congregação reunindo de rabinos e comunidades de judeus em diversos países denúncia agressão sionista à fé judaica

Fundada em 2002 na cidade norte-americana de Nova Iorque, a Torah Jews é uma organização composta por judeus ortodoxos de várias comunidades e apoiada por “rabinos no Reino Unido, nos EUA e Israel”, segundo o perfil oficial da entidade no X, declarando ainda, em seu sítio oficial, ter um duplo objetivo: “1) Divulgar a mensagem de que o Estado de Israel não representa os judeus ou o judaísmo. 2) Alcançar nossos compatriotas judeus com livros, artigos e discursos sobre a visão da Torá sobre o exílio, a redenção e a condição de Estado judeu”.

A organização lembra, em sua página oficial, que “o movimento sionista começou há cerca de 130 anos, iniciando esforços para construir um estado judeu na Terra Santa”, mas que “a grande maioria dos rabinos lutou contra esse novo movimento [grifo nosso] e desencorajou os judeus de se unirem a ele”, alegando duas razões primordiais para a oposição ao sionismo e à fundação do Estado de “Israel”, que seriam:

“1. Defender um fim político e militar para o exílio judaico nega a própria essência de nossa existência na Diáspora. Estamos em exílio por decreto divino e só podemos emergir dele por meio da redenção divina. Todos os esforços humanos para alterar uma realidade metafísica estão fadados ao fracasso e ao derramamento de sangue. A história claramente comprova esse ensinamento.

  1. O sionismo não apenas negou nossa crença fundamental na redenção celestial; também criou um pseudo-judaísmo que vê a essência de nossa identidade como um nacionalismo secular. Consequentemente, o sionismo e o Estado de Israel têm consistentemente se esforçado, por meio de persuasão e coerção, para substituir uma compreensão divina e centrada na Torá de nosso povo por um materialismo armado.”

No X, a oposição a “Israel” é reforçada por meio de publicações como a abaixo, em que o rabino Moshe Silverstein critica o lobby sionista AIPAC, que, segundo, podem ser chamados de qualquer coisa, “mas certamente, não de judeus”. Diz o rabino:

“A AIPAC não é uma organização judaica. Somos judeus americanos que não têm dupla lealdade a Israel. Uma organização judaica é apenas aquela que segue o que o judaísmo determina!”

A pode ser consultada no vídeo abaixo, legendado em português:

https://x.com/warfareanalysis/status/1828084780598182061

Em outra publicação, a questão nacional e a distinção entre nacionalidade é destacada pela entidade, que reforça: “somos judeus americanos”, acrescentando ainda que, “ser judeu tem a ver com a religião que praticamos, não com a nacionalidade”, conclui.

https://x.com/TorahJews/status/1826656151062335781

Por fim, no sítio oficial da Torah Jews, a entidade denuncia o tratamento dispensado pelos monopólios de comunicação a esta importante voz divergente da política imperialista de apoio ao sionismo, responsável por tornar “os esforços dos judeus tradicionais para demonstrar sua oposição ao Estado de Israel frequentemente ignorados pela imprensa convencional”, diz o sítio. Os judeus opositores da invasão imperialista da Palestina denunciam, também, que “um grande número de judeus ortodoxos vê a ideologia desse estado como diametralmente oposta aos ensinamentos do judaísmo”. Abaixo, reproduzimos o manifesto da entidade, disponível no sítio da organização:

“O movimento sionista fundou o Estado de Israel em 1948, e a oposição judaico-ortodoxa ao Estado de Israel continua até os dias de hoje. A organização Torah Jews é dedicada a informar o mundo, e em particular o público e os políticos americanos, que nem todos os judeus apoiam a ideologia do Estado de Israel. De fato, um grande número de judeus ortodoxos vê a ideologia desse estado como diametralmente oposta aos ensinamentos do judaísmo tradicional.

Embora os rabinos tenham se oposto ao movimento de fundar um Estado, eles não se opuseram a que judeus vivessem na Terra Santa, e de fato muitos rabinos importantes e suas comunidades foram transplantados para a Terra Santa após o Holocausto. Nossa preocupação primordial é a paz e a segurança de todas as pessoas em todo o mundo, incluindo aquelas que vivem na Terra Santa. Nós apoiamos e oramos pela paz para o povo do Estado de Israel, mas acreditamos que eles deveriam idealmente viver lá sob um estado não-judeu e não um [Estado] judeu.

Estamos preocupados com o equívoco generalizado de que todos os judeus apoiam o Estado de Israel e suas ações coloque em perigo os judeus em todo o mundo.

Buscamos dissociar os judeus e o judaísmo tradicional da ideologia sionista através de:

  1. Provar que a fundação de um estado judeu independente é totalmente contrária aos ensinamentos do judaísmo tradicional, baseando-se em citações das Sagradas Escrituras, dos Sábios Talmúdicos e de Rabinos de todas as gerações.
  2. Fornecer documentação histórica sobre a ideologia e criação do sionismo, os apoiadores do sionismo e o impacto negativo de suas ações sobre o povo judeu nos últimos cem anos, incluindo suas atividades durante o Holocausto e até os dias atuais.
  3. Publicizar os esforços dos judeus tradicionais para demonstrar sua oposição ao Estado de Israel, esforços que são frequentemente ignorados pela imprensa convencional.

Também visamos alcançar nossos irmãos judeus que nunca estudaram o assunto do sionismo a partir de uma perspectiva da Torá e que apenas foram ensinados o lado sionista da história. É nossa esperança que todos os nossos companheiros judeus em breve abram seus olhos, retornem à Torá e rejeitem essa ideologia que substitui a antiga esperança judaica pela redenção de D’us por uma falsa redenção e um Estado iniciado por seres humanos.”

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