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Juca Simonard

Editor da revista Na Zona do Agrião e redator do Dossiê Causa Operária

Coluna

Seleção Brasileira, estamos contigo

A imprensa esportiva brasileira se guia por apenas um fundamento: atacar nosso futebol nacional

A Seleção Brasileira, agora sob o comando de Dorival Júnior, se prepara para enfrentar duas seleções europeias, Inglaterra e Espanha. Duas partidas amistosas que serão disputadas no sábado (23) e na terça (26), respectivamente, e vão iniciar os trabalhos tanto da Canarinho em 2024, como do próprio Dorival. 

Vamos sem nosso craque Neymar, voltando de lesão, e alguns dos convocados inicialmente pelo comandante da Seleção. Mas vamos com algumas novidades, entre eles os brasileiros do Porto, Wendell, Pepê e Galeno, assim como uma maior quantidade de jogadores que jogam em times brasileiros, nove no total.

Pode-se discutir se os atletas convocados por Dorival são os melhores nomes ou não. Afinal, apesar das ofensivas do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros setores da burguesia, a liberdade de expressão ainda é um direito (contanto que não se fale nada que vá contra os interesses das classes dominantes).

No entanto, vejo já algumas críticas fortes a Dorival na imprensa sem nem mesmo ver como se portará a Seleção nas próximas partidas, que serão usadas de teste. Isso porque a imprensa esportiva brasileira se guia por apenas um fundamento: atacar nosso futebol nacional. 

Para melhor explicar isso, publico abaixo, na íntegra, um panfleto que nós, do Zona do Agrião, escrevemos na ocasião da Copa do Mundo, em novembro de 2022. No mais, estamos contigo, Dorival! Amassemos esses gringos e calemos os papagaios imperialistas!

Futebol e imperialismo

Ou por que defender incondicionalmente a Seleção Brasileira

Diante das publicações do PCO sobre futebol, alguns indivíduos se questionam por que o partido faz uma intensa campanha em defesa da Seleção Brasileira. Nas últimas semanas, o PCO denunciou os ataques da imprensa à Canarinho, assim como a perseguição sofrida por alguns jogadores, notadamente Neymar, o craque brasileiro, maestro do time nacional.

Setores da esquerda pequeno-burguesa, na tentativa constante de desmoralizar o partido, buscam ridicularizar as posições apresentadas pela nossa imprensa. Alguns buscam confundir os incautos, apontando que nossa defesa da Seleção seria, na verdade, algo de cunho pessoal do partido com determinado jogador, como Neymar — principal alvo da campanha que visa desmoralizar os brasileiros. É uma tese ridícula que revela o caráter anti-popular dessas organizações de esquerda.

Mas, afinal, por que o PCO defende a Seleção? São vários fatores.

Primeiro, o partido entende que o futebol é um dos maiores patrimônios culturais do povo brasileiro. O esporte, tal como ele é jogado atualmente, com velocidade, dribles, gingas, é uma criação brasileira. O Brasil transformou um esporte relativamente estático criado pelos europeus em algo criativo, bonito e artístico. Nesse sentido, Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Zizinho, entre vários outros craques, devem ser considerados como impulsionadores de um novo método, que revolucionou o futebol e o transformou no esporte mais popular do mundo. Mas, se estes são os responsáveis por produzir a arte, foi a paixão do povo brasileiro pela bola que popularizou o esporte no mundo inteiro.

Foi a classe operária, principalmente negra, do Brasil que deu ao futebol seu caráter de massas. Não apenas pela revolução que promoveu na forma de se jogar futebol, como também no jeito em que se organizou para promover o esporte no País. Os clubes de futebol são, em sua maioria, resultado da organização militante do povo brasileiro para formar os primeiros clubes, criar os primeiros torneios, produzir os primeiros uniformes, construir os primeiros campos e os primeiros estádios.

Segundo, com a popularização do futebol ao redor do mundo, o esporte se tornou o principal centro de especulação capitalista no meio esportivo. O caráter parasitário do imperialismo também aparece no futebol. Os capitalistas buscam de todas as formas transformar um esporte legítimo da classe operária em mais uma forma de obter lucros exorbitantes. A Copa do Mundo, nesse sentido, é uma mina de ouro para os tubarões do meio esportivo.

Acontece que o Brasil, na condição de país capitalista oprimido, é alvo de um constante processo de sabotagem para não vencer a competição. O País do futebol, maior vencedor da Copa do Mundo (com cinco competições), não pode simplesmente vencer a Copa, pois isso não atende os interesses dos capitalistas ingleses, franceses, alemães, entre outros. A vitória de uma seleção europeia envolve o estímulo do mercado interno da Europa, além de fatores políticos para os países europeus. Nesse sentido, é preciso conter o melhor futebol do mundo, isto é, a Seleção Brasileira. A política imperialista contra o futebol nacional é ainda mais agressiva no período que vivemos, justamente pela profunda crise do imperialismo mundial.

Por isso, a imprensa brasileira — capacho dos monopólios internacionais — tem em vista desmoralizar a Seleção, criar falsas polêmicas, promover a antipatia com os nossos jogadores, etc. 

O PCO, desta forma, se coloca na contramão da política de sabotagem. Defende o futebol brasileiro como o melhor do mundo e denuncia as artimanhas dos países imperialistas para sabotar o Brasil. Essas manipulações são perceptíveis com os fatos que decorrem ao longo dos anos. Mas o raciocínio lógico já revela o esquema. Nas outras modalidades de futebol — areia, futsal, fut7 — o Brasil é soberano absoluto, muito distante de qualquer outro país. No entanto, no futebol de campo, o que envolve mais interesses capitalistas, temos cinco títulos mundiais, e, apesar de sermos o País mais campeão, somos seguidos de perto por italianos e alemães, com quatro títulos cada um. A conclusão óbvia é que, não fosse a manipulação capitalista, o Brasil teria ainda mais distância com o resto do mundo.

Assim, o partido, ao defender a Seleção na Copa, se coloca em oposição completa à política de controle do esporte pelo imperialismo. O PCO se coloca na defesa do patrimônio da classe operária nacional e, portanto, da luta dos povos oprimidos contra os monopólios capitalistas. A defesa de Neymar — ridicularizada pela esquerda pequeno-burguesa, a direita e os setores anti-populares — não é de cunho pessoal, e sim político, por entender que o camisa 10 da Seleção é alvo de constantes ataques na busca de desmoralizar o futebol nacional para atender aos interesses capitalistas sobre o esporte.

A esquerda e a direita que se colocam contra a Seleção são, portanto, serviçais dos interesses dos monopólios estrangeiros. E, neste período de Copa, é contra eles que o PCO deve realizar uma ampla polêmica em defesa do hexacampeonato mundial.

Zona do Agrião

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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