Nessa segunda-feira (3), o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, afirmou que os Estados Unidos estão à beira de um “erro de cálculo fatal”.
“Gostaria de alertar os agentes norte-americanos contra erros de cálculo que podem levar a consequências fatais. Por alguma razão pouco clara, eles subestimam a seriedade da resposta que poderão enfrentar”, disse Ryabkov a jornalistas.
O comentário do diplomata russo teve com base o anúncio feito por Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, de que a Ucrânia tem permissão para utilizar armas norte-americanas contra o território russo. “E isso foi direto para o presidente [Biden] e, como vocês ouviram, ele aprovou o uso de nossas armas para esse propósito. No futuro, continuaremos a fazer o que temos feito, que é adaptar e ajustar conforme necessário”, afirmou Blinken.
Enquanto essa mudança de política por parte do governo Biden ainda não havia sido confirmada, Vladimir Putin, presidente da Rússia, afirmou que a exigência feita pelo governo de Vladimir Zelenski de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) permitisse que a Urânia utilizasse suas armas para atacar o território russo de maneira profunda “pode levar a sérias consequências”.
“Esta escalada constante pode levar a sérias consequências. Se estas sérias consequências ocorrerem na Europa, como se comportarão os EUA, tendo em conta a nossa paridade no domínio das armas estratégicas? Difícil de dizer. Eles querem um conflito global?”, afirmou o chefe do Executivo russo.
Ryabkov, durante coletiva de imprensa, também comentou a afirmação de Putin, pedindo aos norte-americanos que gastem “parte do seu tempo, que provavelmente desperdiçam em jogos de computador, a julgar pela sua abordagem cabeça-dura a questões sérias”, considerando as palavras do presidente russo.
Ao mesmo tempo, Kajs Ollongren, ministra da Defesa dos Países Baixos, afirmou que a Ucrânia tem a permissão para usar da maneira que quiser os 24 jatos F-16 que os holandeses darão ao país. As declarações foram feitas ao jornal norte-americano Politico.
“Estamos aplicando o mesmo princípio que aplicamos a todas as outras entregas de capacidades, ou seja: assim que entregarmos [os jatos] à Ucrânia, ela poderá usá-los”, explicou a ministra.
A Bélgica também anunciou, recentemente, o envio de 30 jatos F-16. Entretanto, Alexander De Croo, primeiro-ministro belga, afirmou que qualquer arma entregue aos ucranianos só pode ser utilizada dentro do território reivindicado pela Ucrânia. Além disso, na semana passada, o ministro de Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, afirmou que o governo ucraniano pode utilizar os 19 jatos F-16 prometidos a ele para enfraquecer a Rússia “ao destruir instalações militares em território russo”.
A guerra na Europa está chegando a uma nova etapa a medida que a OTAN e os países imperialistas, como um todo, aumentam sua agressão contra a Rússia. Afinal, o que a Holanda e outros países estão oferecendo à Ucrânia são jatos que podem comportar até mesmo bombas atômicas.
No fim, os Estados Unidos querem escalar o conflito na Europa, pois sabem que a derrota na Ucrânia é praticamente inevitável. A Rússia, conforme indicam as declarações de Putin citadas acima, acompanha o imperialismo e dobra a aposta, mostrando que não vai recuar diante das declarações e medidas que estão sendo tomadas pelo imperialismo.
Na edição dessa segunda-feira (3) do programa Análise Internacional, transmitido pelo Diário Causa Operária no YouTube, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), afirmou que “as manobras de propaganda OTAN são uma tentativa de ocultar o que está acontecendo, o desastre está dado e não será recuperado”. Entretanto, Pimenta destaca que essa escalada pode aumentar ainda mais o conflito, empurrando o mundo para a guerra:
“Mas queria chamar atenção para o seguinte: isso pode levar à ampliação do conflito. Não dá para ter certeza que isso está sendo administrado de maneira moderada. É uma situação delicada, perigosa e inflamável. Uma tendência do imperialismo é jogar o mundo em uma guerra generalizada, a sua situação é desesperadora”, afirmou Pimenta.



