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Governo federal

Quem é o principal inimigo dos trabalhadores?

PCB é incapaz de entender que é o imperialismo o principal inimigo dos trabalhadores, e não o operário que governa o Brasil

No último dia 2 de fevereiro, foi publicado no portal do PCB na internet, artigo chamado Derrotar o neofascismo e a conciliação de classes, assinado por Milton Pinheiro.

Pelo título da matéria, já fica claro quais os dois principais inimigos a serem combatidos: o “neofascismo” e a política de conciliação de classes, o que nos faz concluir, logo de início, que o imperialismo não é um inimigo tão importante.

Durante todo o texto, o autor não explica o problema das classes em luta no Brasil e no mundo. Que classe representa a extrema-direita? Que classe representa o PT? Qual a relação entre essas classes? Para o autor do texto, tudo é um problema abstrato, a política e a ideologia estão como que flutuando, sem base real.

“Com o fim do primeiro ano do terceiro governo Lula, as indicações da luta política afirmam que nem a tradicional mediação da conciliação de classes lulista teve espaço em 2023. O projeto burguês venceu sem a mínima presença de qualquer contenção da social-democracia tardia ou de qualquer ato mais sério do governo petista. É relevante citar, para que não pairem dúvidas, que não é o governo que vai representar os interesses da classe trabalhadora.”

De onde vem essa pressão contra o governo? Que “projeto burguês” é esse? O autor não sabe explicar. Para ele, o governo do PT poderia representar os interesses dos trabalhadores, mas foi derrotado. Por quem? Por quê?

O autor não explica que o caráter do governo do PT é a conciliação de classes, ou seja, um governo que não representa os interesses dos trabalhadores, mas que procura algumas políticas populares, ao mesmo tempo em que sede aos interesses da burguesia. Que o governo não conseguiu avançar em quase nada no que diz respeito à medidas populares, é fato, mas qual seria o motivo?

“Por um lado, as forças da centro-direita e a direita no parlamento estão muito confortáveis com a postura do governo e sua forma inerte de fazer política. No outro canto do governo, forças sociais democráticas fingem que o país está avançando e que o principal é ganhar eleições.”

O autor afirma no título da matéria que a conciliação é inimiga a ser derrotada. Mas ele sequer consegue estabelecer as contradições entre as diferentes políticas no governo. Ao chamar o governo de “burgo-petismo”, o autor está colocando o PT, com sua política de conciliação e reformista, ou seja, um partido de esquerda com inúmeras limitações, no mesmo saco que a direita. A direita que está no governo seria a mesma coisa que as forças petistas, é uma análise totalmente sem sentido.

A maneira correta de colocar a questão não é essa. É óbvio que o governo Lula não consegue fazer quase nada porque está emparedado pela direita. Mas uma política correta seria identificar essas contradições.

O autor ignora que o inimigo central não é a política de conciliação de classes que está sendo emparedada pela direita, mas a própria direita. E não a extrema direita, mas os setores da direita pró-imperialista, da direita tradicional.

Esses setores são simplesmente ignorados pelo autor. Para ele, é conciliação versus fascismo. O problema é que o imperialismo empareda o governo de conciliação enquanto promove o fascismo.

Assim, o autor esquece de citar o principal inimigo dos trabalhadores: o imperialismo. Não faz sentido falar em combate ao fascismo no mundo sem apontar que ele é principalmente um produto do imperialismo.

“Enfrentar nas ruas o neofascismo é a lógica que deve mobilizar a esquerda revolucionária, suas organizações e aliados. Hoje, se faz necessário constituir um amplo instrumento de frente única desses setores político-sociais. Mas, não podemos deixar de compreender que onde a social-democracia capitula à ordem da ideologia neoliberal da austeridade fiscal, a classe trabalhadora e segmentos populares são seduzidos pelo projeto da extrema-direita e do neofascismo.”

Certamente, a luta contra o fascismo é importante. Mas, para o autor, o fascismo é uma abstração. Por exemplo, no Brasil, o fascismo pode ser o bolsonarismo, mas também pode ser o STF com sua política de censura, golpista. Nesse momento, o STF é muito mais perigoso do que o bolsonarismo. O STF, por exemplo, age de acordo com os interesses imperialistas no Brasil.

O bolsonarismo, embora seja uma ameaça, não é a principal ameaça. Não nesse momento. E ele se tornará uma ameaça real quando o imperialismo decidir apoiá-lo. Bolsonaro foi eleito com a ajuda de toda a direita, embora não fosse o candidato preferencial da direita tradicional.

Foi a direita tradicional, ou seja, o braço direto do imperialismo no Brasil, que deu o golpe e colocou a extrema-direita na rua. O autor ignora tudo isso. Para ele, a luta é contra um fascismo abstrato e uma conciliação de classes abstrata.

Sem as coordenadas corretas, não é possível mobilizar o povo contra os inimigos corretos. O que o PCB acusa no governo, de fortalecer a extrema-direita, ele também faz ao não identificar no imperialismo o principal inimigo dos trabalhadores.

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