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Religião

Quantos cristãos o identitarismo converterá com xingamentos?

Articulista do Brasil 247 usa caso Robinho para atacar evangélicos

No artigo Robinho, o seguidor de Cristo, e a igreja evangélica como abrigo de criminosos, publicado pelo Brasil 247, o cantor Ricardo Nêggo Tom debocha do fato de que o ex-jogador de futebol Robinho, condenado pela Justiça italiana por estupro, publica mensagens religiosas em seus perfis nas redes sociais. Segundo ele, isso seria prova de que “a igreja cristã sempre foi um berço para o descanso de criminosos supostamente arrependidos e que se transformam em perseguidores das liberdades individuais após terem sido ‘restaurados’ na fé“.

Não haveria porque Nêggo Tom se espantar com o fato de que a igreja cristã acolher “criminosos” que se digam “arrependidos”. O cristianismo, enquanto doutrina, está repleto de ensinamentos que vão neste sentido. Não foi Jesus Cristo que disse, diante do iminente linchamento público de Maria Madalena, que “atire a primeira pedra” aquele que “nunca pecou”?

É um argumento, portanto, ridículo. Mas o que realmente chama a atenção é a malícia de seu argumento. Ao dizer que a igreja cristã é um “berço” para o “descanso de criminosos”, o cantor insinua que a igreja seria, por si, uma fachada para a atividade de “criminosos”. Poderíamos concluir, portanto, que, embora Nêggo Tom não tenha coragem de admiti-lo, que uma política acertada consistiria em perseguir as igrejas.

A preocupação em perseguir os “criminosos” nunca foi uma perseguição da esquerda, mas sim, da direita. É a direita que formulou o famoso lema “bandido bom é bandido morto”. São os candidatos da direita que se destacam por propor pena de morte e aumento da repressão. A política da esquerda não é a de declarar guerra ao “bandido”, como se esse fosse um elemento estranho à sociedade. A política da esquerda é a de denunciar a sociedade capitalista e como ela é responsável por todas as mazelas sociais.

A insinuação de que a igreja, por ser um “lar de criminosos”, mereceria ser perseguida é, por sua vez, uma abominação. É uma política, curiosamente, de caça às bruxas, uma política que se assemelha à da Santa Inquisição, da ditadura militar ou da Alemanha Nazista.

Essa concepção, no entanto, é bastante esclarecedora no que diz respeito ao identitarismo. Para os identitários, os problemas sociais não são resolvidos pela luta de classes, por uma luta, portanto, coletiva. Tudo se resume à perseguição àqueles que pensam diferente do identitário. Trata-se de uma ideologia, portanto, não de um setor oprimido, mas sim de um setor opressor.

Um negro identitário, por exemplo, não defende a unidade dos negros pelo fim da polícia e pela derrubada de todo o regime de opressão que vive. Ele defende a luta individual de um negro por um cargo, defende a hostilidade entre oprimidos: negros contra brancos, mulheres negras contra homens negros, negros retintos contra negros mais claros etc. E assim é a filosofia de Nêggo Tom para a religião: todo cristão deve ser encarado como um inimigo, como um animal irracional, como alguém que deveria ser necessariamente combatido por suas crenças.

Essa ideologia, além de reacionária e de muito se assemelhar ao fascismo, ainda traz o ônus de empurrar todo um setor da classe operária para o bolsonarismo. Afinal, o cristão que lê Nêggo Tom não se convence de abandonar a sua religião, mas acaba por identificar a esquerda, da qual Nêggo Tom se diz porta-voz, como um inimigo de sua religião. O cristão que não é progressista, diante da pregação de Nêggo Tom, acaba por se afastar ainda mais da esquerda.

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