Segundo alguns colunistas da imprensa burguesa, Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, teria aceitado um convite do presidente Lula para regressar ao Partido dos Trabalhadores (PT). Marta, que atualmente é filiada ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), será, segundo a imprensa, candidata a vice-prefeito na chapa comandada por Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições municipais deste ano,
Por parte de Marta Suplicy, tal política é plenamente compreensível. Oportunista, Suplicy age como um típico político burguês. Como seu partido atual não aceitaria integrar a chapa de Guilherme Boulos, a ex-prefeita trocaria de legenda. Para o PT, no entanto, é uma política absolutamente injustificável.
Marta Suplicy não é do PT. Ela deveria permanecer no MDB, pois ela, inclusive, apoiou o golpe de Estado de 2016, rompendo, então, com o partido que lhe projetou.
O raciocínio dos famigerados “marqueteiros” é o de que Marta iria aumentar os votos que Boulos irá receber. Como já dito por Alex Solnik, seria uma estratégia semelhante à do PT nas eleições de 2022, quando Lula convidou Geraldo Alckmin para ser seu vice. O fato é que a participação de Geraldo Alckmin na campanha não ajudou Lula a ter mais votos; pelo contrário, os diminuiu. Além disso, Boulos não é um candidato de esquerda. Boulos é um candidato tipicamente tucano.
O PT, ao entrar neste jogo, está, no final das contas, sendo completamente sucateado. Em troca de um apoio muito rarefeito para o governo Lula, o partido está entregando tudo o que tem.
A política do PT em São Paulo tem sido constantemente comparada com a estratégia eleitoral do PT no Rio de Janeiro. A comparação é absolutamente correta. A política no segundo estado mais importante do País foi catastrófica. O partido derreteu no Rio de Janeiro, assim como irá acontecer em São Paulo. A política do PT servirá apenas para eleger candidatos da direita e colocar o partido no caminho de sua liquidação.