Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Ucrânia

PSTU defende o imperialismo verdadeiro contra o imaginário

PSTU fantasia sobre suposto levante operário na Ucrânia para apoiar o imperialismo norte-americano e europeu contra os russos

Apesar de estar mais do que claro que o Leste Europeu é palco de um conflito entre o imperialismo mundial, representado pela OTAN, e a Rússia – um país atrasado -, o PSTU e suas organizações de estimação insistem na ideia absurda de que se deveria apoiar a Ucrânia no conflito, demonstrando uma adaptação vergonhosa à política do imperialismo e se desmoralizando diante de toda a esquerda e o movimento operário mundial.

No entanto, eles não ligam. Recentemente, publicaram mais uma matéria em que deliram a respeito dos acontecimentos e se atrapalham para, no fim, chegarem à conclusão de que devem apoiar os ucranianos e o imperialismo norte-americano, que os utiliza como bucha de canhão. No texto, eles colocam que o conflito entre Ucrânia e Rússia é um grande exemplo de resistência da classe operária ucraniana, ao mesmo tempo em que defendem que Zelensky, o presidente da Ucrânia, seria um “agente da colonização imperialista”. Nada mais confuso do que isso. Se Zelensky é um agente da colonização imperialista, por que se deveria apoiar seus anseios militares em mandar os operários ucranianos morrerem ao se enfrentarem com os russos?

Logo no início do texto, eles já colocam: “Tal como definimos desde o início, a Ucrânia está travando uma guerra de libertação nacional partindo de sua condição de país semicolonial. Por isso, objetivamente, enfrenta todos os imperialismos e o sistema capitalista como um todo”. A colocação de que a Ucrânia seria uma semi-colônia é interessante. O país está dominado por um governo golpista, colocado ali por influência do imperialismo. Portanto, ele seria uma colônia do imperialismo e não da Rússia, como dá a entender o PSTU.

No entanto, o PSTU não caracteriza que o ocorrido em 2014 teria sido um golpe de Estado e não apoiou a luta das organizações operárias contra o golpe naquele momento. Segundo eles, o Euromaidan, que foi nitidamente orquestrada e impulsionada pelo Departamento de Estado dos EUA, impulsionando os grupos de extrema-direita ali presentes, teria sido uma “imensa ascensão de massas”, a qual foi contida pela burguesia com a colocação do governo Poroshenko, seguido de Zelensky. Trata-se de uma história sem sentido. Se o Euromidan foi uma vitória e um levante das massas, por que não foi colocado no poder um governo que correspondesse a esse movimento? Qual foi a derrota que sofreram as massas naquele momento para que subissem esses governos traidores? Evidentemente que não se trata disso.

O PSTU caracteriza como um movimento da classe operária as movimentações militares lideradas pela OTAN, com armamento da OTAN e apoio de todos os países imperialistas do mundo. Segundo eles, “A classe operária armada e a heroica resistência das massas foram o fator essencial que permitiu à Ucrânia resistir dois anos à agressão de uma das maiores potências militares”. Isso é ridículo e absurdo. É evidente que a Ucrânia só não foi totalmente atropelada pelos russos porque, por questões políticas, Putin conteve o nível da ofensiva em território ucraniano, e porque os ucranianos estavam bem guarnecidos com armamentos, tropas e inteligência provenientes do imperialismo mundial.

A realidade é que a classe operária ucraniana está sendo enviada para esse conflito para morrer com as balas dos russos. Apesar de o governo da Ucrânia se apoiar sobre grupos nazistas e de extrema-direita, o conflito está sendo travado pelos trabalhadores da Ucrânia, o que o PSTU vê com bons olhos. Não se trata de revolução nenhuma, é apenas a boa e velha guerra, onde a classe operária morre e a burguesia os envia para morrer.

Ainda nesse sentido, o texto diz: “A resposta das massas a esta situação não pode mais ser esperada Crescem as mobilizações e a organização das famílias de soldados, exigindo rotatividade dos que combatem e que o tempo de serviço na frente seja reduzido para 18 meses… O que expressa a crescente da tensão social”. A própria citação já demonstra que existe uma crise em toda sociedade ucraniana em torno do problema da guerra. A desmoralização pela derrota e o fato dos interesses a serem defendidos serem os mais podres possíveis, geram uma reação muito negativa de todo o povo.

O ponto central do texto, no entanto, é a ideia de que a guerra seria uma guerra entre dois imperialismos. De um lado, o imperialismo norte-americano e europeu, e do outro lado, o “imperialismo” russo (uma fantasia política defendida por grupos aloprados como o PSTU e sua internacional de brinquedo). Muito já foi dito a respeito da ideia ridícula de classificar um país como a Rússia como “imperialista”. Trata-se de uma nação cuja principal fonte econômica é a exportação de matéria-prima, que não possui nenhuma influência sobre os grandes monopólios internacionais, nem é capaz de ditar os rumos da economia dos outros países atrasados. O melhor que se pode dizer da Rússia é que ela é uma potência regional com grande poderio militar.

No entanto, o PSTU insiste na tese do “imperialismo russo”. Ainda se fosse verdade, o conflito, então, seria entre dois imperialismos. Ao defender a Ucrânia, portanto, o PSTU estaria tomado o lado de um dos imperialismos em questão. Trata-se de uma posição totalmente contrarrevolucionária.

Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, o pretexto para que os aliados declarassem guerra à Alemanha foi a invasão de um país pequeno e atrasado, a Polônia. Os comunistas deveriam, por isso, estar ao lado da França e do Reino Unido? É claro que não. Da mesma forma, a defesa da Ucrânia hoje é apenas um pretexto para apoiar o imperialismo.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.