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Editorial

Política de desarmamento serve apenas à direita

Defesa do genocídio palestino pela direita é um sinal de alerta vermelho para a esquerda brasileira, que deve ter no Hamas um exemplo de como combater o recrudescimento do fascismo

O jornal golpista Folha de S.Paulo publicou uma matéria informando que “o crescimento do número de armas nas mãos dos CACs [caçadores, atiradores e colecionadores] tem contribuído diretamente para o aumento de ocorrências de roubo, furto e extravio de armamentos, alimentando, consequentemente, o comércio ilegal” (“CACs notificam o Exército sobre o desvio de quase 6.000 armas em seis anos”, Raquel Lopes, 22/5/2024), o que seria um resultado da “política armamentista de Jair Bolsonaro”. A esquerda gostou do ataque à política de armamento civil, tanto que a notícia foi repercutida pelo Brasil 247, um grave equívoco pelo qual o campo será cobrado, por dois motivos.

Em primeiro lugar, por se tratar de uma política anti-popular. Não custa lembrar os insensíveis esquerdistas, mas quando submetido à consulta popular, a política de desarmamento foi rejeitada pela população por uma estrondosa maioria, superior a 60%.

Contra o desejo expresso pelo povo, a política de desarmamento foi implementada, abrindo um flanco para a demagogia da extrema direita. Demagogia porque, como se viu nos quatro anos de governo Bolsonaro, fora um relaxamento das duras restrições existentes, o ex-presidente muito pouco fez para que a população recuperasse o direito de se armar e se defender.

Em segundo lugar, tão ou mais importante quanto a questão democrática, é a acentuada mudança no clima político, do País e do mundo. Até a noite do último domingo, mais de 36 mil palestinos foram assassinados por “Israel”, uma contagem que desconsidera o destino de cerca de outros 10 mil palestinos desaparecidos, certamente mortos e soterrados nos escombros de Gaza.

Outros 80 mil palestinos foram feridos nos bombardeios criminosos realizados pelas forças sionistas, em ataques abertamente defendidos pela máquina de propaganda imperialista. O fato das críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, às monstruosidades de “Israel” ser tão energicamente respondidas pela direita são uma evidência eloquente de que, não tarda, o imperialismo defenderá o mesmo no País.

Sobretudo para a esquerda, nessa hora, a política de desarmamento se revelará um equívoco suicida. De um lado, as forças controladas pelo imperialismo, as polícias, os militares, o exército de milícias privadas armados até os dentes. De outro, a esquerda, literalmente desarmada para enfrentar uma situação nova, análoga à encontrada pela Resistência Palestina contra a ditadura sionista.

Em todo o mundo, a ditadura global se prepara para uma guerra de grandes proporções e naturalmente, para uma ofensiva inédita contra os direitos democráticos da população. No Brasil, é perceptível que as diferenças entre a direita tradicional e o bolsonarismo foram superadas, o que permitirá ao campo concentrar suas atenções no combate aos trabalhadores e à esquerda, de modo a implementar no País, custe o que custar, a política desejada pelas potências imperialistas na conjuntura de crise severa que se descortinou após o 7 de outubro.

É preciso não apenas acabar com a política de desarmamento, mas chamar o povo a estar preparado para se defender, de armas nas mãos, contra os ataques da burguesia imperialista às massas trabalhadoras. Os sinais de grande conflagração que a nova etapa da crise do imperialismo dão impõe a superação do pacifismo estéril, que servirão apenas aos propósitos dos opressores, que tampouco desistirão de usar a violência, mas se sentirão estimulados pela certeza de que os oponentes não podem se defender. Esta é uma lição deixada pelo martírio do povo palestino e o Hamas, um exemplo de como se deve combater as ameaças que pairam sobre a classe trabalhadora brasileira.

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