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Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática. Fundador do PCO, integra a sua Executiva Nacional. Atuou na fundação do Coletivo de Negros João Cândido. Liderou a criação e coordenação dos Comitês de Luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. Secretário Sindical Nacional do PCO, coordena a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, da CUT.

Coluna

Polícia ou esquadrão da morte?

"Operação Escudo 2" já matou quase 30, repetindo ação criminosa da Polícia que se repete por todo o País

Até sexta-feira (16), os números oficiais – sem qualquer credibilidade – já anunciavam um total de 26 mortos na draconiana “Operação Escudo” versão 2024 – agora rebatizada de “operação verão” – realizada na Baixa Santista, pela máquina de guerra contra a população pobre que é a Polícia Militar em São Paulo e em todo o País.

A Operação Escudo original, iniciada em julho do ano passado, terminou com 28 pessoas mortos após 40 dias de duração. Em ambos os casos, o pretexto é o anúncio feito pela própria Polícia de que policiais teriam sido assassinados por supostos criminosos.

Não há pena de morte no País e qualquer pena, pela Lei em vigor, só poderia ser aplicada a qualquer cidadão após o devido processo legal e garantido o direito de defesa. Mas, para a Polícia, isso não tem importância. Essa máquina de “capitães do mato” está cima da Lei e fora de qualquer controle democrático.

Atualmente, quando há um enorme excedente de mão-de-obra (desemprego em massa) diante da crise capitalista, a burguesia e seus regimes de “democracia consolidada”, como no Brasil, mantêm em ação essas máquinas de guerra contra a população trabalhadora, pobre e, em nosso caso, de maioria preta, para aterrorizar os escravos modernos, eliminado parte deles sob o pretexto de que são criminosos ou apenas suspeitos.

Em todo o País, a Polícia matou, só nos últimos cinco anos, mais de 30 mil pessoas, mais de 6 mil em média por ano, quase 20 pessoas por dia.

No caso de SP, o governo tucano-bolsonarista de Tarcísio de Freitas (Republicanos) segue a sanha assassina de seus antecessores, os “democratas” do PSDB (muitos deles hoje no PSB) e seus consorciados.

No último dia 9 (véspera de carnaval), os amigos Leonel Andrade Santos, 36 anos, e Jefferson Ramos Miranda, 37, se encontraram em uma das ruas do Morro São Bento, em Santos. Segundo o relato jornalístico do site ponte.org. “o encontro rotineiro terminou com os dois baleados e mortos por policiais militares em mais uma ação da Operação Escudo. As famílias das vítimas denunciam que, após atirarem, os PMs debocharam da preocupação com o socorro médico. ‘Eu gritava, implorava, me ajoelhei no chão. Pelo amor de Deus. Eles olhavam para mim e faziam a cara de risos, tiravam uma onda da gente’, conta a mãe de Jefferson, Katia Regina Matos, 54 anos”.

Os casos de Leonell e Jeferson se repetem aos montes e não apenas (infelizmente) na Operação Escudo, na qual até mesmo a inerte Defensoria Pública de São Paulo enviou um pedido inútil para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que a entidade demande o fim da Operação Escudo no estado.

A mão assassina da PM e de todo o aparato repressivo do Estado, só pode ser detida pela organização e mobilização popular, que crie – inclusive – comitês de autodefesa – e que tome as ruas pelo fim do genocídio da população pobre e trabalhadora, defendendo a DISSOLUÇÃO DA PM e de todo o aparato repressivo; o fim das Operações de caça ao povo pobre e preto e a punição dos responsáveis por tais crimes.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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