Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Oriente Médio

Oprimidos não devem esperar boa fé dos opressores

Sionista André Lajst calunia Hamas por não aceitar nenhum acordo humilhante proposto por ‘Israel’

Em publicação na rede social X, o sionista André Lajst afirma que “está mais do que clara a responsabilidade do Hamas no início e na continuidade dessa guerra”. A essa altura dos acontecimentos, dizer que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) é o responsável pelo início do conflito só pode vir de alguém muito mal-intencionado. Conforme demonstrado exaustivamente por milhares de pessoas envolvidas na luta em apoio à Palestina, inclusive pelo próprio Hamas, o povo palestino é vítima de agressões ininterruptas por parte de “Israel” há quase um século.

Meses antes da operação Dilúvio de al-Aqsa, milhares de palestinos se encontravam presos arbitrariamente. Na Cisjordânia, operações das forças de ocupação ocorriam frequentemente, aterrorizando e mesmo assassinando moradores dos bairros locais. Na Faixa de Gaza, um bloqueio econômico criminoso de mais de 15 anos condena a população à miséria extrema. Hoje, está mais que provado que dizer que o Hamas “iniciou” a guerra é um argumento que serve tão somente para criticar o direito dos oprimidos de reagirem a décadas de opressão.

O que há de efetivamente novo nas calúnias de André Lajst sobre a luta do povo palestino é a ideia de que o Hamas seria responsável pela “continuidade” do conflito por não ter acatado integralmente as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).

Exigir que o Hamas cumpra tudo o que vier da ONU só pode ser uma piada de mal gosto. Foi a ONU quem oficializou o roubo de 56% do território palestino para a criação do Estado artificial de “Israel”. A mesma ONU, por décadas, nunca tomou uma única medida efetiva para cessar a limpeza étnica da Palestina. Qualquer aceno positivo que venha da ONU será tão somente resultado da capacidade da resistência palestina, incluindo o Hamas, de pressionar a organização, e não dá boa vontade desta, uma vez que a organização só toma resoluções que tenham o aval dos Estados Unidos. Foram necessários seis meses, foi necessário que a ação do Hamas fizesse a popularidade de Joe Biden despencar, para que, finalmente, saísse uma resolução positiva.

O que há de positivo na resolução é que ela determina que, no período do Ramadã, haja um cessar-fogo temporário. Isto é, uma breve interrupção do genocídio que está sendo praticado pela entidade sionista. No entanto, em um aspecto fundamental, a resolução é insuficiente: ela determina que o Hamas liberte todos os seus prisioneiros, que são uma garantia importante em qualquer guerra, sem que obtenha outras garantias por parte de “Israel”.

Ao contrário do que fez o governo israelense, que afirmou publicamente que não iria cumprir a resolução, o Hamas celebrou a decisão e apenas acrescentou suas condições para que se chegasse a um entendimento. Afinal, lidando com “Israel”, uma entidade que nunca respeitou o direito internacional, o mero cessar-fogo não é suficiente. É por isso que o grupo islâmico diz que “afirmamos também a nossa disponibilidade para iniciar um processo imediato de troca de prisioneiros que conduza à libertação de prisioneiros de ambos os lados”. Essa é, ao contrário do que diz Lajst, a posição de quem está interessado no fim do conflito.

O sionista mente ao dizer que “apesar de inicialmente o grupo terrorista ter dito que aceitava a proposta, agora aparentemente voltou atrás e passou a exigir novamente um cessar-fogo definitivo, com a retirada completa das tropas israelenses do enclave e condicionando a libertação dos reféns à troca de prisioneiros palestinos em Israel”. O Hamas em nenhum momento falou que aceitaria entregar seus prisioneiros sem qualquer retorno. Pelo contrário: sua posição, expressa em inúmeras declarações públicas, sempre foi a de trocar os prisioneiros por um número muito maior de prisioneiros palestinos. É por isso, inclusive, que o povo palestino anseia. É público que o Hamas já apresentou uma proposta de cessar-fogo em três fases, que incluiria a troca de prisioneiros e a reconstrução de Gaza.

O fato é que “Israel” não tem interesse no cessar-fogo porque sabe que isso significaria praticamente a dissolução do governo de Benjamin Netaniahu. É por isso que sabota completamente qualquer tentativa de acordo. O governo sabe que qualquer acordo será visto como uma vitória extraordinária do Hamas e que, uma vez terminado o enfrentamento militar, terá início um grande enfrentamento entre o governo e a própria sociedade.

Mas a discussão mais importante neste caso não é quem está interessado em terminar o conflito. O que as calúnias de André Lajst revelam é que, para ele, o oprimido é quem deveria se rastejar perante o opressor para conseguir um acordo de cessar-fogo. Para ele, é “Israel”, que não respeita nenhuma lei, que estabeleceu um regime de apartheid, que ensina a suas crianças que os palestinos são uma sub-raça; que precisaria de garantias de que o Hamas não irá lhe “atacar”. É algo que apenas reforça o compromisso de André Lajst com a carnificina em Gaza.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.