Nas últimas semanas, a Polícia Federal, um dos pilares do golpe de Estado de 2016, retomou uma ofensiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em questão de dias, surgiram novidades sobre o caso Marielle Franco, um deputado bolsonarista foi acusado de utilizar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar desafetos do ex-presidente e a PF deflagrou uma operação que resultou na prisão do presidente do Partido Liberal, o PL.
A operação mais recente causou uma euforia entre os que desejam a prisão de Bolsonaro. Afinal, 33 pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão, várias delas integrantes do núcleo duro do bolsonarismo. O próprio Bolsonaro teve o seu passaporte apreendido.
Toda a base da operação é uma delação. Isto é, uma acusação sem provas e forjada na própria Polícia Federal. Trata-se, portanto, de uma ilegalidade, o que faz da operação uma perseguição contra o ex-presidente.
O senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente da República, utilizou seu espaço no Congresso para acusar a operação de ser persecutória. Mourão, inclusive, caracterizou a situação brasileiro como uma “não normalidade”, que estaria se encaminhando para um regime autoritário que irá “suprimir a oposição”.
Bolsonaro, na medida em que está sendo alvo de operações cujo objetivo é claramente político, está sendo perseguido. E ser perseguido, por sua vez, não fará com que sua base recue, mas sim que fique mais radicalizada.
O caso Bolsonaro é, neste sentido, semelhante ao de Donald Trump, nos Estados Unidos. Lá, o ex-presidente republicano vem respondendo a quase uma centena de processos e é atacado pela imprensa imperialista todos os dias. No entanto, mesmo assim, o seu apoio não para de crescer.
O caso norte-americano deveria servir de exemplo para o Brasil. A perseguição política, ao invés de suprimir o bolsonarismo, irá apenas fortalecer a extrema direita.