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Polícia Federal

O cerco imaginário a Bolsonaro o levará à presidência

Colunista do Brasil 247 acredita que Bolsonaro está agonizando com os processos. Contudo, a perseguição judicial apenas aumenta sua popularidade, assim como ocorre com Trump

A esquerda pequeno burguesa segue cometendo dois gigantescos erros em relação ao bolsonarismo. O primeiro é dizer que ele é o maior inimigo dos trabalhadores do Brasil, pior que a rede Globo, o STF e o próprio imperialismo. O segundo é considerar que o combate ao bolsonarismo pode ser feito por meio de uma perseguição judicial. O caso dos EUA, em que Trump tem mais de 90 processos e só ganha popularidade, é ignorado por esse setor da esquerda. O jornalista Florestan Fernandes Jr publicou uma coluna que segue essas teses desastrosas: “O cerco se fecha e as fake news de Bolsonaro já não dão conta da realidade”.

O artigo começa com a premissa falsa: “o bolsonarismo sangra e agoniza ao vivo e em cores aos olhos de toda uma nação. A “Operação Vigilância’, desencadeada na manhã de ontem (25/01) em endereços ligados ao deputado federal e ex-diretor da ABIN, Alexandre Ramagem, revela não apenas a espionagem clandestina de mais de 30 mil cidadãos, mas também os porões de uma organização criminosa que se instalou dentro do governo militarizado de Bolsonaro.” O bolsonarismo está muito longe de agonizar, talvez nem mesmo esteja sangrando. As mesmas dezenas de milhões de brasileiros continuam sendo apoiador do ex-presidente, e na burguesia nacional a tendência é se tornar ainda mais bolsonarista.

Não adianta operação da polícia federal contra Bolsonaro, não adiantam condenações da justiça, não adianta a inelegibilidade. O exemplo de Lula, que Florestan acompanhou de perto, deveria ser o suficiente. O principal dirigente do PT passou por um processo semelhante ao do bolsonarismo e em nenhum momento perdeu popularidade, na realidade apenas se tornou mais popular. O mesmo é valido para Donald Trump. Na realidade, é um fenômeno tradicional da política. Até mesmo Adolf Hitler capitalizou muito com a prisão política, foi lá que escreveu seu livro Mein Kampf, uma peça essencial para a divulgação do nazismo.

O interessante é que nesse mesmo artigo ele cita o processo do golpe de Estado de 2018: “para ganhar a eleição era necessário impedir Lula de participar do pleito. Sérgio Moro abriu o caminho, condenando sem provas o ex-presidente. No dia 3 de abril de 2018, o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, usou de seu cargo para enquadrar a própria justiça e a preservação da institucionalidade com um post no Twitter, esbravejando contra o pedido de habeas corpus feito pelos advogados de Lula. Com Lula fora do pleito, Bolsonaro fez do evento de Juiz de Fora um trampolim para a presidência: se livrou dos debates e passou a imagem de vítima da violência que ele mesmo propagava. Todos os agentes da PF que falharam na segurança do candidato foram promovidos, assim que Bolsonaro foi eleito. Alguns deles foram levados por Ramagem para a ABIN.”

Ele mesmo admite que a suposta facada ao candidato Bolsonaro em Juiz de Fora foi importante para que ganhasse popularidade. Muito pior que a facada de um louco é o mais poderoso juiz do Brasil, um aspirante a rei absoluto, estar constantemente atacando o ex-presidente. O impressionante é que Florestan não percebe que ele mesmo se contradiz no seu argumento. Talvez ele acredite que em 2026 aqueles que ajudaram Bolsonaro a se eleger em 2018 estejam a favor de Lula. É um pensamento semelhante aos que achavam que Dilma não poderia ser derrubada e que Lula não seria preso. Depois dos últimos 8 anos de política nacional deveria estar claro a todos que não pode haver nenhuma confiança na “democracia consolidada” brasileira.

Ele continua: “imagino como o First Mile foi utilizado pela Agência Brasileira de Inteligência nas campanhas de 2018 e 2022. Como ela orientou as movimentações de candidatos, adversários políticos e jornalistas. Qual papel teve o software israelense no dia 12 de dezembro de 2022, quando bolsonaristas queimaram ônibus e carros no centro comercial de Brasília. Ou ainda a marcha até a praça dos três poderes e o cerco de blindados do exército para proteger os golpistas acampados na porta do quartel-general de Brasília, no 8 de janeiro.” Aqui se repete a falsa luta contra o aparato de repressão estatal que apoia o bolsonarismo. É uma luta falsa, pois o STF já deixou mais do que claro que não irá atacar nenhum grande responsável pelo golpismo, principalmente nenhum general.

Não adianta falar de luta contra o bolsonarismo sem lutar contra sua base social. Contra a força da polícia militar e do exército. Os próprios entusiastas dos processos contra Bolsonaro sabem que os aliados poderosos do ex-presidente estão o protegendo de qualquer condenação real. Mesmo assim seguem com sua crença cega nas instituições podres do regime político. Acreditam nas mesmas instituições responsáveis pelo golpe de Estado de 2016, o golpe que levou Bolsonaro ao poder.

O texto conclui: “A questão agora é saber quanto tempo o bolsonarismo irá aguentar a fervura das investigações. Alexandre de Moraes é paciente, astuto e sabe como poucos lidar com bandidos e organizações criminosas. O fato é que a democracia só prevalecerá com a punição exemplar de todos os envolvidos. Funcionários de carreira, militares, políticos, golpistas, empresários e milicianos. Trazendo aqui a cantoria do general Augusto Heleno, se gritar pega Ladrão e golpista, não fica um meu irmão!” É um verdadeiro show de horrores.

Aqui a política de Fernandes se torna abertamente de direita, combate a “bandidos”, “organizações criminosas” e “punição exemplar”. É uma política digna do próprio bolsonarismo. E ainda há a posição de pedir a punição dos golpistas, mas quem é mais golpista que o próprio STF? Alexandre de Moraes foi indicado por Michel Temer! Ele votou pela prisão de Lula. Como alguém da esquerda pode se esquecer de algo tão importante na luta política nacional? Essa posição é uma demonstração clara que dos defensores dessa política não participaram de nada da luta contra o golpe nos últimos 8 anos. São apenas papagaios da Rede Globo, e se estivéssemos em 2016 estariam na campanha do “fora Dilma”.

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