Segundo Sergey Naryshkin, em entrevista à agência Tass, a França prepara um contingente militar de cerca de dois mil soldados para ajudar a Ucrânia, inclusive com mais apoio de países ocidentais, a fim de evitar a vitória da Rússia no conflito. Até o momento, esse novo contingente de soldados franceses está incerto.
Em outra oportunidade, no entanto, o presidente francês reconheceu que a guerra está perdida. Em evento ocorrido na última quarta-feira (20) na sede do governo francês, o Palácio do Eliseu, Macron teria dito que “a Ucrânia pode cair muito rapidamente”, disse. Sua declaração fora noticiada pela edição europeia do sítio Politico.
Diante da certeza do colapso cada vez mais próximo do regime ucraniano, o ensaio de uma reação por parte de Macron para evitar uma catástrofe completa deixou a classe política francesa preocupada. O candidato da esquerda pequeno-burguesa da França, Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, reagiu à posição escancaradamente alinhada de Macron com a guerra imperialista contra a Rússia:
“Se eu fosse presidente da República, eu não faria nada disso. Eu tentaria dizer a mim mesmo: ‘Como podemos entrar em paz’, em vez de me perguntar: ‘Como vamos entrar em guerra?’ Não estamos em posição de confrontar a Rússia. Só estamos prontos para uma coisa: guerra nuclear”
O chefe do partido Os Republicanos, que é um partido conservador da França, Éric Ciotti, afirmou em suas redes sociais:
“Será que ele quer travar uma guerra contra a Rússia ou ocupar espaço político no meio da campanha eleitoral europeia? ”
O presidente do partido Reunião Nacional, de extrema-direita, Jordan Bardella, afirmou que Macron “está usando a guerra para fins de política interna. Esse tipo de imprudência, irresponsabilidade e cinismo está preocupando o povo francês”.
REAÇÃO RUSSA
Diante das posições do governo francês, o deputado russo Piotr Tolstoi acusou a França de querer provocar a Terceira Guerra Mundial e recomendou aos soldados franceses não entrarem no território russo, para não terminarem “com caixões cobertos pela bandeira tricolor”:
“Não nos importamos com as opiniões (de Macron). Não nos importamos com o próprio Macron, com o que ele diz ou com os seus limites. E mataremos todos os soldados franceses que pisarem em solo ucraniano. Cada um que vier”.
A Ucrânia enfrentará grandes dificuldades neste ano, mesmo com a possibilidade de mais ajuda ocidental. É a avaliação da professora de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense, Raquel Missagia, afirmou, para a Sputnik Brasil:
“Para a Ucrânia, o cenário é bastante complicado. Elementos como a grande dificuldade para enviar pessoal militar para a linha de frente, a redução da ajuda militar estrangeira e a falta crônica de munição, apontam para um ano muito sensível pela frente”.
Mesmo com a possibilidade de mais apoio militar dos países imperialistas e da OTAN, a Ucrânia se encontra em uma situação irremediável. Segundo a seção em português do sítio russo Sputnik, as baixas ucranianas ultrapassam 750 mil homens (“Macron: Ucrânia pode ‘cair muito em breve’, afirma imprensa”, 21/3/2024). A Rússia segue na ofensiva, reagindo às ameaças, demonstrando estar muito perto da vitória.