Matéria publicada pelo site jornalístico Declassified UK denunciou que 180 dos 650 deputados britânicos receberam financiamentos de grupos e indivíduos ligados ao lobby sionista ou até mesmo a instituições estatais de “Israel”. Pouco mais de 27% das cadeiras do parlamento foram patrocinadas pelo lobby, a maioria do Partido Conservador, com 130 parlamentares. Em segundo lugar, aparece o Partido Trabalhista, com 41 financiados por sionistas.
A denúncia, assinada por John McEvoy, aponta que mais de 240 viagens a “Israel” foram pagas pelo lobby para parlamentares britânicos. As viagens incluíam visitas a territórios palestinos ocupados e 15 deputados fizeram viagens desse tipo durante a atual etapa do genocídio palestino.
Cada um dos dois maiores partidos britânicos tem grupos de organização para seus parlamentares simpáticos aos sionistas. O Partido Conservador tem o “Amigos Conservadores de Israel” (CFI, na sigla em inglês); e o Partido Trabalhista tem o “Amigos Trabalhistas de Israel” (LFI, na sigla em inglês). A matéria destaca que ambos os grupos procuram esconder suas fontes de financiamento, apontando que isso torna suas operações mais suspeitas.
Ambos os grupos financiaram viagens a “Israel”, com maior atividade por parte dos conservadores. Mas McEvoy lembra que, no documentário The Lobby, produzido pela emissora catarense Al Jazeera, o diretor do LFI, Michael Rubin, reconheceu o estreito laço entre o grupo e o estado de “Israel”: “nós trabalhamos realmente muito próximos. É apenas publicamente que tentamos manter a LFI como uma identidade separada da embaixada [de ‘Israel’]”.
A matéria informa ainda que grupos menores também financiaram essas viagens, como “Liberal-Democratas Amigos de Israel” e “Amigos de Israel da Irlanda do Norte”. Assim como as viagens financiadas pelo CFI e pelo LFI, muitas dessas delegações são cofinanciadas pelo Ministério de Relações Exteriores de “Israel”. Essas viagens também contam com financiamento de organizações pró-lobby sionista, como o Intercâmbio Cultural Austrália-Israel, a Elnet UK, o Fundo Nacional Judaico e a Assembleia Nacional Judaica. Além disso, são financiadas pelo principal representante do lobby sionista nos Estados Unidos, o Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel (AIPAC, na sigla em inglês).
Além dos grupos sionistas, o jornalista reuniu informações sobre doadores individuais diretamente associados com o lobby sionista. Ele cita Trevor Chinn, que financiou oito membros da bancada liderada por Keir Starmer do Partido Trabalhista, sendo que sua doação só foi divulgada após a Starmer se eleger para o Parlamento.
Ainda nos “trabalhistas”, o jornalista cita Gary Lubner, chamado de “novo mega doador do Partido Trabalhista”, tendo doado 4,5 milhões de libras ao partido só no ano passado. Citando denúncia feita pelo portal Eletronic Intifada, ele aponta que Lubner é um empresário que faz lobby para “Israel” e cuja empresa lucrou com o apartheid na África do Sul. Como apontado anteriormente neste Diário, o governo da África do Sul, na época do apartheid, era o maior amigo do recém inventado Estado sionista. Figuras ligadas ao CFI, como Trevor Pears, Michael Lewis, David Meller e Lord Kalms, foram citadas como fontes de financiamento para figuras importantes do Partido Conservador.
A denúncia ajuda a desmascarar o verdadeiro esgoto que é a política “democrática” do imperialismo. Por trás da “representação política”, existe todo um esquema sujo de distribuição de dinheiro. A matéria enfatiza que esse financiamento está relacionado com o posicionamento do governo britânico diante do massacre covarde perpetrado por “Israel” na Palestina.