No aniversário de 35 anos de morte do líder da Revolução do Irã, o Imã Khomeini, o atual líder da República Islâmica do Irã, aiatolá Ali Khamenei, realizou um belo discurso no mausoléu do dirigente revolucionário. Uma multidão de iranianos esteve presente para ouvir o seu discurso. Ele circulou o mundo inteiro devido à sua profunda análise e à sua importância política na luta contra o imperialismo e principalmente em defesa da Palestina.
Khamenei começa: “hoje, do ponto de vista do Honorável Imã, gostaria de expressar algumas palavras e expressar algumas coisas sobre duas questões importantes que aconteceram entre junho passado e hoje. Uma é a questão da Palestina, que é a primeira questão do mundo hoje. [Outra] é o amargo incidente da perda do nosso querido presidente, que é um grande incidente e tem consequências tanto no círculo interno do país como na arena internacional”.
Ele destaca o papel de Khomeini na defesa da Palestina. O aiatolá foi o fundador do Dia internacional Quds, em que o mundo inteiro se mobiliza pela defesa da Palestina. Khamenei afirmou: “desde o primeiro dia do início do movimento islâmico, o honorável Imã confiou na questão da Palestina, disse coisas, formulou uma visão para o futuro e deu orientação às nações muçulmanas e à própria nação palestina. O que o honorável Imã previu sobre o futuro da Palestina há cinquenta anos ou mais está gradualmente se tornando realidade hoje”. Ele concluiu: “o resumo do pedido do honorável Imã em relação à Palestina foi: não realizar acordos de compromisso. Não desanimem e não esperem que eles consigam resolver o problema dos palestinos”.
O chefe de Estado iraniano então começou a analisar a operação lançada pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023: “o Dilúvio de al-Aqsa entrou em campo, agiu e colocou o inimigo no canto do campo, onde não há rota de fuga ou meios de resgate. Sim, os EUA apoiam o regime sionista, muitos governos ocidentais apoiam-no, mas todos admitem e concordam que as condições em que está colocado o regime sionista são condições em que não há saída. Há dois pontos básicos no incidente do Dilúvio de al-Aqsa. O primeiro ponto é que dissemos que a operação aconteceu exatamente no momento da necessidade da região. O fato de vermos o regime sionista atacar o povo indefeso de Gaza com tanta intensidade e crueldade é a reação desesperado do regime à anulação desse plano [do Hamas]. O fato de vermos o governo norte-americano ajudando estes crimes diante dos olhos de todas as pessoas do mundo deve-se à sua reação desesperada à invalidação do plano [dos EUA] que traçaram com grande esforço”.
Ele ainda destacou a grandeza da operação, afirmando que talvez nem mesmo o Hamas soubesse até onde ela chegaria: “não posso afirmar que os que planejaram o Dilúvio de al-Aqsa sabiam ou não que grande trabalho estavam fazendo. Não sei – mas o fato é que o que fizeram foi um trabalho que nada mais poderia substituir. Destruíram e anularam uma grande conspiração internacional para a região da Ásia Ocidental [Oriente Médio] com a operação”.
Então destacou o quanto foi duro o golpe contra o sionismo: “e quanto ao segundo ponto, dissemos que a operação de Dilúvio de al-Aqsa foi um golpe decisivo. Todos analistas ocidentais, incluindo europeus, norte-americanos, e mesmo aqueles ligados ao regime sionista, acreditam que, nestas operações, o regime sionista, com toda a sua pretensão e hipocrisia, sofreu uma derrota enorme por parte dos grupos de resistência. Dizem que após oito meses, apesar de todos estes esforços, o regime sionista não atingiu nenhum dos seus objetivos mínimos. Um analista de segurança ligado ao próprio regime sionista disse que se for publicado o conteúdo das discussões e disputas das autoridades israelenses na imprensa, quatro milhões de pessoas deixarão ‘Israel’; será uma migração reversa. Um historiador israelense disse: ‘o projeto sionista está dando o seu último suspiro, estamos no início do fim do regime sionista’”.
Em um dos momentos mais importantes do discurso, Khamenei enfatizou a heroica resistência: “o exército não conseguiu proteger a comunidade judaica no sul e no norte de ‘Israel’. O exército que afirmava estar entre os exércitos mais fortes do mundo foi derrotado na sua própria terra. Quem o derrotou? Um governo forte? Não, os grupos de resistência, o Hamas, o Hesbolá; ele foi derrotado por estes. Esse é o Dilúvio de al-Aqsa”.
E então abordou como o Hamas colocou a Palestina como uma questão central no mundo: “a questão da Palestina se tornou a primeira questão do mundo. Durante muitos anos, a propaganda oficial da imprensa dos Estados Unidos e dos ricos centros sionistas tentou fazer com que a Palestina desaparecesse gradualmente e que os palestinos fossem gradualmente esquecidos. Tentaram durante anos e gastaram dinheiro para isso, [mas] hoje, apesar deles, a questão da Palestina é a primeira questão do mundo. Entoam cantos nas ruas de Londres, nas praças de Paris, nas universidades norte-americanas, a favor do povo palestino e contra o regime sionista. Os EUA também estão sendo encurralados perante o consenso global das nações do mundo e, mais cedo ou mais tarde, terão de tirar a mão que sustenta o regime sionista”.
Por fim, destacou o grande erro do sionismo: “a verdade é que o regime sionista fez um cálculo errado, fez uma análise errada das capacidades da grande frente de resistência. Hoje existe uma grande frente em nossa região chamada ‘Eixo da Resistência’. Esta frente tem muitas capacidades, por meio delas as derrotas [dos sionistas] virão uma após a outra, e o inimigo encontrará uma saída deste corredor pelo poder de Deus. Hoje, o regime sionista está gradualmente se derretendo diante dos olhos dos povos do mundo, está acabando. As pessoas do mundo consegue ver isso. Claro, eles falam sobre isso em anúncios, mas a verdade é esta. Eles próprios sabem disso, muitos políticos no mundo sabem disso, muitas nações compreendem isso e a Palestina compreende”.
Seu longo discurso ainda destacou a importância do falecido presidente Ebraim Raisi, morto em uma trágica queda de helicóptero no dia 19 de maio.