Já é o quarto dia consecutivo da invasão sionista do Hospital de al-Shifa, localizado na Cidade de Gaza, região norte do enclave.
Na última edição deste Diário, foi noticiado que as forças israelenses de ocupação tinham assassinado mais de 100 civis palestinos, e que a maior parte desses assassinatos eram execuções sumárias: segundo relatos colhidos pelo Monitor Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos (Euro-Med), prisioneiros palestinos eram levados para o necrotério do hospital, e lá eram executados.
Agora, nesta quinta-feira (21), o número de palestinos assassinados é ainda maior. As próprias forças de ocupação noticiaram, através de declaração de seu porta-voz, Daniel Hagari, que 140 já foram mortos.
Contudo, como sempre ocorre com as informações fornecidas pelos sionistas, ao exporem seus crimes, esse número é menor do que a realidade.
Segundo declaração publicada pelo Euro-Med às 09h34 (TUC), o número de mortos já ultrapassava 200, “muitos dos quais foram sujeitos a assassinato deliberado e execução extrajudicial após sua detenção”. Situação que levou a organização a dizer que os israelenses “transformaram o Complexo de Al-Shifa em um matadouro público”.
Ademais, segundo relatos novos, as forças de ocupação prenderam todos os médicos e enfermeiras do hospital em alguma localidade desconhecida do Complexo Médico de Al-Shifa, de forma que estão os impedindo de realizar seu trabalho, “deixando os pacientes e os feridos sem nenhum atendimento e medicação”.
Em razão disto, os pacientes estão morrendo aos poucos, seja pela falta de atendimento médico, do qual estão sendo privados pelos soldados israelenses, seja por fome e/ou desidratação, algo igualmente provocado pelos sionistas.
Expondo o genocídio que está sendo cometido pelos sionistas, o Escritório de Imprensa do Governo (de Gaza) publicou uma nota informando que “o exército de ocupação ‘israelense’ deliberadamente matou 13 pacientes nas últimas horas dentro dos muros do complexo médico Al-Shifa, ao negar-lhes medicação, comida, curativos, tratamentos e oxigênio nas unidades de terapia intensiva, onde há cerca de 22 pacientes em necessidade crítica de cuidados médicos”.
O órgão de imprensa detalhou a crueldade do exército nazista de “Israel”, informando que eles cortaram a eletricidade do hospital. Sem eletricidade, foi interrompido o fornecimento de oxigênio, resultando no assassinato de quatro palestinos que estavam na UTI fazendo uso de ventiladores para sobreviver.
Ademais, foi igualmente relatado que os ferimentos de vários pacientes estão começando a infeccionar, dado o fato de que os médicos e enfermeiras estão sendo impedidos de tratá-los.
Eis abaixo um vídeo documentando o momento em que as forças israelenses de ocupação sitiaram o Complexo Médico Al-Shifa e ameaçaram todos os que estavam abrigados dentro dele, incluindo pacientes, equipe médica, famílias, mulheres e crianças. O porta-voz diz a eles para seguir a ordem dos militares ou serão baleados:
Agravando ainda mais a situação, na manhã dessa quinta-feira, as forças de ocupação destruíram um dos prédios do Complexo Médico de Al-Shifa. Segundo informações do correspondente local da emissora libanesa Al Mayadeen, esse prédio era “o centro nervoso do setor de saúde na Cidade de Gaza e em sua região norte”:
“Todos os dispositivos cardíacos, equipamentos de imagem por raios-X e ressonância magnética em Gaza foram destruídos após o bombardeio do prédio especializado hoje O prédio especializado destruído pela ocupação continha a maior farmácia da Faixa de Gaza.”
Nazismo é a palavra para definir “Israel” e o sionismo.
Tanto é assim que a Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), em nota, declarou que “o Hospital Médico Al-Shifa se transformou em um campo de detenção, ultrapassando o campo de concentração nazista de Auschwitz e superando a brutalidade da Gestapo de Hitler”, apontando os Estados Unidos como cúmplices, assim como o restante dos países imperialistas.
No mesmo sentido foi a declaração no Hamas, o qual denunciou que, além dos ataques a Al-Shifa, as forças de ocupação estão “explodindo e incendiando edifícios residenciais ao redor”. Com isto, condenou o “silêncio vergonhoso”, apontando-o como “uma vergonha e um fracasso moral por parte da comunidade internacional e das Nações Unidas, que são incapazes de deter a máquina de morte sionista e pressionar Washington a interromper sua parceria e seu apoio com armas para a ocupação sionista nazista”.
Um dos membros do birô político do Hamas, Osama Hamadan, denunciou em coletiva de imprensa realizada em Beirute, Líbano, neste dia 20, que o ataque a Al-Shifa é uma tentativa de dobrar a resistência palestina atacando os civis. Mas que não será bem sucedida:
“Nós afirmamos que os crimes da ocupação e o genocídio em curso contra nosso povo e todos os aspectos da vida humana em Gaza não criarão nenhuma imagem de vitória para Netaniahu e seu exército nazista. Essas ações são uma expressão do estado de confusão, pânico e perda de esperança em alcançar qualquer sucesso militar além de mirar civis desarmados e cometer mais massacres horríveis.”
Na mesma ocasião, ele também condenou o assassinato do Brigadeiro General Fayeq Al-Mabhouh, diretor da polícia de Gaza, denunciando que é “crime sionista que veio após os esforços do mártir e das forças de segurança para acabar com o caos buscado pela ocupação, controlar a situação de segurança e garantir a entrega de ajuda humanitária às províncias de Gaza e do Norte, com o objetivo de impedir o acesso seguro da ajuda ao nosso povo”.
Assim, cumpre informar que “Israel” está assassinando sistematicamente autoridades policiais responsáveis por coordenar a distribuição de ajuda humanitária para os palestinos. Além de Al-Mabhouh, no dia 19, as forças de ocupação bombardearam a casa da família Al-Bana, norte da Faixa de Gaza, matando mais de oito palestinos. Dentre os mortos estava o Tenente-Coronel Raed Al-Banna, Diretor de Investigações do norte de Gaza, juntamente com sua esposa e filhos. Raed era responsável por garantir a entrada de caminhões de ajuda humanitária em Jabalia, local assolado pela fome.
Não bastando, no mesmo dia, Mohammed Al-Bayoumi foi assassinado junto de sua esposa e filhos. Ele era chefe de polícia em Nusseirat, campo de refugiados na região central de Gaza. Assim como os demais, estava responsável pela segurança do local e por coordenar a distribuição de ajuda humanitária.
Diante disto, Ismail Hanié, presidente do birô político do Hamas, denunciou esses assassinatos sistemáticos com uma tentativa de sabotar as negociações em torno do cessar-fogo:
“As ações das forças de ocupação sionistas no Complexo Médico Al-Shifa confirmam que este inimigo está lutando contra o retorno da vida à Faixa de Gaza e busca destruir todos os fundamentos da vida humana.
O direcionamento deles aos policiais e elementos das agências governamentais administrativas na Faixa demonstra a tentativa de espalhar o caos e perpetuar o derramamento de sangue de nosso povo paciente em Gaza, além de refletir a tentativa dos líderes da ocupação de sabotar as negociações em andamento em Doha.”
Mas deixa claro que os sionistas não terão sucesso em dobrar a resistência, os palestinos e a Revolução Palestina:
“Nós afirmamos que tudo isso não terá sucesso em alcançar esse esquema criminoso, e o movimento permanecerá comprometido com os direitos de nosso povo e suas demandas claras de cessar a agressão, a retirada e o retorno dos deslocados.”