Pelo menos cinco jornalistas foram mortos em ataques das forças israelenses nas últimas 24 horas em Gaza, à medida que os bombardeios e ataques aéreos no enclave sitiado se intensificam. No sábado, o Escritório de Imprensa do Governo de Gaza informou que ataques israelenses separados mataram três jornalistas no campo de refugiados de Nusseirat, no centro do território, e dois na Cidade de Gaza. Com isso, o número de jornalistas, repórteres e demais profissionais da imprensa mortos desde o dia 7 de outubro, em que o Estado de “Israel” intensificou o genocídio em resposta à gloriosa operação de Al Aqsa, chega a pelo menos 158.
Antes dos ataques mais recentes, a guerra de Israel contra o povo palestino, se contabilizada apenas a partir do dia 7 de outubro, já era considerada o conflito mais mortal para jornalistas e trabalhadores da imprensa no mundo. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova Iorque, relatou que até 5 de julho deste ano, 108 jornalistas, repórteres e pessoas da equipe das empresas de jornalismo foram mortas, contabilizando pouco menos de nove meses de duração. Este período é o mais mortal desde que o grupo começou a reunir dados, em 1992.
Entre os jornalistas mortos em Nusseirat estavam Amjad Jahjouh e Rizq Abu Ashkian, ambos da Agência de Imprensa Palestina, e Wafa Abu Dabaan, da Rádio da Universidade Islâmica de Gaza. Abu Dabaan era casada com Jahjouh, e seus filhos também foram mortos durante o ataque, de acordo com a equipe da Al Jazeera no local. Pelo menos 10 pessoas foram mortas nesse ataque em Nusseirat, onde ocorreu um massacre desferido por “Israel” contra os civis palestinos, com o objetivo de limpar a região e recuperar quatro israelenses que eram considerados, pelo governo sionista, reféns.
Os jornalistas palestinos Saadi Madoukh e Ahmed Sukkar foram mortos na sexta-feira, após uma incursão israelense que teve como alvo a casa da família Madoukh no bairro Daraj, na Cidade de Gaza, representando que os jornalistas, assim como suas famílias, são alvos de destaque para o exército nazista da entidade sionista.
Outro caso notório foi o assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh, que foi morta a tiros enquanto cobria uma operação militar israelense na Cisjordânia em maio de 2022. O caso de Abu Akleh, uma jornalista veterana da Al Jazeera, atraiu condenação internacional, apesar de grande parte ter sido apenas de faixada, e trouxe mais luz aos perigos enfrentados por jornalistas que ousam mostrar o que acontece no genocídio do povo palestino.
De acordo com o Escritório de Imprensa do Governo de Gaza, até o 275º dia desta nova incursão das forças de ocupação sionistas contra o povo palestino, as estatísticas nesse âmbito são devastadoras. Enquanto sofre derrotas econômicas, militares e sobretudo políticas, o exército israelense cometeu 3.376 massacres, resultando na morte de 38.153 pessoas. Além disso, há mais de 10.000 desaparecidos cujo destino é desconhecido. Entre os mortos, estão 15.983 crianças, 34 das quais morreram devido à desnutrição, e 10.637 mulheres. Profissionais de saúde também foram duramente atingidos, com 500 mortos, assim como 75 membros da defesa civil e 158 jornalistas. Durante a nova etapa do genocídio, 520 corpos foram recuperados de sete valas comuns perto de hospitais em Gaza. Os ataques israelenses também tiveram como alvo 157 abrigos, resultando em 87.828 feridos. Setenta por cento das vítimas são crianças e mulheres, e 17.000 crianças ficaram sem um ou ambos os pais.