Guerra na Ucrânia

Invasão de Kursk apenas ampliou força da operação militar russa

Enquanto os ucranianos não conseguiram conquistar nada em Kursk, os russos ampliaram suas operações militares na Ucrânia e no Donbas

Dia após dia, fica claro que a incursão ucraniana na região de Kursk, que alcançou, no curto prazo, seus objetivos de ocupar algumas áreas russas, falhou, até agora, em atingir seus objetivos de longo prazo. A Ucrânia tentou “distrair” as forças russas dos ataques dentro do seu território e negociar de uma posição de “força”. Pelo contrário, o ataque recente produziu um resultado quase oposto, com a Rússia intensificando seus ataques dentro da Ucrânia, atingindo dezenas de áreas com ataques aéreos, enquanto suas forças continuam avançando para o leste, especialmente em direção à estratégica cidade de Bakhmut. O governo Putin passou a recusar completamente qualquer conversa sobre negociações iminentes.

Nesse contexto, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, anunciou ontem que a Rússia lançou ataques em grande escala com mísseis e drones em mais da metade das regiões da Ucrânia nas primeiras horas da manhã de ontem. Shmyhal acrescentou: “hoje, 15 regiões foram alvo de um grande ataque russo. O inimigo usou diferentes tipos de armas, incluindo drones, mísseis de cruzeiro e sistemas hipersônicos Kinzhal“, mencionando vítimas entre “feridos e mortos”.

Segundo outras fontes ucranianas, “a Rússia atacou instalações de energia na região de Lviv, no oeste da Ucrânia“, causando “cortes parciais de energia na cidade de Lviv e na região“. Até mesmo a cidade de Quieve não foi poupada dos ataques russos recentemente, com a imprensa relatando que pelo menos sete explosões foram ouvidas na capital ucraniana na manhã de segunda-feira, enquanto o exército ucraniano informou que a Rússia “lançou um ataque com drones” na cidade. Em um ataque anterior a uma instalação industrial na região de Poltava, no centro do país, cinco pessoas ficaram feridas, segundo o governador da região.

Ao mesmo tempo, o tempo está se esgotando para os moradores da estratégica cidade ucraniana de Bakhmut evacuarem suas casas e deixarem a cidade, com as forças russas se aproximando de tomá-la completamente após terem capturado várias áreas próximas. No sábado (24), o portal ucraniano “Deep State” reconheceu que a Rússia continua seu “sucesso tático” em direção a Bakhmut, onde ordens de evacuação foram emitidas para a cidade e suas áreas circundantes. Após mais de duas semanas após o início da incursão ucraniana em Kursk, o avanço ucraniano desacelerou e se tornou “limitado”, com as forças ucranianas obtendo apenas “ganhos marginais” em torno das áreas que já haviam conquistado.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelenqui, apareceu em seu discurso por ocasião da independência de seu país da União Soviética, no sábado, “celebrando” o ataque recente, afirmando que a Rússia “queria destruir a Ucrânia, mas a guerra voltou para casa“. Ele fez questão de pronunciar seu discurso filmado dentro de florestas desertas na fronteira, de onde o exército ucraniano iniciou seu ataque surpresa. Zelesqui descreveu o presidente russo, Vladimir Putin, como “um velho doente da Praça Vermelha, que ameaça todos continuamente com o botão vermelho“.

Além disso, para “reforçar” a independência de seu país da Rússia, Zelensqui assinou no sábado uma lei que proíbe a Igreja Ortodoxa ligada à Rússia na Ucrânia. Ele disse que “a Igreja Ortodoxa Ucraniana está dando hoje um passo em direção à libertação dos demônios de Moscou“, destacando que a Igreja Ortodoxa Ucraniana se separou oficialmente do Patriarcado de Moscou em 2022, mas as autoridades ucranianas acusam os clérigos da igreja de lealdade à Rússia.

Em resposta ao ataque em Kursk e às declarações de Zelesnqui, o Kremlin afirmou na segunda-feira (26) que a resposta russa à incursão ucraniana na região de Kursk é “inevitável”, enfatizando que as negociações de cessar-fogo “não estão mais em pauta”. Paralelamente a isso, em meio a relatos de que as forças ucranianas usaram armas norte-americanas em seu ataque a Kursk, membros do governo dos EUA elogiaram publicamente o ataque recente em Kursk, incluindo o senador Richard Blumenthal (Democrata de Connecticut), que se encontrou recentemente com Zelesnqui e disse em entrevista ao jornal “Politico” que os militares americanos “ficaram impressionados com a operação”, pois foi “bem executada”.

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